CORRUPÇÃO

Sidney: auditor preso em SJC escondia fortuna em paraíso fiscal

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Sidney Oliveira é um dos alvos
Sidney Oliveira é um dos alvos

Preso em São José dos Campos, o auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia escondia uma fortuna em paraíso fiscal e criptomoedas, de acordo com o Ministério Público Estadual. Marcelo é aponta nas investigações como auxiliar do auditor Artur Gomes da Silva Neto, formado no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), em São José, também preso, que teria recebido R$ 1 bilhão em propinas em um esquema que envolvia Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e outros empresários.

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De acordo com o MP, Marcelo, preso no último dia 12, escondia parte de sua fortuna em um paraíso fiscal no Reino Unido e em criptomoedas de difícil rastreamento. As informações são do Metrópoles. O auditor era o braço direito de Artur, “cérebro” do esquema de propinas milionárias em créditos de ICMS.

O inquérito mostra que o auditor de São José mantinha recursos na instituição Dominion Capital Strategies, com sede em Guernsey, território britânico considerado um dos principais paraísos fiscais do mundo.

Além disso, o MP afirma que Marcelo possuía carteiras de criptomoedas autocustodiadas, do tipo que não podem ser bloqueadas por decisão judicial sem senha do usuário. “O auditor não apenas possui dinheiro escondido em paraíso fiscal, mas também em criptomoedas autocustodiadas, tipicamente usadas para lavagem de dinheiro”, diz trecho do despacho do MP.

Durante o cumprimento de mandado de busca, em um apartamento ligado ao auditor na zona sul de São José, foram encontrados R$ 330 mil em espécie, US$ 10 mil, 600 euros, três celulares, 10 pen drives, seis notebooks e um computador. Inicialmente alvo apenas de busca e apreensão, Marcelo acabou preso em flagrante após a apreensão dos valores.

Rastro de milhões em criptomoedas

A investigação também identificou movimentações milionárias ligadas ao auditor Artur Gomes, que teria usado a empresa Smart Tax Consultoria para comprar 287 bitcoins e 1.774 ethers, avaliados em cerca de R$ 40 milhões à época. Hoje, o montante ultrapassaria R$ 200 milhões.

O MP ainda apontou que a mãe de Artur, Kimio Mizukami da Silva, teve patrimônio que saltou de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões, supostamente com dinheiro vindo da distribuição de lucros da empresa usada no esquema.

Empresários envolvidos

A mesma operação prendeu o dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, além de outros servidores públicos. A investigação indica que empresários pagavam propina a auditores para agilizar e até inflar pedidos de créditos de ICMS, liberando valores acima do devido.

Segundo o promotor João Ricúpero, o esquema teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. O também promotor Roberto Bodini acrescentou que outras grandes redes varejistas podem estar envolvidas, mas os nomes são mantidos em sigilo para não atrapalhar as investigações.

Os auditores e empresários presos poderão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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