PARALISAÇÃO

Acidentes e demissões em Pinda: trabalhadores protestam na Gerdau

Por Da redação | Pindamonhangaba
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos
Protesto na fábrica da Gerdau, em Pindamonhangaba
Protesto na fábrica da Gerdau, em Pindamonhangaba

Trabalhadores da fábrica da Gerdau em Pindamonhangaba fazem uma paralisação na manhã desta quinta-feira (14) contra acidentes e em defesa dos empregos. O ato, que durou duas horas, também integra as mobilizações pela Campanha Salarial. Não haverá protesto nos demais turnos.

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Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a Gerdau anunciou no dia 1° de agosto que havia dispensado 1.500 trabalhadores no Brasil este ano, e que as demissões teriam ocorrido principalmente em Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes. O sindicato contesta os números e a postura da empresa.

De acordo com a entidade, o anúncio não corresponde à realidade que tem sido discutida com a direção local da fábrica, nem com as homologações, que foram cerca de 100 no ano, e nem com os dados do Caged, que apontam redução de 30 postos de trabalho nos segmentos que envolvem a Gerdau – siderurgia, fundição e forjaria.

Segundo o presidente do sindicato, André Oliveira, a discussão com a empresa ocorre desde o começo do ano com a preocupação sobre o baixo volume de produção, mas a demissão em massa não foi apontada.

“Temos uma relação de negociação há anos com a Gerdau, mas parece que o CEO Gustavo Werneck está decidido a criar essa instabilidade, essa sensação de caos e quer usar o nome de Pindamonhangaba para isso, para atingir o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é de Pinda. Inclusive é uma postura que muitos membros da própria diretoria da Gerdau não concordam”, disse Oliveira.

Demissão.

De acordo com Oliveira, ameaças de demissão em massa prejudicam o ambiente de trabalho e aumentam o risco de acidentes.  “O clima está péssimo. Depois de meses sem nenhum acidente já foram quatro ocorrências seguidas depois do anúncio, menos de 15 dias, um deles com amputação no dedo. Nós protestamos contra essa postura covarde da Gerdau de usar os empregos de forma política”, afirmou o sindicalista.

O sindicato informou que também quer discutir com a empresa sobre o programa Brasil Soberano, anunciado na quarta-feira pelo governo federal, de auxílio para as empresas exportadoras que estão sendo atingidas pelo tarifaço dos EUA.

Um dos setores da Gerdau, de fabricação de cilindros, tem volume de exportação para os EUA e o produto se enquadra no segmento de máquinas.

Outro lado.

Procurada pela reportagem, a Gerdau confirmou a manifestação organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos local em frente à sua unidade em Pindamonhangaba, na manhã desta quinta-feira (14).

"A empresa ressalta que a segurança das pessoas vem sempre em primeiro lugar, e que preza pelo diálogo contínuo e transparente com seus públicos de interesse", disse a empresa, em nota.

"A companhia reforça que a importação de aço chinês tem causado ameaças à indústria brasileira e aos empregos. A Gerdau ressalta que tem acompanhado as discussões em âmbito setorial com o Governo Federal e os órgãos responsáveis para que sejam adotadas medidas mais adequadas à defesa comercial da indústria nacional do aço e a preservação dos empregos brasileiros", completou.

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