ENTREVISTA OVALE

Com venda de imóveis, Sérgio espera aliviar a dívida de Taubaté

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 35 min
OVALE
Sérgio Victor durante entrevista na sede de OVALE
Sérgio Victor durante entrevista na sede de OVALE

Com dívidas e acordos estimados em R$ 1,1 bilhão até o final do mandato, Taubaté aposta na venda de imóveis para levantar recursos rapidamente e aliviar o caixa do município e "arrumar a casa".

Foi o que afirmou o prefeito de Taubaté, Sérgio Victor (Novo), em entrevista concedida na sede de OVALE nesta quarta-feira (13).

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Após a Câmara Municipal aprovar a venda de cinco imóveis, os vereadores analisarão a venda de mais 16, cujo projeto de lei tramita no Legislativo.

A Prefeitura também reenviou o projeto para vender área de mais de 1 milhão de metros quadrados às margens da Via Dutra, no Piracangaguá, batizada de “Esquina do Brasil. O local tem quatro imóveis que, somados, são avaliados em R$ 168,5 milhões.

No início do ano, Sérgio chegou a cogitar conceder o terreno à iniciativa privada, para uma utilização que fosse mais proveitosa para o município. No entanto, a necessidade de obter recursos diante da crise financeira do município fez a Prefeitura optar pela venda.

Com os 21 imóveis e mais a “Esquina do Brasil”, Sérgio pretende arrecadar mais de R$ 140 milhões e aliviar o caixa da Prefeitura.

“A gente não tem alternativa para dar um salto na receita do município. A principal é venda de ativo”, disse Sérgio, em entrevista a OVALE, nesta quarta-feira (13).

A dívida da cidade foi um dos assuntos tratados pelo prefeito de Taubaté na entrevista, além da viagem à Inglaterra, a modernização da administração municipal, a chegada de empresas, o corte de árvores e o tarifaço dos Estados Unidos ao Brasil, além da questão política do país. Confira a entrevista na íntegra.

Prefeito, qual foi o motivo da sua ida recente à Inglaterra? O que o senhor conseguiu de benefício para Taubaté?

Fui convidado por uma entidade chamada Comunitas, junto com outros 19 líderes públicos. Um ganho inicial já era o próprio network. Tinha uns três secretários do estado de São Paulo, o Arthur Lima da Casa Civil, Caio Paes de Secretaria de Gestão e Governo Digital e a procuradora [Geral do Estado] Inês Coimbra. Além de vice-governadores, secretários de Estado, prefeitos e vice-prefeitos. Tem um ganho natural só do relacionamento. Mas lá a gente passou três dias na Universidade de Cambridge falando sobre inteligência artificial e casos de governo digital, com soluções digitais para o governo.

E dois dias em Londres visitando empresas e a prefeitura para ver algumas boas práticas. Então, acho que o ganho, assim, eu já fui presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Alesp [Assembleia Legislativa de São Paulo] e entusiasta de soluções digitais para o governo. Eu acho que a gente sofre muito com alguns processos ruins e burocráticos que melhores processos digitais conseguiram resolver.

Então, é revisitar alguns conceitos, algumas boas práticas, algumas ferramentas. Lá teve um foco também em inteligência artificial e como isso tem ajudado, as ferramentas para o setor público. Então, o ganho é consolidar entendimento e trazer algumas alternativas que a gente já está olhando para implementar aqui em Taubaté.

O convite partiu de quem exatamente?

Da entidade chamada Comunitas, que é brasileira, uma organização do terceiro setor. E não teve gasto público. Então, é importante ressaltar também porque as pessoas se importam, e está certo. A gente não usou dinheiro público. Fiquei animado de poder ver o que está acontecendo de melhor no conceito de governo digital e poder replicar aqui em Taubaté.

E o que que o senhor viu lá? A gente está muito distante deles ou não? O que daria para replicar aqui em Taubaté?

A gente está muito distante em especial ligado à segurança. Por exemplo, no sistema de transporte público deles você paga com o cartão de crédito. Você passa o cartão de crédito na entrada e passa na saída, e ele cobra a tarifa específica, pelas paradas. Aqui em Taubaté já está tendo o cartãozinho. Então, não tem tanta diferença. O Brasil tem o GovBR também, que é uma referência. O Caio Paes, que é o secretário de Governo Digital do estado, ele foi um dos idealizadores e que ajudou a implantar. Lá eles usam bastante informação para tomar decisão. Acho que isso a gente está muito longe. Eles conseguem captar informações melhores e aí, naturalmente, tomam decisões melhores com o recurso público. Esse é um dos grandes desafios nossos.

E como é que a gente capta melhor? Vou dar alguns exemplos. Na saúde, a gente não tem ligação ainda, mas está prestes a ter, entre as unidades de pronto atendimento, que são entidades diferentes, ou mesmo as que são gerenciadas pela mesma entidade, com a atenção básica e com o hospital.

Eu preciso saber o que esse paciente precisa, o que a gente já fez, para não repetir o mesmo exame, às vezes isso é custo excessivo. E também para ter um diagnóstico melhor do próprio desafio, da solução do problema daquela pessoa. Então, a gente está gastando bastante tempo e vamos investir recurso ali para integrar esse sistema. E é uma melhoria não visível.

Enquanto está construindo a estrutura, você está construindo as ferramentas de conexão, não é visível, mas já vai ter o agendamento por celular, vai ter o resultado do exame que fez no seu celular. O prontuário eletrônico ainda tem alguns desafios para a gente implantar, mas a gente consegue melhorar a jornada do paciente e também reduzir custo, que é um dos grandes desafios de todo gestor público hoje. Melhorar a eficiência do gasto público.

Nessa questão do levantamento de informações, onde está a nossa dificuldade? Falta certo padrão no tratamento das informações?

A gente olhou e tem várias. Uma é a própria dificuldade de contratação. Não são tantas pessoas especialistas em soluções digitais para você conseguir integrar, saber contratar. A gente discutiu bastante isso. Como é que você contrata tecnologia? O outro é como você integra a tecnologia? No Brasil, que é um país pobre também, tem muita gente ainda que não faz uso da tecnologia. Lá, quase todo mundo tem smartphone, aqui não necessariamente.

Você pega uma população mais idosa ou mais carente que tem mais dificuldade de ter essas ferramentas que se integrariam e que ajudariam no relacionamento. O outro é um pouco da cultura própria do serviço público também. Aqui ainda tem, a gente discutiu bastante isso, como cada secretaria às vezes quer ser dona do seu próprio dado e tem dificuldade de integrar. Então, eu já tenho uma cabeça mais aberta e estou quebrando essas barreiras.

Vou dar outro exemplo: os dados de segurança pública. Você cruzar os dados ajuda muito. A pessoa que está sendo procurada pela justiça vai no posto de saúde, e isso teria que avisar o sistema de segurança. Então, esses cruzamentos têm que ter dados bem coletados, dados ricos, integração entre sistemas. Veja, é uma complexidade. Como você contrata, como gestor público, como é que você contrata essas ferramentas? A parte boa é que vários lugares já estão fazendo coisas boas, a gente não precisa inventar moda.

Tem que aprender as boas práticas e replicar. Ter as pessoas competentes internamente também para fazer isso acontecer na prática. Exige mudança de cultura, exige recurso, exige competência na hora da implantação. Então, tem uma série de desafios. A parte boa é que muito lugares já estão avançados e a gente pode replicar.

Uma tendência que eu tenho certeza que vai acontecer é não ter nem mais o site. Com a inteligência artificial, acho que tudo vai migrar para o WhatsApp. Sabe, o governo sem clique. Por exemplo, eu quero pagar o IPTU e se eu mandar um WhatsApp que vai entender, quero pagar o IPTU, que vai entender e já te leva para o link adequado, ao invés de você ter que entrar no site, cadastrar, olhar.

Então, a tendência é reduzir cada vez mais o número de cliques no relacionamento. E no mesmo canal de WhatsApp você conseguir discutir agendamento de médico, especialista ou um serviço, uma solicitação de serviço à prefeitura, como poda, de zeladoria. A gente está um pouco distante disso. Mas é que você já vê em países mais evoluídos digitalmente.

Lá em Londres, o senhor visitou a prefeitura. Eles já têm essa integração toda?

Estão bem melhores do que a gente. Mas eles também são bem críticos. Eles têm os mesmos desafios que a gente, só que estão há alguns anos à frente.

Como está a prefeitura no oitavo mês da gestão? O que o senhor já conseguiu fazer? Qual o diagnóstico geral?

Se você for ver o próprio portal da prefeitura, ele está muito mais dinâmico, ágil e fácil do cidadão encontrar ali o serviço que ele precisa. Então, essa facilidade ajuda. Como eu falei, lá na frente talvez esse site seja menos utilizado para a pessoa ir direto aqui [no celular], mas tem uma transição.

A plataforma digital de processos internos tem melhorado, tem até inteligência artificial, se você quiser entrar lá na plataforma 1Doc Taubaté, você vai escrever o que está procurando e ele vai tentar direcionar para os serviços correlatos para você, para ficar mais fácil encontrar onde você abre um protocolo, enfim.

E essa plataforma de processos internos, a plataforma digital de processos internos, tem ajudado a gente a ser muito mais ágil, célere e transparente, por exemplo, na aprovação de projetos, obras, licenciamentos. Isso é um sinal bom para o mercado, para o investidor. A gente consegue ter ferramentas de gestão melhores para dar mais agilidade no atendimento ao cidadão. Como a gente pegou uma cidade muito analógica, tem bastante coisa que ou está contratada, ou está em processo licitatório e o que está em fase de implantação agora.

A gente está melhorando o nosso sistema de saúde digital. Que depois tem que integrar com os outros, mas muito em breve vai ter o agendamento pelo aplicativo. já estão integrando com as empresas de exame laboratoriais, então quando você for fazer um exame de sangue, o seu resultado vem para o seu celular, então acho que em 45 dias a gente tenha uma saúde muito mais digital.

Já está contratada a implantação de uma ouvidoria para a gente estar mais próximo do cidadão, para a gente ouvir, ter uma escuta melhor das reclamações e problemas. O melhor fiscal do serviço da prefeitura é o cidadão. A gente estava usando a própria plataforma 1Doc para pedidos de zeladoria, reclamação de buraco na rua, essas coisas, a gente vai ter um aplicativo muito mais amigável para o cidadão conversar com a gente e passar os seus problemas.

Também tem inteligência para a gente mapear os bairros, os temas, então a gente vai ter mais informação. Dados mais importantes sobre o que ele está reclamando, onde, como e porque, para a gente ter a solução daquele problema, mas também ter uma visão maior de quais bairros estão demandando mais, que tipo de serviço. A gente poder responder melhor.

Está em fase de contratação o georreferenciamento, isso ajuda na gestão da cidade. Um dos problemas da cidade hoje, quando reclama de trânsito, por exemplo, é um reflexo de muitos anos com a cidade crescendo desordenadamente. A gente tem bastante processo no Ministério Público de invasão nas áreas rurais, de construções irregulares nas áreas rurais. Então, a gente precisa conseguir ter mais ferramentas para cuidar e planejar melhor a cidade, para que a gente evite os mesmos problemas de hoje no longo prazo. Como a gente está hoje é reflexo de decisões de muitos anos atrás. Como é que a gente breca e começa a planejar melhor a cidade?

Esse georreferenciamento é um sistema que vocês vão contratar, que vai fornecer imagem em tempo real?

Basicamente ele coloca o mapa da cidade digitalmente. E georreferencia cada equipamento público, cada casa, cada prédio. Isso ajuda também no processo de aprovação. Você consegue colocar o seu plano diretor dentro do mapa, se a pessoa quiser olhar lá as áreas. O bairro que ela vai comprar, vai investir, ela consegue ter mais informação já referenciada dessa região. Tem também a plataforma de domicílio tributário que deve sair para a licitação em breve. Você já começa a migrar um pouco mais para relacionamento quase que 100% pelo WhatsApp. Que a gente consegue através dessa ferramenta conversar melhor com o cidadão ensinando a ferramenta, o chatbot com inteligência artificial, a responder pelo serviço que a pessoa procura pelo WhatsApp. Inclusive, pagar tributos, fazer um pedido, ouvidoria, solicitar serviço qualquer. Mas isso toma tempo. Você tem que ensinar a máquina a ir pelos caminhos certos.

Então, quando a gente fala às vezes de tecnologia, muita gente pensa no celular ou na internet ou no aplicativo, só que para você funcionar bem, você tem que ter toda uma revisão, uma engenharia de processo por trás, porque senão o que você faz digitaliza a burocracia. Em vez de você me ligar e eu ter que procurar o papel, você me mandou uma mensagem, mas eu tive que procurar o papel do mesmo jeito. Então, tem que revisitar muita coisa internamente, treinar os servidores, a nossa equipe para colocar em prática

No começo do ano, o senhor disse que a dívida de Taubaté com os acordos chegava a R$ 1,1 bilhão. Como é que está essa questão?

Posso dar um exemplo prático que a gente viveu agora. O Mutirão de exame de sangue. A gente tinha uma fila crescente, a gente teve dificuldade de comunicação com essas pessoas, então teve muita abstenção. Ao mesmo tempo, eu não sei se se essa pessoa fez o exame no privado, se ela não precisa mais.

Então, perdeu muito tempo, dinheiro e paciência dos cidadãos nesse processo. Então, de novo, com ferramenta, imagina se a gente reduzir drasticamente a abstenção, você consegue acelerar agendamento, atendimento. Se o médico for contratado pelo dia, como era no caso dos servidores, quanto melhor você usa a agenda dele mais barato entre aspas é para a população, mais eficiente para o serviço público.

Isso ajuda inclusive na dívida, porque quando você gasta mal o dinheiro, um dos desafios do município é fazer caber o custeio da máquina dentro do orçamento. Taubaté gasta mais do que arrecada desde 2017. A gente falou bastante sobre isso ao longo dos últimos anos. O custeio da máquina está maior do que o orçamento.

Orçamento superestimado, receita subestimada, sem contar dívidas infindáveis. Então, a gente está gastando um tempo, investindo tempo e esforço, olhando linha a linha de cada contrato. A gente conseguiu reduzir bastante só de renegociar os contratos atuais, já teve uma redução significativa. Agora o grande desafio é a gente conseguir alongar as dívidas maiores, em especial do CAF.

Essa questão de o custeio ser maior do que a arrecadação, o senhor vai conseguir resolver no seu primeiro orçamento?

Se você tirar a dívida e parcelamentos, a gente vai ter que fazer caber. Vai ter que ser um pouco mais realista e ainda mantendo algumas decisões mais severas com relação à restrição orçamentária, mas a gente vai fazer caber o custeio, talvez se exceda um pouco aqui ou ali, porque também não vai parar o serviço. A gente está buscando ferramentas para fonte de receita.

Tem o projeto de lei já aprovado pela Câmara Municipal de cinco ativos, cinco imóveis da prefeitura [para a venda]. Tem na Câmara hoje tramitando um projeto de lei com mais 16 imóveis, para vender. E também foi para a Câmara ontem, o nosso maior imóvel, que é a Esquina do Brasil, que é aquele imóvel de mais de 1 milhão de metros quadrados que fica ali no cruzamento da Carvalho Pinto com a Dutra.

Além disso, são várias medidas ao mesmo tempo. Redução de despesa, renegociação, venda de imóveis para lado da receita. A gente mandou para a Câmara também o projeto de lei que permite as PPPs no município, as parcerias público-privadas, isso ajuda a gente a trazer recurso, adiantar investimento.

E aí o poder público paga ao longo do tempo, isso tem sido uma ferramenta usada por governos, não é mais ideológico, quando essa é uma ferramenta de modernização administrativa para você conseguir acelerar investimento. Foi também o programa de incentivos de Taubaté, que a gente precisa dar mais segurança jurídica no momento da concessão de áreas públicas para a indústria.

Taubaté teve um questionamento da lei pelo judiciário. Então, a gente está melhorando o processo legislativo para poder fazer as concessões para as empresas que quiserem vir aqui. A gente está competindo por algumas indústrias que estão olhando as cidades na região e os estados de fora também. A gente precisa ter segurança jurídica na hora de fazer uma boa concessão, óbvio que isso conta ponto na hora que a empresa decide ir ou não investir na sua cidade.

Também a consolidação do Vale Alimentação por lei, que a gente fez como uma ação mitigatória da questão da insolvência, mas também estendemos para todos os servidores um benefício que não tinha antes para todo mundo. Tinha só para uma parcela dos servidores e agora tem um bom Vale Alimentação para ajudar também. Porque o servidor merece, obviamente.

A máquina de Taubaté tem um custeio alto e, mesmo assim, o servidor com remuneração inadequada. A gente está trabalhando nisso. Vamos destrinchar essa resposta e perguntar algumas coisas.

Sobre a questão da dívida de R$ 1,1 bilhão, quanto vocês conseguiram economizar?

A gente vai ter que pagar. A gente fez negociações e pagou à vista, e ali a gente teve economia, essa era a meta, de entre 30 a 40% de desconto em diversos pagamentos que a gente fez. Juntando tudo é significativo porque a gente estava afogado. Mas vamos lembrar que R$ 400 milhões dessa dívida, mais de R$ 400 milhões, é com o CAF, que aí não tem desconto, não tem negociação e a nossa grande missão é alongar essa dívida. A gente vai ser obrigado a pagar, caiu a liminar que garantia que o Governo Federal continuasse pagando a dívida por nós e não nos cobrando.

Então, em dezembro vence um boleto perto de R$ 35 milhões, de uma das parcelas. Então, esse é o grosso. Eu tenho investido tempo em Brasília com os bancos para tentar encontrar um caminho para alongar essa dívida. A gente tem outro grande desafio que é a própria dívida com o Instituto de Previdência do Município.

Só de dívida são perto de R$ 70 milhões no ano, que a gente paga das parcelas que não foram pagas no passado. Talvez aprove a PEC 66 no Congresso que permita que a gente parcele em um pouco mais de tempo. Mas é claro que a gente vai continuar pagando e arcando para manter a sustentabilidade do instituto.

Então, no final do dia, como você não tem caixa, porque quando você vai renegociar dívida, é bom quando você tem dinheiro. Você pede o máximo de desconto possível e quita. Como a gente não tem mais essa possibilidade, a gente está negociando, empurrando algumas dívidas por precatório. Que daí a gente tem um limite do quanto a gente paga por ano, então não deixa de ser um alongamento da dívida. Alguns fornecedores toparam empurrar o parcelamento a partir de janeiro do ano que vem. Então a gente está trabalhando com todas as ferramentas possíveis e jogando limpo com os nossos fornecedores também.

Porque conquistar a confiança de quem está ali prestando serviço, a gente vai ser rigoroso na boa prestação de serviço. Então, a transparência é importante para que ele continue prestando um bom serviço mesmo nas condições financeiras adversas, digamos.

O senhor falou dos servidores. Continua a ideia do plano de demissão voluntária?

A gente teve bastante demanda, inclusive de gente perguntando, mas um dos desafios é para ter um plano de demissão voluntária, você tem que ter caixa para fazer o benefício. Então, a gente não tem uma ferramenta adequada para poder fazer um bom plano. Então a princípio está em stand-by.

Sobre o terreno da “Esquina do Brasil”, o senhor falava que era muito vantajoso para a prefeitura, mas vai ter que vender?

Continua sendo muito valioso, o apelido Esquina do Brasil já fala por si só, né? Mas a realidade se impõe também. O sonho era que fizesse uma boa concessão, mas o que está ficando cada vez mais claro é que as empresas estão procurando menos pela insegurança jurídica, e estão apostando muito mais também na própria compra dos imóveis para não ter essa chance de ter disputa, porque muda o governo ou porque muda o entendimento da lei. A gente não tem alternativa para dar um salto na receita do município. A principal é venda de ativo.

Prefeito, o senhor falou da questão de empresas. E a questão da Siderúrgica Nacional?

Eu fui conversar com o Benjamin [Steinbruch], que é o presidente da CSN. Fui conversar com o Nuno e com o Paulo que estão mais na operação local. Eles também estão esperando, estão discutindo um incentivo fiscal, mas é uma decisão um pouco mais complexa. Mas eles têm até dia 15 para me reapresentar um plano de trabalho de investimento. Eles tinham um plano de desenho por ano, quanto que eles investiriam na fábrica e o que eles trariam para Taubaté das outras unidades deles. Então, segundo eles, o plano continua de pé, na intenção de vir para Taubaté, aquele prédio da Ford é espetacular para a infraestrutura deles.

Mas eles têm que me apresentar, porque eles também receberam um projeto de incentivo fiscal. Eles estão com 80 funcionários lá mais ou menos, com algumas unidades de negócio e daí vamos ver. Com a reforma tributária também, em breve, acho que até 2032, a gente não vai ter mais essa discussão de se o governo vai dar ou não vai dar incentivo fiscal. Finalmente essa guerra deve encerrar, daí muda o jogo. Os municípios e os estados vão ter que oferecer infraestrutura, logística, mão de obra. O benefício que é bom para todo mundo.

Então, eles estão vendo. O que a gente está tentando estimular, cobrar e mostrar é que a gente tem uma gestão que vai dar o apoio necessário para eles acelerarem esse processo. Isso serve para a CSN.

A gente conversou com a Malteria Soufflet que está num momento de grande investimento. Também está participando de conversa com o governo do estado para tentar ajudar. Eles querem dobrar a fábrica. Então, disputa no Paraná e aqui em Taubaté. Para a gente, quanto antes, melhor.

Tem o pessoal da Embraer, do eVTOL. O voo inaugural [até dezembro] não vai ser em Taubaté, mas eles têm que fazer a fábrica e a linha de produção. Na primeira reunião que a gente teve com eles lá na Embraer, a primeira ordem de serviço seria ali no começo de 2027. E a gente, apesar dessas turbulências econômicas, espera que os prazos se mantenham, porque essas fontes de receita vão ser muito importantes para o município.

A gente está na disputa, como eu falei, de algumas outras áreas, por isso também a importância da Câmara aprovar com velocidade o programa de incentivos, porque a antiga está sendo questionada, então tem que dar uma segurança para, se a empresa decidir vir para Taubaté, em uma área nossa, que a gente tem que fazer concessão, tem que ter um caminho, um tapete vermelho jurídico para dar certo e dar segurança.

Já está na Câmara essa nova legislação?

Sim. A gente já tinha colocado antes, daí fizemos alguns ajustes em comum acordo com a Câmara e voltou ontem para lá. Então a gente espera que no mês de agosto ainda seja aprovado.

Na Esquina Brasil, a ideia é vender para um único comprador, ou vai poder ser fatiado?

Ali tem quatro matrículas. A gente fez uma análise. Qual é o grande desafio da venda de imóveis nesse momento com a taxa de juros a 15%? Deixar o investimento para deixar o dinheiro no banco sem risco e ter um excelente rendimento. A gente precisa da permissão para a venda e daí fazer vários estudos para ver qual é o melhor ganho para o município. São mais de 1 milhão de metros quadrados, então é uma área significativa.

Tem que ter uma análise de mercado para dizer como é que a gente tira o melhor proveito da área. Como é que você não prejudica também algum eventual empreendimento investir na cidade.

Somando a Esquina do Brasil com os outros imóveis, quanto a prefeitura estima arrecadar com a venda?

Depende muito de como for a avaliação. E primeiro tem que conseguir vender. Mas deve dar mais de R$ 140 milhões nesse pacote que está lá [na Câmara]. Isso é uma estimativa. A esquina é o maior, sei lá, mais de R$ 100 milhões só a esquina, e aí os outros somariam a diferença.

O senhor retirou o projeto do plano de carreira que estava na Câmara. Vai reformular?

Sim. Inclusive, isso é um compromisso de campanha reafirmado publicamente diversas vezes. A gente está tendo que fazer vários ajustes pelas cobranças dos órgãos de controle. Infelizmente, as gestões anteriores não se atentaram à legislação, não fizeram um plano de carreira, enfim, agora a gente está tendo que corrigir ou é obrigado a corrigir diversas coisas ao mesmo tempo. Mas continua o compromisso de um bom plano de carreira até o final do ano que vem.

Foi retirado porque aquele projeto tinha algumas inconsistências. Foi criada agora uma frente parlamentar na Câmara Municipal também para apoiar. A gente já está estudando alguns modelos de planos, depois tem que respeitar as condições financeiras do município também.

Agora é uma questão de tempo e validando as melhores práticas. Inclusive, de livre espontânea vontade, a gente vai assinar um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público para reafirmar o compromisso de ter o projeto protocolado. Eu não consigo garantir a aprovação, porque depende da Câmara, mas um compromisso público de ter, até o final do ano que vem, protocolado um projeto de lei do plano de carreira.

Prefeito, recentemente deu polêmica o corte de árvore centenária que a prefeitura fez em Taubaté, e mais 13 árvores menores. Ambientalistas criticaram a medida. Como é que o senhor responde a essas críticas?

Ninguém corta uma árvore daquela feliz, né? Acho que é uma questão de segurança, é o entendimento de que aquela árvore, infelizmente, tinha o laudo técnico dizendo que era um risco para a população, então era uma decisão difícil, claro, porque quem fica feliz de tirar um negócio? A gente está fazendo uma revitalização do centro, da praça. Enfim, a gente chama de medida de segurança.

A gente prefere responder pela tristeza de ter que cortar uma árvore daquela do que responder daqui a pouco se cai na cabeça de alguém, se machuca alguém. Então, é uma decisão técnica.

E o replantio? O pessoal cobra que seja feito na área central. Como vai ser?

Então, agora a gente tem o Gabriel [de Miranda Alcântara], o secretário de Meio Ambiente, o coronel Oliveira dos Serviços Públicos, a Marcela [Franco] de Planejamento, a gente está discutindo para ver. A gente tem que ter um bom plano de arborização. O que a gente vê em Taubaté é árvore errada plantada no lugar errado. Quando chove, tem muito problema de queda de árvore, você vê em vários lugares a raiz da árvore arrebentando calçada e a rua.

Então, a gente está tentando fazer um plano um pouco mais consolidado para fazer bem-feito. Agora, é claro que é importante ter verde, é claro que é importante ter isso, ajuda na temperatura da cidade, ajuda na beleza da cidade, ajuda em tudo. Então agora é fazer bem-feito. Sobre a revitalização, eu entendo a cobrança A gente também ficou triste. Seria lindo a gente ter uma praça nova com aquela árvore maravilhosa, centenária, mas aí foi uma decisão de segurança.

Sobre a revitalização da Praça da Eletro, é um projeto que vai ser bancado, vai ser pago pela Havan, que vai se instalar ali?

É pela iniciativa privada. A gente tem um decreto de doação e aí tem algumas unidades, tem alguns parceiros ajudando a gente nesse resgate da cidade. Especificamente na Eletro, vai ser a Havan que vai se instalar que vai fazer. Não faz sentido inaugurar a loja se a praça não estiver pronta. Acho que é em algum momento em outubro que devem inaugurar. Agora, obra é obra, né? Mas tenho certeza que eles querem inaugurar antes do Natal.

Recentemente, tivemos o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou medidas contra o Brasil. O primeiro impacto foi muito grande para a nossa região, por causa da Embraer, mas depois ela acabou sendo retirada do tarifaço. Como o senhor viu esses episódios todos?

Qualquer tarifa ou qualquer mudança no cenário gera insegurança, e qualquer aumento de custo radical dessa maneira gera insegurança em todo mundo, por isso toda essa movimentação. Agora, tem a narrativa política e eu entendo que muito mais culpado é o próprio governo federal que exercita, por diversas vezes, medidas de ataque ao parceiro. Então, você pode ver como um contra-ataque. Agora, o Trump tem feito isso com quase todos os países.

Ele coloca uma tarifa enorme na sala e depois vai renegociando. Então, eu entendo como equivocada a postura do governo federal com o principal parceiro comercial, para mim não faz sentido. Aí acho que é muito mais uma disputa ideológica que fica com essas bravatas de imperialismo americano e fazendo pequenos ataques, e agora veio uma reação. Agora, boa parte dos serviços já foi renegociado, repactuado.

Taubaté vai ser impactada mesmo depois dessas exceções? O senhor tem esse diagnóstico?

Sempre tem uma reação secundária. Mas, de imediato, tem pouco que a gente possa fazer. Acho que é mais uma negociação do governo federal. Agora, o que é ruim para a gente é ruim para a gente e ponto. Qualquer medida, qualquer mudança drástica de valor de cobrança, tarifa, imposto, segurança jurídica, tudo isso causa um reboliço.

Esquece ideologia, isso é histórico. O Brasil é um país tão burocrático, com regras tão ruins de tributação, a gente cria tanto caos, aí vem outro governo, coloca uma tarifa e a gente vai pegar 30 bilhões do pagador de imposto para dar de subsídio. É, enfim, uma máquina de decisões ruins.

O componente político que justificou a taxação é muito maior contra o Brasil, porque em outros lugares não houve esse componente político. Trump colocou a anistia a Bolsonaro “imediatamente”, ele colocou esse componente político. E tem a questão do deputado federal Eduardo Bolsonaro estar agindo contra o Brasil. Como o senhor vê essa questão política? Cabe um governo independente, soberano e estrangeiro querer influenciar no judiciário de outro governo estrangeiro, independente e soberano?

Também não aprovo essa postura, mas eu entendo que não é só político. É quando a Suprema Corte começa a tomar decisões que impactam outros países também, não faz sentido. Ou atenta à liberdade de expressão. Para mim, a justiça já passou, está fora do seu senso de responsabilidade há muito tempo. Eu acho que também é uma reação. Agora, eu também fui pego de surpresa. Não imaginava que chegaríamos a esse ponto de discussão.

O senhor acha que há um atentado à liberdade de expressão do Brasil?

Contas sendo banidas ou o próprio inquérito completamente ilegal, acho que agora está ficando às claras também o que o próprio Alexandre Moraes estava fazendo sem, na minha opinião, sem base nenhuma.

Há diagnósticos de juristas de que o inquérito das Fake News como os outros inquéritos foram abertos corretamente. É claro que se pode questionar se as penas foram exageradas em alguns casos, mas não é porque o outro lado provocou isso também, exagerou demais? O senhor acha que não houve tentativa de golpe no Brasil?

Não, eu entendo que não houve tentativa de golpe. Eu entendo que houve, assim, de novo, tinha lá um grupo de manifestantes como já teve do outro lado e que foram punidos de maneira completamente equivocada ou, como você falou, sem a devida dosimetria, a individualidade da pena. Acho que daí tem juristas para os dois lados. Daí acho que no final do dia acaba sendo uma questão de se analisar o que você entende ser mais compatível. Você falou assim: "Ah, tem jurista para esse lá, tem jurista para outro".

Então, infelizmente no Brasil, também não tem uma regra talvez tão clara e tem mudança de entendimento, especialmente no Supremo, com muita frequência, por isso talvez esse senso tão grande de impunidade. Você vê alguém julgado em três instâncias condenado e depois descondensado versus um que vai direto na Suprema Corte. Muda alguns entendimentos do que já foi até recente.

O senhor espera ainda mais tumulto institucional e político até o ano que vem, que é ano de eleição? Quanto isso impacta numa administração pública municipal?

Olha, é difícil avaliar. Parece que a gente está indo para um caminho de cada vez mais tumulto. E claro que gera mais instabilidade. Acho que a gente tem tantos problemas grandes para resolver e a gente fica muitas vezes discutindo questões políticas e não as questões que o Brasil realmente precisa. Então, que gera problema para todos, gera. Tem brasileiro acordando cedo, trabalhando, pagando imposto e não tendo o retorno no serviço que é o que a gente espera. Que é o que eu tenho tentado fazer em Taubaté.

Eu também estou acompanhando essas coisas à distância. Eu estou focado em resolver os problemas de Taubaté, acho que para isso que eu sou remunerado e para isso que eu concorri e me elegi. Eu não tenho influência direta nenhuma no que acontece em Brasília. O que eu quero é resolver nossa dívida, melhorar os serviços, colocar Taubaté no seu devido lugar.

O senhor tem ideia de quanto tempo vai demorar para colocar Taubaté no patamar mínimo de melhoria que imaginava na campanha?

Bom, ainda tem várias variáveis que vão definir essa resposta. Quando respondi isso da primeira vez, a liminar não havia caído, e agora caiu. Em dezembro eu tenho que pagar um boleto de R$ 35 milhões. Eu vou ter que tirar de algum lugar. Se eu conseguir vender o imóvel, se eu não conseguir, então, eu acho que a gente está melhorando bastante os serviços, mas o governo será um governo de várias pequenas obras, digamos. A gente vai conseguir com o governo do estado um investimento para o Hospital Universitário, vai ter um hospital privado bacana chegando na cidade, o que já desafoga um pouco a nossa rede pública, já que não tem hospital privado em Taubaté. A gente está em negociação com o hospital filantrópico para que ele vá para a cidade.

E você pode avaliar a cidade em vários aspectos. No aspecto financeiro, entendo que a gente vai demorar para conseguir ter uma conta saudável, porque depende de arrecadação e de reduzir, praticamente, a despesa que é muito alta no curto prazo. De novo, por isso eu gasto e invisto tanto tempo tentando conversar com bancos, governo federal, para renegociar e alongar o máximo possível.

Agora em termos de serviço, acho que já tem uma melhoria significativa em vários deles. A gente tirou mais de 200 pessoas da rua em 6 meses. Isso é um número que agora a gente está patinando em conseguir melhorar esse resultado, porque tem ali perto de 290 pessoas cadastradas que não querem ajuda, que muitos estão em situação de droga. A gente não tem uma ferramenta, não tem internação compulsória. Muitos deles praticam pequenos delitos que a guarda ou a polícia prendem e eles saem da prisão, saem da cadeia ali antes do policial. Tem algumas soluções que passam também pela discussão em Brasília, que eu acho que teria que estar discutindo mais isso do que outras coisas na política.

A gente lançou a Romu, a ronda municipal para reforçar, tem uma guarda de elite agora na guarda municipal, uma tropa de elite. Tem o GTAM também, uma tropa de moto. Tem o programa Sentinela que conecta as câmeras privadas no público, a gente conseguiu ampliar bastante o nosso campo de visão lá no centro de gestão integrada.

A gente tem o gabinete de gestão integrada com todas as forças de segurança na mesa, com o Ministério Público, com a prefeitura, com fiscal de postura, com todo mundo, para a gente ir no foco dos problemas em conjunto. Então tem roubo de fio de cobre, é um problema. A gente está tentando atuar nos ferros velhos que estão atuando irregularmente e que possivelmente podem estar comprando esse item é roubado, e estamos fazendo algumas operações.

Em adegas que tem tido um grande desafio de criminalidade ao seu redor. Na segurança pública, tem um esforço muito grande em conjunto. A gente conectou todas as nossas câmeras com o sistema do Muralha Paulista do Estado e agora vai ter troca de banco de dados. Eles conseguem acessar o nosso e a gente o deles, para ter mais inteligência. Então, não tem bala de prata. Não tem algo que você faz que melhora significativamente. Você tem que ir melhorando as ferramentas ao longo do tempo.

A gente aumentou em 180% a quantidade de cirurgias na cidade, internações, hospital. A gente está melhorando gradativamente os serviços no Hospital Universitário, fiscalizando também a entidade para que preste um serviço adequado, fazendo a devida cobrança. Temos um entendimento de que as UPAs tiveram uma melhoria.

Porque melhorando o hospital, você consegue dar vazão mais rápido nos leitos, nas pessoas que estão internadas nas UPAs, que não deviam estar lá. Você consegue dar um atendimento melhor. Em breve vai ter alguns choques de tecnologia.

Na educação temos conseguido reduzir o número de vagas na creche, convocamos bastante professores. Em breve, esse mês ainda, vai um projeto de lei também para melhorar a questão da contratação que é um problema eterno de Taubaté, que chama de eventual-fixo. O professor que é eventual, só que ele fica fixo na escola o ano inteiro. Daí ele não tem ferramenta para preparar aula. Está tudo errado. Vai contratar via temporário, que daí ele tem a flexibilidade que a gente precisa para substituir, mas vai ter mais tempo e mais direito para se organizar e ajudar a gente a melhorar a educação.

Como está a questão do Hospital Universitário?

A gente já está batendo em 180 leitos, perto de 180 leitos ativos. Ainda não está na meta do plano de trabalho. E por isso a gente está cobrando também, acompanhando. A gente teve uma reforma da maternidade que agora está bem mais moderna. A gente ainda vai ter que melhorar o banheiro, aumentar o número de banheiros. Entregamos a UTI Neonatal, que foi emenda minha enquanto deputado. Agora nem fizemos inauguração para já colocar a operação logo.

Agora tem um espaço adequado para a UTI Neonatal, para cuidar melhor. A gente espera que nenhuma criança precise ir para lá, mas se precisar tem que ter um bom atendimento e acolhimento. Conseguimos o compromisso do governador Tarcísio [de Freitas] e está na fase do projeto para construir uma nova ala materna infantil ali. Em breve assinamos o convênio de investimento. Muito em breve vai para a rua.

Já foi feito o processo licitatório, está na fase de assinatura de contrato das duas empresas que ganharam as obras de drenagem da Avenida do Povo e do Campos Elíseos, problemas antigos da cidade. Fomos credenciados para mais três projetos de drenagem, seguindo o nosso plano de macrodrenagem junto ao Fehidro [Fundo Estadual de Recursos Hídricos]. Estamos terminando as duas obras grandes de rodovias com recurso do governo do estado, a estrada do Rio das Antas e das Sete Voltas.

A gente vive numa cidade que em vários pontos são campos minados, que a gente tem a tubulação já vencida e que, nas chuvas mais severas, com muita frequência, tem um afundamento, cria-se aquelas crateras que estão ficando recorrentes em Taubaté. Já fechamos duas delas, devidamente cuidadas.

Agora são os investimentos no distrito do Una, a gente conseguiu depois de quanto tempo. A Sabesp está fazendo investimento no saneamento ali, a gente quer regularizar os nossos distritos industriais. Então, tem bastante coisa acontecendo de serviço ao mesmo tempo. É óbvio que, nos primeiros 6 meses, você acelera ou entrega coisas que já estavam acontecendo.

Agora deve ir para um chamamento também, como na Villa Santo Aleixo, que está bem movimentada, é um ativo cultural da cidade importante, na Praça Santa Terezinha.

Quais outros equipamentos históricos vocês pretendem recuperar?

O Sítio do Pica-Pau Amarelo, a gente está conversando com o governo do Estado, já é uma demanda antiga. Ou assumir ou conquistar o investimento do governo do Estado. Tem a Casa das Sementes, para construir uma experiência integrada com o Sítio do Pica-Pau Amarelo, que é ali do outro lado da rua. É um baita ativo parado há muito tempo, além de uma arquitetura bonita. Você consegue melhorar radicalmente a experiência de quem visita, do turista, do visitante, do taubateano, de quem quer que seja.

Porque o sítio hoje é sempre uma frustração para quem chega ali. A gente tem uma tristeza. A gente vai mudar isso. Que é o turismo de um dia só. A pessoa vem com todo gás e chega lá e fala: "Poxa, era só isso". Então tem que ter mais alternativa. Ah, o Lopes Chaves, né? A escola famosa Lopes Chaves.

E qual é sempre o grande desafio de discutir patrimônio público? O próprio investimento, especialmente se ele for tombado. Investimento inicial. Tem que ir tentando captar recurso para a execução, porque com caixa próprio vai ser difícil. Além disso, a gente quer fazer algumas concessões. A concessão do Teatro Metrópole, a concessão do Parque do Itaim vai semana que vem para Câmara.

É um parque maravilhoso, hoje morto, subutilizado. Mas com enorme potencial, plano de manejo aprovado, contemplando a possível concessão e o que pode ser feito. A gente já recebeu alguns grupos interessados, mas de novo, a segurança jurídica é uma das coisas que faz com que eles invistam num plano de viabilidade financeira, num estudo mais profundo do que fazer ali. Então, tem bastante coisa acontecendo ou para acontecer nos próximos meses ainda.

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