Três casos distintos de violência doméstica, registrados em Jacareí, Pindamonhangaba e Taubaté, resultaram na prisão em flagrante de homens acusados de agredir, ameaçar e manter companheiras em situação de risco.
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Os boletins de ocorrência, lavrados entre 4 e 5 de agosto, evidenciam o ciclo contínuo de agressões e a atuação das autoridades diante das denúncias.
Em Jacareí, o caso aconteceu no bairro Jardim Paraíso, por volta das 22h35 de segunda (4). Segundo o boletim de ocorrência, a vítima relatou que estava trancada em um quarto com a filha de dois anos e temia que o agressor arrombasse a porta.
O homem, com quem manteve união estável por cinco anos, teria invadido o quarto com uma faca e dito: “Se eu for preso, vou preso por homicídio, não por ameaça”.
A mulher relatou que já vinha sofrendo agressões físicas e psicológicas, mas não havia denunciado por medo. O acusado foi preso pela Polícia Militar dentro da residência e, segundo os agentes, apresentava comportamento hostil.
A delegada responsável pelo caso confirmou o flagrante com base nos crimes de lesão corporal, ameaça e perseguição, todos cometidos no contexto da Lei Maria da Penha.
“Ele já me ameaçou de morte várias vezes e dizia que a polícia não conseguiria me proteger”, declarou a vítima em seu depoimento à Polícia Civil.
Pindamonhangaba.
Em Pindamonhangaba, no bairro Vale das Acácias, a vítima relatou que, por volta das 4h desta terça-feira (5), acordou sendo espancada com socos, tapas e empurrões por seu companheiro, com quem mantinha união estável.
A mulher conseguiu fugir da casa e buscou ajuda na residência de uma vizinha, que acionou a Polícia Militar. A equipe encontrou o agressor dentro da residência e realizou a prisão em flagrante.
“Ele se transformou de repente, sem qualquer motivo. Só queria me machucar”, disse a mulher, com escoriações no rosto e braços.
Na delegacia, a autoridade policial ratificou a prisão com base nos crimes de lesão corporal e ameaça, agravados pelo contexto de violência doméstica e familiar.
Taubaté.
Em um dos casos mais graves, ocorrido em Taubaté, a Polícia Militar foi acionada por vizinhos que ouviram os gritos de socorro de uma mulher no bairro Água Quente. Ao chegarem, os policiais tentaram contato com o morador, mas foram impedidos de entrar.
Segundo o boletim, o agressor lançou a chave do portão em uma casa vizinha e se recusava a libertar a vítima, que estava trancada na casa. A equipe, com apoio de outras viaturas, entrou pelos fundos e imobilizou o homem, que apresentava sinais de embriaguez e agressividade.
“Ele me bate sempre, me ameaça com tudo que encontra, hoje foi com um martelo. Disse que ia me matar e me trancou aqui dentro”, disse a vítima à Polícia Civil.
A mulher relatou que era agredida com frequência, inclusive sexualmente, e que o autor apresentava histórico de abuso de drogas e álcool. Ela estava com dores nas costas e nos braços, embora não apresentasse lesões visíveis no momento. Um martelo foi apreendido no local.
O agressor foi preso em flagrante pelos crimes de lesão corporal, injúria e ameaça, todos com base na Lei Maria da Penha. Segundo o delegado responsável, não foi arbitrada fiança.
“A negativa do autor em permitir o acesso dos policiais, somada aos relatos coesos da vítima e testemunhas, confirma o estado de flagrância e a materialidade dos crimes”, afirmou o delegado em seu despacho.
Para a polícia, os três casos reforçam a necessidade de denunciar e combater a violência doméstica. Em todos os registros, as vítimas relataram agressões recorrentes e comportamentos possessivos, com episódios anteriores que não foram denunciados por medo, vergonha ou dependência emocional e financeira.