Um dos alvos da megaoperação da Polícia Civil de São Paulo contra quadrilha de falsificação de medicamentos e tráfico de anabolizantes foi preso na manhã desta terça-feira (5), em um edifício de luxo localizado no bairro Jardim Aquarius, na zona oeste de São José dos Campos.
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De acordo com a polícia, o homem estava no imóvel quando foi surpreendido pelas equipes no início da manhã. Ele foi conduzido ao 1º Distrito Policial, onde permanece preso temporariamente à disposição da Justiça. A operação foi iniciada às 6h, após uma reunião de alinhamento entre os policiais civis.
Outro homem investigado também foi preso na cidade. A captura desse segundo alvo foi realizada na rua Santa Clara, também em apartamento de luxo, na região da Vila Adyana. A prisão aconteceu pelos policiais civis. A esposa também foi detida para averiguação.
A coordenação da operação em São José dos Campos ficou a cargo do delegado Reinaldo Checa, titular do 1º Distrito Policial da cidade, que representou a Delegacia Seccional nas ações locais.
Foram mobilizadas sete equipes da Polícia Civil de São José e outras três da 1ª Cerco (Central Especializada de Repressão ao Crime Organizado), totalizando 10 equipes atuando diretamente na cidade. Além das diligências em São José, mandados foram cumpridos em Jacareí, em endereços ligados a outros alvos da operação.
A Operação Dead Shark foi deflagrada em 12 estados brasileiros, com o objetivo de desarticular uma quadrilha criminosa autodenominada “Red Shark”, especializada na fabricação e comercialização clandestina de anabolizantes e emagrecedores, utilizando insumos irregulares e estruturas laboratoriais clandestinas.
De acordo com a Polícia Civil, a organização operava como uma empresa clandestina, com estrutura de laboratórios underground, logística própria, marketing, distribuição e até vestuário com a marca “Red Shark”.
A investigação teve início há cerca de um ano, conduzida por agentes da 1ª Cerco, com base em denúncias e levantamentos de inteligência sobre a circulação de medicamentos falsificados no mercado nacional.
Os medicamentos produzidos pela quadrilha eram vendidos diretamente a pessoas físicas, sem prescrição médica, o que infringe diversas normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A venda ocorria principalmente por meio de redes sociais, sites especializados e plataformas digitais.
Movimentação milionária.
Segundo o delegado Ronald Quene, que coordena a operação estadual, a organização teria movimentado cerca de R$ 25 milhões nos últimos cinco anos.
“As equipes se deslocaram às 6h, depois de uma reunião de alinhamento, para dar início aos mandados de busca e de prisões temporárias”, afirmou Quene.
No estado de São Paulo, foram cumpridas 57 ordens judiciais, entre buscas e prisões, nos municípios de São José dos Campos, Jacareí, São Paulo, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Cotia, São Caetano do Sul, Campinas, Jundiaí, Louveira, Sumaré e São José do Rio Preto.
A megaoperação contou com 255 equipes de policiais civis — cada uma composta por três agentes — e envolveu todos os departamentos de Polícia Judiciária do Estado de São Paulo. A operação também acontece em 11 estados.
Os mandados de prisão e busca e apreensão foram autorizados pela Justiça e distribuídos conforme o mapeamento da atuação da quadrilha em cada localidade.
Durante o cumprimento dos 85 mandados de busca e apreensão, as equipes foram orientadas a localizar diversos materiais ligados à produção e comercialização dos medicamentos falsificados. As equipes também foram orientadas a registrar em formulário todos os materiais apreendidos no ato da operação.