VIOLÊNCIA NO VALE

'Ele vai me matar. Vai matar minhas filhas'; mulher relata terror

Por Leandro Vaz | Caçapava
| Tempo de leitura: 2 min
Da redação
TV Record
Agredida em Caçapava
Agredida em Caçapava

“Ele vai me matar. Vai matar minhas filhas.” Foi com esse grito desesperado que Karen, de 30 anos, tentou buscar ajuda em uma das raras oportunidades em que conseguiu sair do carro onde era mantida refém. Mãe de três filhas e profissional esteticista, ela foi sequestrada e mantida em cárcere privado por cinco dias pelo ex-namorado, de 26 anos, em uma sequência de abusos físicos, sexuais e psicológicos que teve início em Caçapava e terminou em Taubaté.

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O caso, registrado como sequestro, violência doméstica e cárcere privado, começou após o fim de um relacionamento de pouco mais de um mês. “Eu percebi os sinais de agressividade logo depois que terminamos. Ele não aceitava o fim, não queria sair da minha casa,” relatou a vítima em entrevista à TV Record.

Na última sexta-feira, ao tentar encerrar de vez o vínculo, Karen concordou em levá-lo para casa. No caminho, o homem assumiu o volante do carro e deu início ao sequestro. A partir dali, começou uma rotina de horrores. “Ele me batia, me ameaçava com uma pistola e me asfixiava até eu desmaiar. Quando eu acordava, ele já estava falando de novo, pronto para me bater mais uma vez.”

Segundo a vítima, o agressor a levou por várias cidades da região durante o cárcere. Ela conta que, em determinado momento, conseguiu abrir a porta do carro e correr em direção a um grupo de pessoas. “Eu vi que tinha esperança porque tinha muita gente na rua. Saí correndo e gritando por socorro.” Porém, a ajuda não veio: “Tinha cerca de 10 homens ali e eles disseram que não iam fazer nada, que não podiam me ajudar.”

O resgate ocorreu apenas na quarta-feira (30), quando a Polícia Militar localizou o veículo no bairro Alto São Pedro, em Taubaté. Após uma perseguição de cerca de 15 minutos, que incluiu trechos na contramão da Rodovia Presidente Dutra, o carro foi interceptado no centro da cidade. O suspeito ainda tentou fugir a pé, mas foi detido.

Dentro do veículo, Karen foi encontrada desorientada, com ferimentos visíveis e profundamente abalada. “Foram cinco dias de tortura física e psicológica. Ele dizia que, se eu tentasse fugir, faria mal às minhas filhas.”

O carro, utilizado durante o sequestro, ficou com dois pneus destruídos e vários danos estruturais após a perseguição.

O agressor passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (31) e deve responder por sequestro, cárcere privado, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, estupro e violência doméstica.

A polícia segue investigando o caso. Karen, apesar do trauma, sobreviveu para contar o que definiu como “os piores dias da minha vida.”

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