PRODUTOS DE FORA

Lista de exceções do tarifaço de Trump reduz impactos no Vale

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Produção de aviões da Embraer, em São José dos Campos
Produção de aviões da Embraer, em São José dos Campos

A publicação com exceções do decreto executivo assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que oficializa a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, nesta quarta-feira (30), reduziu os impactos negativos para as empresas do Vale do Paraíba.

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O motivo é que o decreto trouxe centenas de produtos que foram deixados de fora da sobretaxa de Trump, como as aeronaves, favorecendo a Embraer e outras companhias do Vale, reduzindo fortemente o risco de demissões em massa e os prejuízos bilionários na região.

A Embraer seria a mais afetada pelo tarifaço, em razão de que cerca de 60% de suas vendas são voltadas aos Estados Unidos. Portanto, a fabricante estava altamente exposta ao risco tarifário.

A terceira maior fabricante de aeronaves do mundo estimava que o tarifaço poderia causar um impacto similar ao da pandemia de Covid-19. Na época, a Embraer teve cerca de 30% de queda de receita e precisou reduzir em torno de 20% o quadro de funcionários.

De acordo com o CEO e presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, a alteração nos preços das aeronaves poderia gerar cancelamento de pedidos, postergação de entregas, revisão do plano de produção, queda de geração de caixa e redução de investimentos.

Gomes Neto envolveu-se pessoalmente nas negociações com representantes do governo americano após o anúncio do tarifaço, em 9 de julho. A companhia contou com forte apoio de clientes nos EUA.

Região.

No Vale do Paraíba, 14 cidades entre 23 exportadoras venderam para os Estados Unidos no primeiro semestre deste ano. Elas seriam as mais atingidas pela sobretaxa de 50% imposta aos produtos brasileiros, mas a maior parte dos produtos exportados na região ficou de fora da tarifa.

São José dos Campos, que seria a mais afetada, teve 52,44% do total das suas exportações indo para os EUA em 2025 – US$ 738,29 milhões de um total de US$ 1,40 bilhão. Os aviões representaram 92% das exportações de São José para os americanos.

Ilhabela e São Sebastião venderam para os EUA US$ 240,74 milhões e US$ 121,20 milhões neste ano, respectivamente, o que representou 23,58% e 41% do total de suas exportações. Os dois municípios vendem petróleo aos americanos, produto que ficou de fora da tarifa.

Outras cidades e produtos exportados pela região para os EUA, que também ficaram de fora do tarifaço: Pindamonhangaba (alumínio), Taubaté (reatores, caldeiras e máquinas) e Guaratinguetá (produtos químicos).

Balança com EUA.

No primeiro semestre de 2025, a região exportou US$ 1,25 bilhão para os EUA contra US$ 1,48 bilhão em igual período do ano passado, uma queda de 15,40%. Apenas duas das sete cidades mais exportadoras para os EUA aumentaram as vendas.

São José dos Campos registrou crescimento de 18%, passando de US$ 625,95 milhões em 2024, de janeiro a junho, para US$ 738,29 milhões neste ano. Taubaté cresceu 15% no mesmo período, de US$ 36,84 milhões para US$ 42,47 milhões.

As demais cidades tiveram redução: Ilhabela (-38%), São Sebastião (-53%), Pindamonhangaba (-36%), Cruzeiro (-48%) e Guaratinguetá (-22,6%).

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