REESTRUTURAÇÃO

Raízen vende ativos e já soma R$ 2 bilhões em reforço de caixa

Por Da Redação |
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Venda de operações amplia estratégia de corte de dívidas

A Raízen, gigante do setor de energia controlada pela Cosan e pela Shell, segue acelerando sua estratégia de reestruturação financeira e redução da alavancagem. Nesta quinta-feira (data do anúncio), a empresa comunicou ao mercado a venda de parte de sua operação de geração distribuída (GD) por R$ 600 milhões, totalizando R$ 2,025 bilhões arrecadados em menos de três meses por meio da alienação de ativos estratégicos.

Nova etapa: geração distribuída

A mais recente movimentação envolve a transferência de 55 usinas solares, com capacidade instalada combinada de até 142 megawatt-pico (MWp) — energia suficiente para abastecer cerca de 100 mil residências, ou uma cidade com até 300 mil habitantes, segundo o consumo médio nacional.

Os compradores são a Thopen Energia e o Grupo Gera. Pelo acordo firmado, a Thopen ficará com 44 ativos e o Grupo Gera com 11. A operação ainda depende do aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O pagamento será realizado progressivamente, conforme as usinas forem transferidas, e a expectativa é que todo o processo esteja finalizado até março de 2026.

Com a transação, a Raízen também encerra a joint venture firmada anteriormente com o Grupo Gera, colocando fim a um ciclo de desenvolvimento de projetos e soluções de geração solar distribuída.

Desmobilização histórica de ativos

A venda da GD é a terceira movimentação expressiva promovida pela companhia no plano de reestruturação. Em maio, a Raízen vendeu sua usina em Leme (SP) para o consórcio formado pela Agromen e Ferrari, em uma transação de R$ 425 milhões. Foi a primeira vez que a empresa se desfez de uma unidade sucroenergética desde sua fundação.

Logo após, a empresa anunciou a desativação da histórica usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), uma das mais tradicionais do setor. A decisão incluiu a comercialização de 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para seis grupos concorrentes, movimentando cerca de R$ 1 bilhão.

Meta: reduzir alavancagem

As medidas fazem parte do plano anunciado ainda em abril pelo CFO da Raízen, Rafael Bergman, que destacou a necessidade de ajustes na estrutura de capital. Na ocasião, a empresa havia fechado o mês de março com dívida líquida de R$ 34,2 bilhões e índice de alavancagem de 3,2 vezes.

Desde então, a Raízen tem sinalizado de forma consistente ao mercado sua intenção de manter os esforços de desalavancagem, focando na venda de ativos não essenciais e no fortalecimento do caixa operacional.

Comunicação ao mercado

“Com isso, a Raízen conclui a venda de parcela relevante de seus projetos de GD e encerra a joint venture com o Grupo Gera, cumprindo seu objetivo de desenvolver projetos de geração distribuída e soluções de tecnologia relacionadas à energia elétrica”, informou a companhia em comunicado oficial.

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