A enxaqueca é uma condição neurológica crônica que atinge parte significativa da população mundial. Caracteriza-se por dores intensas em um ou ambos os lados da cabeça, acompanhadas de sintomas como náuseas, vômitos e sensibilidade a luzes, sons e odores. A duração das crises pode variar de algumas horas a vários dias.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 40% da população global convive com algum tipo de distúrbio relacionado à dor de cabeça, sendo a enxaqueca uma das formas mais prevalentes. Estima-se que mais de 3 bilhões de pessoas sejam afetadas por essa condição. A incidência é maior entre mulheres, devido à influência hormonal.
Fatores genéticos e gatilhos variados
A origem da enxaqueca está relacionada, principalmente, a fatores genéticos. No entanto, os gatilhos que provocam as crises variam entre os indivíduos. Entre os mais comuns estão o estresse, privação de sono, alterações hormonais e determinados alimentos, como queijos envelhecidos e chocolate. Cheiros fortes e mudanças climáticas também são apontados como possíveis desencadeadores.
No caso das mulheres, a tensão pré-menstrual pode aumentar a frequência das crises. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, condições como irregularidade no ciclo menstrual, síndrome dos ovários policísticos e endometriose podem estar associadas ao agravamento do quadro. A alteração em neurotransmissores, como a serotonina, também tem participação no desenvolvimento da enxaqueca.
Tipos de enxaqueca e seus sintomas
A enxaqueca se manifesta de formas distintas. Cerca de 25% dos casos ocorrem com aura, um conjunto de sinais visuais que precedem a dor, como pontos brilhantes, flashes ou distorções na visão. O restante dos casos é classificado como enxaqueca sem aura, marcada por dor pulsante e localizada, frequentemente agravada por atividades físicas.
Além da dor, os episódios costumam incluir náuseas, vômitos e hipersensibilidade a estímulos sensoriais. No tipo com aura, também podem surgir sintomas neurológicos, como dormência, dificuldade para falar e perda parcial da visão, geralmente antes do início da dor.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é realizado com base no histórico clínico do paciente e na observação dos sintomas. Segundo critérios da International Headache Society, para ser classificada como enxaqueca, a dor deve ser unilateral, de natureza pulsátil, com agravamento por esforço físico e impacto nas atividades rotineiras. A presença de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz ou ao som também é considerada.
O tratamento inclui uso de medicamentos para alívio das crises e prevenção de novos episódios. A orientação médica é essencial para a escolha do tratamento adequado, e o acompanhamento com um neurologista pode ser necessário. Além disso, mudanças no estilo de vida, como a identificação e o controle dos gatilhos, contribuem para o gerenciamento da condição.
A abordagem pode envolver diferentes especialidades, como fisioterapia, psicoterapia e acompanhamento nutricional, com foco na redução da frequência e da intensidade das crises.