JOSÉ LUIZ

Sobre mães e filhos

Por Interino | Colunista social
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Geovanna Tominaga
Geovanna Tominaga

Para inspirar crianças e famílias a valorizarem as experiências e os momentos especiais — e não apenas o acúmulo de bens materiais —, a escritora e jornalista Geovanna Tominaga apresenta “Flint, o pássaro que tinha muitas coisas”, que será lançado no Vale do Paraíba neste domingo, 20 de julho, na Livraria Leitura de São José dos Campos, sua cidade natal. O evento contará com a presença da jornalista Michelle Sampaio para um bate-papo sobre maternidade.

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Publicado pela Ciranda na Escola e ilustrado por Bruna Assis Brasil, o livro convida à reflexão sobre a incessante busca por completude e revela que as verdadeiras riquezas vão muito além dos objetos. Especialista em Neurociência, Educação e Desenvolvimento Infantil, a autora apresenta um colecionador de coisas incríveis que, além de acumular muitos objetos, gosta de admirar e exibir suas preciosidades. O pequeno pássaro não mede esforços para trazer cada vez mais “riquezas” para o ninho, mas, mesmo cercado por tudo o que valoriza, sente um vazio no coração. Flint até tenta falar sobre seus tesouros com as aves que param para beber água em sua fonte de madrepérola; no entanto, nenhuma delas parece interessada. Todas almejam chegar à Grande Árvore — um lugar que o passarinho acumulador ainda não conhece.

Com leveza e ternura, o livro “Flint, o pássaro que tinha muitas coisas” aborda questões profundas sobre a busca por felicidade e a importância do desapego.


Por que escrever um livro sobre consumo consciente voltado para o público infantil?

A infância é uma fase decisiva para a formação de valores. Muitas vezes, sem perceber, acabamos transmitindo às crianças a ideia de que "ter" é mais importante do que "ser". Com Flint, quis provocar uma reflexão leve, poética e acessível sobre esse comportamento. Mostrar que o que realmente preenche o coração são as experiências, as relações e as descobertas — e não os objetos acumulados ao nosso redor.


Como surgiu a ideia do personagem Flint e sua jornada?

Flint nasceu de uma metáfora muito presente na minha própria trajetória: a sensação de que, por mais que a gente acumule conquistas, coisas ou reconhecimento, algo ainda pode faltar. Com as crianças, isso se traduz na frustração constante diante do desejo por mais brinquedos ou novidades. Flint é um passarinho que tenta preencher um vazio com objetos, mas só encontra sentido quando aprende a se desprender deles.


Quais temas o livro aborda além do consumo?

Além do consumo consciente e do desapego, o livro fala sobre amizade, pertencimento, empatia e autoconhecimento. A história conduz o leitor por uma jornada interna de transformação, mostrando que a leveza pode nos levar a lugares onde o peso do excesso nunca nos levaria. Há também uma crítica sutil à cultura do individualismo e uma valorização da convivência e da troca com o outro.


Como pais e educadores podem usar esse livro em casa ou na escola?

O livro pode ser um excelente ponto de partida para rodas de conversa, projetos pedagógicos ou momentos de leitura afetiva em família. Ele permite que crianças e adultos reflitam juntos sobre seus próprios hábitos de consumo, seus apegos e o que realmente importa em suas vidas. Além disso, abre espaço para falar de sentimentos como a solidão e a frustração de maneira lúdica e acolhedora.


Você acredita que o consumismo infantil é um tema urgente?

Sem dúvida. Vivemos em uma sociedade que estimula o desejo constante por mais — mais brinquedos, mais telas, mais novidades. Isso impacta diretamente o comportamento das crianças, sua relação com o tempo, com o tédio criativo e com as relações interpessoais. Falar sobre isso é urgente, porque forma pequenos cidadãos mais conscientes, críticos e afetivos.


Qual mensagem você gostaria que ficasse com quem lê o livro?

Gostaria que crianças e adultos se sentissem tocados pela ideia de que a felicidade não está nas coisas que acumulamos, mas nos encontros que vivemos. Que possamos ser mais leves, mais livres e mais abertos a tudo o que realmente importa. Se, ao final da leitura, alguém decidir soltar algo de que não precisa mais, já terá valido a pena.

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