MERCADO IMOBILIÁRIO

Vendas e locações de imóveis caem no Vale em junho, aponta Creci

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Adenir Britto/PMSJC
Casas e apartamentos em São José dos Campos
Casas e apartamentos em São José dos Campos

Pesquisa sobre o mercado imobiliário no Vale do Paraíba aponta queda de 34,82% nas vendas e redução de 44% no volume de novos contratos de locação assinados em junho, na comparação com os números de maio de 2025.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp

Os dados são de estudo do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo). Segundo o órgão, foram consultadas 109 imobiliárias em 18 cidades da região, incluindo São José dos Campos, Taubaté e Jacareí.

De acordo com o levantamento, a média de valores das casas e apartamentos vendidos no período ficou acima de R$ 500 mil. A maioria era de casas de 2 dormitórios, com área útil de 50 até 100 m². O mesmo padrão foi observado na maioria dos apartamentos vendidos na região.

A pesquisa mostrou que 27,5% das propriedades vendidas em junho estavam situadas na periferia, 50% nas regiões centrais e 22,5% nas áreas nobres.

Com relação às modalidades de venda, 25% foram financiadas pela Caixa Econômica Federal, 29,2% por outros bancos, 25% diretamente pelos proprietários e 20,8% dos negócios foram fechados à vista; Não houve vendas por consórcios.

Quanto às locações de imóveis, a faixa de preço de preferência dos inquilinos de casas e apartamentos ficou entre R$ 1.000 e R$ 1.500, e também para imóveis entre R$ 2.000 e R$ 3.000.

A maioria das casas alugadas era de 2 dormitórios com 50 até 100 m² de área útil, o mesmo padrão da maioria dos apartamentos locados.

A principal garantia escolhida pelos locatários foi o depósito caução. Os novos inquilinos optaram por imóveis situados na periferia das cidades pesquisadas (55%), na região central (33%) e nos bairros mais nobres (13%).

E daqueles que encerraram os contratos de locação, 24,3% não informaram a razão da mudança, 56,8% optaram por aluguéis mais baratos e 18,9% para alugueis mais caros.

Cautela.

Na avaliação de José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, a queda nas vendas e locações revela cautela no mercado imobiliário, muito em função da alta taxa de juros, que impacta diretamente nos negócios.

“Muito embora a gente já tenha prevalecendo o [programa] ‘Minha Casa, Minha Vida’ na quarta faixa, que tem sido muito bom, mas as taxas de juros no mercado convencional ainda continuam muito altas”, afirmou.

“E o número de imóveis financiados pela Caixa foi muito baixo. Então, o que dá a entender é que a taxa de juro está realmente causando dificuldade no mercado”, completou.

Viana Neto disse que o setor tem expectativa da quarta faixa do ‘Minha Casa, Minha Vida’, que financia imóveis até R$ 500 mil, suprir a necessidade do mercado, “porque a taxa de juro convencional está por volta de 14%, enquanto que a do programa é de 10% ao ano. Para que a pessoa possa financiar até 35 anos, então a prestação fica muito baixa. Nós estamos muito confiantes nesse projeto”, afirmou o presidente do Creci-SP.

Segundo ele, a crise envolvendo os Estados Unidos e o Brasil, após o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump, não afeta diretamente o mercado, mas tem impacto indireto.

“O mercado imobiliário particularmente não tem nenhuma ligação com essa taxação. Porém, a macroeconomia do país evidentemente que pode gerar um efeito que coloca o mercado imobiliário na abrangência de aspectos negativos, porque numa situação onde a economia como um todo sofre uma queda, evidentemente o mercado imobiliário vai também entrar nesse rol”, afirmou Viana Neto.

Comentários

Comentários