Um ano sem o pai e o avô, o homem que era o alicerce de uma família.
A morte do empresário e fazendeiro José Roberto de Andrade, de 59 anos, mais conhecido como Loirinho, morto há um ano no Vale do Paraíba. A saudade corta o coração de quem o conheceu.
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José Roberto foi morto a tiros em Taubaté na madrugada de 6 de julho de 2024. O matador estava na garupa de uma moto que parou ao lado da caminhonete do empresário. Era a madrugada de sábado. Baleado covardemente, José Roberto morreu no local. Os criminosos fugiram pela Via Dutra.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que o caso é investigado por meio de inquérito policial na Deic (Delegacia Especializada de Investigações Criminais) de Taubaté.
“A autoridade policial prossegue com as diligências visando o esclarecimento de todos os fatos. Demais detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, disse a pasta.
Saudade.
José Roberto deixou duas filhas e uma neta, além de diversos negócios. Ele era dono de postos de combustível e quatro fazendas no Vale do Paraíba, sendo considerado um dos principais homens de negócio da região.
OVALE coversou com familiares e amigos do empresário para entender a falta que ele faz e a cobrança por justiça. Todos querem ver respondidas as perguntas: quem matou, quem mandou matar e qual o motivo?
“[A polícia] não sabe quem matou, não tem nada”, disse uma pessoa da família do empresário, que pediu para não ser identificada – o medo ainda ronda os familiares. “Os matadores pararam no semáforo e atiraram nele. Esses caras já estavam sondando ele. Não foram identificados até agora”.
“Ele não falou nada [no dia do crime]. Acredito que ele nem foi ameaçado. Estava andando tranquilo quando aconteceu. Ele sempre alertava quando tinha algo mais sério. Ele estava muito calmo”, completou.
Além da falta de esclarecimento para o crime brutal, o que mais dói é a falta que José Roberto faz entre seus familiares. Ele era muito apegado às filhas, à neta e aos amigos, aos quais entregava carinho e amor e recebia lealdade, respeito e afeto.
“Ele era a nossa estrutura. Sempre apoiou”, diz uma familiar.
‘Como um pai’.
José Roberto se tornou sócio de uma empresa em que Mário (nome fictício) trabalhava, há 10 anos. Nascia ali uma amizade que transporia a fronteira da relação profissional.
“Pra mim era mais que uma amizade, era pai pra filho. Ele dizia que eu era como um filho pra ele. Desde que o conheci estivemos juntos praticamente todos os dias”, contou.
Na opinião do amigo, a falta de solução do crime é um desrespeito à família. “Um caso onde tem câmeras, tem a placa do veículo e não tem suspeito e nada. Acredito que ele foi executado, que mandaram matar, pois não levaram nada, apenas os três tiros na região da cabeça, e somente”.
O eletrotécnico João Francisco Mota conta que conheceu José Roberto há muitos anos, quando ele tinha uma lanchonete no centro da cidade. Foi amizade à primeira vista. “Ele costumava frequentar e nós pegamos uma grande amizade”.
Antes disso, em um restaurante que João Francisco teve, Loirinho costumava almoçar. “Ele ia almoçar lá direto também, e inclusive um monte de lojista de loja de carro ia lá almoçar e falava: ‘Põe na conta loirinho’”.
“Aí um dia até perguntei para ele, brincando: ‘Ô Loirinho, o que está acontecendo? O pessoal tá vindo aqui e botando na sua conta’. E ele falou: ‘Não tem problema, são meus amigos’. O Loirinho era uma pessoa muito boa.”
'Sinto muita falta do amigo'.
João Francisco disse que “não pode falar uma vírgula” que possa desabonar o empresário “como ser humano”. Ele se lembra do episódio em que estava na casa do empresário fazendo churrasco na piscina quando uns meninos em situação de rua bateram na porta.
“Loirinho não pensou duas vezes. Deixou os meninos entrarem, deu roupas para eles nadarem e eles comeram o churrasco com a gente. Então ele era esse tipo de pessoa, tinha um coração bom”, contou o amigo.
“Ele era um cara bravo? Era sim, um cara bravo, não levava desaforo, todo mundo respeitava ele. Mas era um cara que tinha uma bondade assim que eu gostava muito dele, mas muito mesmo por isso. E a gente fez uma amizade muito grande”, completou.
João Francisco disse que sente “muita falta do amigo” e que vai “sentir para o resto da vida”. “Nem acredito que ele veio a falecer por um crime tão bárbaro e nada foi feito até agora, já faz mais de um ano. Mais de um ano que aconteceu e até agora nada de pegarem os culpados”.
“O meu coração é apertado até hoje pela falta que ele faz. Ele veio passar o ano novo aqui em casa, em Ubatuba, depois que eu mudei, ele veio, passou o ano novo aqui comigo. Ele é uma pessoa assim que eu não tenho uma vírgula para falar dele. Só posso elogiar o comportamento dele e não é porque morreu. Não, eu só posso elogiar ele de fato mesmo”, disse o amigo.