MÚSICA

Fundador da 'Tribo de Jah', Zé Orlando canta no Vale no domingo

Por Da redação | Tremembé
| Tempo de leitura: 5 min
Divulgação
Ídolo do reggae nacional, o cantor Zé Orlando chega a Tremembé neste domingo
Ídolo do reggae nacional, o cantor Zé Orlando chega a Tremembé neste domingo

Ídolo do reggae nacional, o cantor Zé Orlando chega a Tremembé, neste domingo (6), para cantar “Love” e outros hits no show gratuito de lançamento do disco “Música Caipira Planetária” – novo trabalho de Mestre Quintino, veterano da cultura popular no Vale do Paraíba, que sobe ao palco da Casa de Cultura Prof. Quintino Jr., às 20h, com uma proposta diferenciada de som.

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O disco já pode ser ouvido em plataformas digitais como o Spotify e, em sua versão audiovisual de estúdio, chega ao YouTube na segunda (7), pelo link youtu.be/gw5GeGPorL8.

Atual Pedra Rara e conhecido pelos 23 anos como vocalista e fundador da banda Tribo de Jah, a lenda brasileira é convidada especial do projeto, formado ainda pelos metais e cordas da banda Skaya (Taubaté) e pela viola caipira amplificada e distorcida de Moreno Overá (São Luiz do Paraitinga). Fátima Ortiz (Tremembé) completa o time em canções como “Lua Congadeira”, assinada por Mestre Lumumba (1946-2023, outro nome forte do reggae nacional, por muitos anos morador de São Luiz do Paraitinga).

Deficiente visual ativo na cena musical, Zé Orlando conversou com OVALE sobre acessibilidade e sua ligação com o projeto de Mestre Quintino, que tem sonoridade inovadora com mescla de ritmos (como blues, reggae, congada e rock) e quebra de tradições sem deixar a essência caipira de lado, em letras que pregam paz, amor, tolerância e consciência planetária.

“O Zé tem tudo a ver com a mensagem da minha música, que tem ainda um balanço entre o nordestino e o valeparaibano”, diz Mestre Quintino.

“Eu a compus pensando que nosso momento no mundo pede este apelo: love! As pessoas estão se distanciando do amor e só se aproximando do conhecido. O amor é justamente o desconhecido! E Zé sempre o cantou.”

Confira a seguir a entrevista com Zé Orlando.

 

Você sobe ao palco aqui no Vale justamente na data em que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência faz 10 anos. Interessante, pois além da representatividade que tem na música, como deficiente visual, você também tem ações neste sentido, não?

Sim, na minha participação vamos fazer uma jam session, algo bem legal para aproveitar meu tempo no palco. Minha deficiência visual dificulta a locomoção, mas penso que os percalços são inerentes a qualquer um, e eles não devem nos frenar. Não me vitimizo nem fico buscando o porquê de passar por isso, mas, sim, penso: “Vamos viver!”. É o que digo: se Deus lhe deu esta chance de viver, então viva a vida em plenitude e Ele lhe dará os meios! O resto é consequência. Tudo em relação a acessibilidade, no Brasil, ainda é novo. Mas está para todos, não só para o deficiente. Estamos aqui para apresentar às pessoas: conhece este universo? A chave do mundo é o entendimento, e a gente vem na calma dizendo: “Já pensou nisso? O benefício disso?”. Dentro do meu conhecimento, busco algo que faça diferença! A ideia é que todo show, mesmo que pequeno, disponibilize algo. Hoje temos profissionais e tecnologias a favor, como são recursos de TVs e smartphones.

 

E você tem discos do Pedra Rara lançados com audiodescrição!

Sim! Hoje tudo é lançado em audiovisual, tudo é visual, e não temos mais a ficha técnica palpável… Então, neste mundo em que tudo é plataforma digital, lancei dois discos com audiodescrição, com descrição da capa e com a ficha técnica, por exemplo. Pesquiso muito no Brasil e na Europa, e, neste sentido, não temos nada parecido no universo do reggae mundial! E eu ainda os lancei nas versões inglês, espanhol e português!

 

Falando em território, você hoje mora em Guarulhos… Como se deu o encontro com “Love”, de Mestre Quintino, e esta parceria em “Música Caipira Planetária”?

Um parceiro em comum com o Quintino me trouxe este convite. Disse: “Topa?”. Música é isso! Recebi a canção em áudio, o que sempre é muito diferente de quando tocamos ao vivo… Ao encontrar a banda, a coisa muda de figura! Nos reunimos todos, no estúdio, e o sentimento veio, tudo se transformou e ficou ainda mais legal! Foi no dia de gravar o disco, mesmo.

“Love” ficou muito bem-feita, com músicos jovens que encarnaram o espírito da positiva! O segredo da boa convivência é, mesmo com nossa estrada, dar espaço, também. É esta troca de conhecimentos! É juntar experiência com juventude e aprender, viver de forma tranquila. Infelizmente o mercado é complicado para a música independente, mas quando flui do coração, o universo sempre conspira a favor!

 

E você vai tocar o disco “Música Caipira Planetária” na sua webrádio, também?

Sim, tenho este canal de reggae interligado a outros lugares do mundo (Itália, Angola, Argentina e Panamá), e fizemos uma entrevista com Quintino e parte do Skaya para o programa “Reggae in Box” (episódio no ar neste sábado, 5, com canções do disco). É um trabalho que já faço há 11 anos. O endereço é pedrarara.com.br.

Todo mês, ainda, faço uma coluna exportando música brasileira para o Canadá. Gosto de fazer, me preenche, porque é uma espécie de devolutiva que faço por tudo que recebi ao longo de 40 anos viajando por este mundão de meu Deus! Hoje, com um microfone, uma placa de áudio, um computador e uma mesa de som a gente chega até as pessoas! Com internet também.

 

SERVIÇO

Música Caipira Planetária, com Zé Orlando

Data: Domingo (6/7), às 20h

Entrada franca

Local: Casa de Cultura Prof Quintino Jr (Rua Wilson Solano da Cunha, 60, centro)

Cidade: Tremembé

Venda de camisetas, suvenirs e adesivos do projeto

Serviços de comida e bebida no local

Permitido entrar com a própria bebida

Cartaz com QR Code a deficientes visuais

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