
Presa em Taubaté na quarta-feira (2), Ana Lúcia Ferreira, 41 anos, conhecida como Ana Paraguaya, ostentava uma vida de luxo e riquezas nas redes sociais. Ela é apontada como operadora do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do CV (Comando Vermelho), responsável por uma rota de tráfico de armas e drogas compartilhada pelas duas facções.
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Ana é ex-mulher de Elton Leonel da Silva, conhecido como “Galã”, um dos chefões da facção criminosa paulista e por anos o principal fornecedor de armas e drogas na América Latina.
Ela também se envolveu amorosamente com Fhillip da Silva Gregório, o “Professor”, chefe do CV no Complexo do Alemão, morto no mês passado.
Nas redes sociais, Ana ostentava uma vida de luxo, incompatível com sua real fonte de renda. Um carro importado usado por ela foi apreendido durante a ação policial.
Por trás das postagens glamourosas, havia uma atuação considerada estratégica pelas autoridades. Segundo as investigações, ela era a responsável pela negociação com fornecedores, coordenação de fretes e transporte de cargas ilegais para o Rio de Janeiro.
Rotas.
A polícia afirma que ela operava esse esquema há pelo menos 10 anos, usando rotas terrestres que cruzavam Ponta Porã (MS), Minas Gerais e São Paulo, até chegar às comunidades cariocas — em caminhões com cargas comuns, como alimentos.
Responsável pela investigação, o delegado Pedro Cassundé explicou, em entrevista ao G1, que Ana não chegou a ser “batizada” oficialmente pelo PCC, mas construiu uma rede de contatos influentes graças aos seus relacionamentos com figuras centrais do crime organizado.
“Ela montou uma grande rede de contatos com fornecedores e freteiros. Desde 2020, pelo menos, abastecia o Rio de Janeiro. Essa conexão entre PCC e Comando Vermelho nasce com um elemento oculto, que ao longo dos anos adquiriu vasta experiência por conta dos seus relacionamentos interpessoais com grandes lideranças do PCC que controlavam a fronteira”, afirmou o delegado.