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Araras recuperadas pelo Santuário Nacional vão repovoar parque

Por Da redação | Aparecida
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Flávia Zagury
Espécimes de Araras-canindé, também conhecidas como arara-azul-amarela
Espécimes de Araras-canindé, também conhecidas como arara-azul-amarela

Espécimes de Araras-canindé, também conhecidas como arara-azul-amarela, foram encaminhadas para reintrodução da espécie no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Elas estavam extintas na capital fluminense há mais de 200 anos. As aves foram recuperadas em projeto ambiental do Santuário Nacional de Aparecida, no Vale do Paraíba.

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O trabalho de reintrodução da espécie é conduzido pela ONG Refauna, com apoio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

As aves, um macho e três fêmeas, foram recuperadas no Refúgio das Aves do Parque Três Pescadores, projeto ambiental que integra o complexo de visitação do Santuário Nacional de Aparecida. Durante um ano, o local foi o lar das araras, que foram resgatadas por órgão ambientais em operações contra o tráfico de animais ou em cativeiros ilegais.

O macho e uma das fêmeas foram apelidados de Selton e Fernanda, em homenagem aos atores Selton Mello e Fernanda Torres, astros do filme “Ainda estou aqui”. As aves vieram do Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), da cidade de Araras (SP).

Já as outras duas fêmeas, chamadas de Fátima e Sueli, inspiradas nas personagens da série de TV “Entre Tapas e Beijos”, são oriundas do projeto Mata Ciliar, de Jundiaí (SP).

Refúgio das Aves.

No Refúgio das Aves, os animais foram tratados, examinados, monitorados e receberam acompanhamento de biólogo e veterinário especializados, com o objetivo de torná-los aptos para o retorno à natureza. E a oportunidade surgiu com o projeto Refauna, que já havia introduzido, na floresta da Tijuca, espécies como cutias, antas, jabutis e bugios.

“Desde 2019, o Refauna buscava aves aptas para serem soltas no local, mas para isso era preciso que elas atendessem a uma série de requisitos sanitários e comportamentais, para esse processo. E graças ao trabalho realizado pelo nosso time técnico, nossas araras estavam prontas para essa missão de repovoar a floresta da Tijuca”, disse Juliana Fernandes, bióloga do Parque.

As quatro araras-canindé saíram de Aparecida no último dia 6 de junho e agora passam por um período de aclimatação em um viveiro instalado dentro do Parque da Tijuca. A soltura definitiva deve ocorrer entre quatro e seis meses. Após esse período, as aves serão monitoradas por radiotransmissores e anilhas coloridas. A última presença registrada da espécie em vida livre no Rio de Janeiro ocorreu em 1818.

Além de sua beleza única, com as cores marcantes da bandeira nacional, as araras-canindé têm papel essencial na dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração da mata atlântica e contribuindo com o funcionamento do ecossistema. Nos primeiros dias, elas serão alimentadas com frutas e ração, mas aos poucos serão incentivadas a consumir os frutos nativos. Ninhos artificiais também foram colocados no viveiro para auxiliar na adaptação.

“No mês de julho, o Parque Três Pescadores completará seu primeiro ano de funcionamento e a gente fica muito feliz em celebrar esse marco dando esse presente para o meio ambiente. Uma confirmação de que nosso trabalho de acolhimento e tratamento desses animais, está gerando resultados importantes”, celebrou Fernando Ramos, gerente do Parque.

Aves.

A arara-canindé (Ara ararauna) é uma ave da família dos psitacídeos, facilmente reconhecida por sua plumagem azul no dorso e asas, contrastando com o amarelo na região ventral e na face. Seu nome popular "arara-de-barriga-amarela" deriva dessa característica marcante. Além disso, ela também é conhecida por outros nomes como arari, arara-amarela, arara-azul-e-amarela e araraí. O nome "canindé" também é utilizado para se referir a essa espécie.

A espécie é nativa das Américas Central e do Sul e pode ser encontrada em diversos habitats, incluindo florestas tropicais, savanas e áreas com palmeiras. No Brasil, ela está presente em diferentes estados, desde a região amazônica até o Pantanal e a Mata Atlântica.

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