VEJA O VÍDEO DA CASA

Ganhou na loteria e construiu casa que está abandonada em Caraguá

Por Da redação | Caraguatatuba
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Francisco Costa
Casa foi construída em cima de morro em Caraguatatuba
Casa foi construída em cima de morro em Caraguatatuba

Uma casa de alto padrão no alto de um morro de Caraguatatuba está abandonada há anos, depois de ter sido construída por um professor que ganhou na loteria federal. A história intriga pesquisadores e virou roteiro de aventureiros atrás de construções abandonadas.

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O imóvel fez parte da vida do professor Álvaro Lorenzetti, que lecionava Português e Literatura na escola estadual Thomaz Ribeiro de Lima, em Caraguatatuba. Ele era considerado culto, inteligente e rigoroso com seus alunos, tendo marcado gerações de estudantes pela qualidade do ensino.

Mesmo com a idade avançada, ele decidiu voltar a estudar e cursar Direito e depois Arquitetura, em razão da paixão que tinha por construções. Álvaro morreu em agosto de 2012, por insuficiência respiratória aguda. Ele foi enterrado no Cemitério Municipal do Indaiá, em Caraguatatuba.

Em meados da década de 70, o professor acertou na loteria federal e com o dinheiro adquiriu o morro que fica no Jardim Forest, no caminho para a Prainha, em Caraguatatuba. Lá, ele construiu uma casa de alto padrão, com características da arquitetura modernista (veja foto abaixo), corrente que marcou o país no século 20. Álvaro foi casado com a médica Ivone Serafim, também já falecida. 

Além de educador, ele era considerado um exímio nadador e participava de provas nas décadas de 60 e 70 em mar aberto, entre Ilhabela e Caraguatatuba, que duravam horas (veja foto abaixo -- Álvaro está no centro, cercado por nadadores).

Segundo informações, ele era costumeiramente visto caminhando na avenida da praia, sempre alegre e sorridente, de shorts, sacola de compra à mão, por vezes descalço, ao lado de sua companheira. Quando solicitado, dava dicas de português e latim.

Casa no morro.

Após construir e morar por anos na casa do morro, fruto do prêmio da loteria federal, o imóvel acabou abandonado anos depois da morte do professor. A residência foi desenhada pelo arquiteto Eduardo Heitor Soban, que morreu em 2017. Mais conhecido como Dedé Soban, ele foi um dos arquitetos mais importantes do Litoral Norte.

Hoje, a imensa casa de dois pavimentos recebe aventureiros atrás de histórias de construções abandonadas, que fazem filmagens do imóvel e publicam em canais nas redes sociais.

Entre os escombros da casa, ainda é possível encontrar livros, móveis e objetos pessoais, vestígios silenciosos de uma vida que um dia existiu ali. Há restos de móveis, de um piano e até documentos.

Há restos de armários planejados em quartos, paredes pichadas e cômodos destruídos. Numa das frases na parede, lê-se: “Tanta casa sem gente, tanta gente sem casa”. Almofadas em um sofá dão um tom melancólico ao espaço, resquício de uma vida pujante vivida no imóvel.

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