CONFORTO

Juliana morreu fazendo o que mais gostava, diz pai

Por Francisco Lima Neto | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
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Manoel Marins, pai de Juliana Marins, 26, turista brasileira que morreu após ficar quatro dias presa em um penhasco na subida de um vulcão na Indonésia, usou o Instagram para homenageá-la.

Manoel falou da personalidade da filha e afirmou que conforta o coração saber que ela partiu fazendo o que mais gostava.

"Ah, Juju, minha linda, meu tesouro, minha filha, meu amor. Você sempre foi muito especial. Sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente. Sempre preocupada comigo e com a Estela. Dizia que iria cuidar de nós na nossa velhice, embora eu lhe dissesse que isso não era necessário, que você deveria viver a sua vida", lembrou.

O pai afirmou que ela disse que faria o mochilão enquanto ainda era jovem, não quis ajuda financeira da família e viajou com o dinheiro fruto do próprio trabalho.

"E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração", afirmou Manoel.

Ele disse que a presença da filha ficará em tudo.

"Fica a sua presença em nossa casa, no seu quarto, no seu lugar preferido no sofá da sala. Fica a sua presença marcante na vida de quem teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo. E, especialmente, no meu coração, no da sua mãe e no da sua irmã", afirmou.

"Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno que lhe aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito. E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele voo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário. Lá no céu, o bom Deus há de nos proporcionar isso. Daqueles que sempre te amaram: papi, mami e Mari", concluiu.

O corpo da turista brasileira foi resgatado do penhasco nesta quarta-feira (25).

Juliana havia caído no local na sexta-feira (20) enquanto fazia uma trilha para alcançar o cume de um vulcão no Monte Rinjani.

Ela foi localizada com vida, mas o resgate só a alcançou nesta terça-feira (24), quando já estava morta.

"Felizmente, graças a Deus, a equipe conjunta da SAR finalmente conseguiu resgatar Juliana de Souza Pereira Marins", informou o perfil da polícia local.

Segundo o órgão, o corpo será levado para o Hospital Bhayangkara Polda NTB.

"Esta missão é uma prova da sinergia e dureza da equipa SAR indonésia. Obrigado à comunidade pelas orações e apoio. Que este evento seja um lembrete da importância da vigilância para desfrutar da natureza", publicou o órgão.

O drama começou na sexta-feira (20), depois de Juliana cair durante a trilha que fazia para chegar até o cume do vulcão, na ilha de Lombok. Segundo a família, ela teria relatado que estava cansada durante o trajeto ?que levaria três dias?, e o guia teria dito para ela descansar enquanto o grupo seguiu caminhando. Sozinha, a brasileira teria caído em um local íngreme, de difícil acesso.

As equipes de busca foram reforçadas após as críticas da família. Os governos da Indonésia e do Brasil se mobilizaram e anunciaram ações para tentar salvar a turista. O resgate gerou comoção nas redes sociais.

Apenas nesta segunda-feira (23), Juliana foi localizada com ajuda de um drone térmico. Ela estava presa em um penhasco rochoso e visualmente imóvel, de acordo com a direção do parque onde fica a trilha. O local era de difícil acesso tanto para alpinistas quanto por helicóptero, e as buscas tiveram de ser paralisadas diversas vezes por conta do tempo ruim.

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