
O humorista Leo Lins, condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por conteúdos discriminatórios, voltou a provocar controvérsia nesta segunda-feira (9), ao fazer uma postagem irônica nas redes sociais.
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Em seus Stories, ele exibiu uma caixa apelidada de “Kit Cadeia”, enviada por um amigo, com itens como algema, celular e uma cartela de cigarros — todos embalados nas cores da bandeira do Brasil.
A publicação foi acompanhada de uma legenda debochada: “Isso é rir da minha desgraça. Vou processar! (aviso: ironia)”.
A condenação do humorista foi determinada pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A Justiça o responsabilizou por disseminar discursos de ódio em um show de stand-up em 2022, com piadas ofensivas direcionadas a grupos como negros, pessoas com deficiência, homossexuais, indígenas, nordestinos, judeus, evangélicos, idosos, obesos e pessoas com HIV.
Além da pena de prisão, Leo Lins foi condenado a pagar uma multa equivalente a 1.170 salários mínimos da época do crime e uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. A decisão permite recurso.
Na sentença, o juiz afirmou que a liberdade de expressão não deve ser confundida com licença para o cometimento de crimes. O caso foi enquadrado na Lei do Racismo (Lei 7.716/89) e no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), classificados como crimes formais, ou seja, que não exigem vítimas individualizadas.
A condenação repercutiu entre figuras públicas. Nomes como Danilo Gentili, Marcos Mion, Leandro Hassum e Hélio de La Peña saíram em defesa de Leo Lins, criticando a sentença e debatendo os limites do humor no Brasil.