
Dois dias após a morte da jovem Alice Modesto Rodrigues, a Prefeitura de São José dos Campos divulgou um posicionamento oficial informando que o caso será analisado pelo Comitê de Ética do Hospital Municipal. O órgão é vinculado ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e será responsável por conduzir a apuração de maneira técnica e imparcial.
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De acordo com a administração municipal, todas as partes envolvidas serão ouvidas, com base em critérios éticos e profissionais. Caso sejam identificados indícios de conduta inadequada, a sindicância poderá ser encaminhada diretamente ao Cremesp para providências adicionais.
A prefeitura declarou solidariedade à família da vítima e garantiu total cooperação nas investigações. Segundo o comunicado, os familiares serão acolhidos e ouvidos pela equipe do Hospital Municipal durante o processo.
A nota ainda destaca que, por força da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), informações pessoais e médicas dos pacientes não serão divulgadas a terceiros.
O que aconteceu com Alice.
Alice começou a apresentar sintomas gripais no último domingo (1º) — febre, tosse e dores no corpo. Procurou atendimento no Hospital da Vila Industrial, onde foi medicada e liberada. Mesmo ainda com dores, iniciou um novo emprego na terça-feira (3). Na quinta-feira (5), retornou ao hospital reclamando de falta de ar e dores no peito. Segundo a família, além da demora na realização de exames mais específicos, a jovem recebeu medicamentos contraindicados por causa de alergias previamente conhecidas.
Ainda debilitada, foi liberada mais uma vez, mas desmaiou na recepção do hospital. Exames apontaram queda de pressão e saturação, e só então ela foi transferida à emergência. Uma tomografia revelou um quadro grave de pneumonia com sangramento pulmonar. Intubada e em estado crítico, Alice sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
O atestado de óbito indica que a jovem morreu por choque séptico, decorrente de síndrome inflamatória, insuficiência respiratória aguda e infecção aguda da via aérea.
A família contesta a conduta médica e alega negligência. Tereza Cristina afirma que os sintomas da filha foram minimizados e tratados com descaso. “Disseram que era frescura. Ela saiu do hospital para morrer ali mesmo. Queremos justiça.”
O velório de Alice foi realizado neste sábado (7), no Cemitério Parque das Flores, com sepultamento às 11h. A família deve formalizar denúncia e pede que o caso seja investigado.