POLÊMICA

SJC: ‘O padre quase matou um pai de família’, diz filho da vítima

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Veículo dirigido pelo padre (no detalhe) e envolvido no acidente
Veículo dirigido pelo padre (no detalhe) e envolvido no acidente

O acidente envolvendo um homem de 56 anos com um padre de São José dos Campos na Rodovia dos Tamoios ganha novos capítulos. O sacerdote, que foi preso em flagrante por embriaguez ao volante, pagou fiança de R$ 1.000 e vai responder ao processo em liberdade. A vítima segue internada em estado grave Hospital Municipal de São José dos Campos.

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O sacerdote de São José dirigia um Volkswagen T-Cross alugado quando colidiu com um carro Gol na Rodovia dos Tamoios, às 22h40 da última segunda-feira (5), no km 5,5 da pista norte da estrada.

Identificado como Fábio Ferreira Costa, 47 anos, pároco da paróquia São Benedito, no Alto da Ponte, região norte de São José, o padre foi reprovado no teste do bafômetro, sendo constatados 0,56 miligramas de álcool por litro de ar alveolar – 11 vezes o máximo permitido pela legislação. Ele não se feriu no acidente.

A polêmica começou após a Diocese de São José dos Campos divulgar nota em que diz que o padre colidiu com o veículo que já estava capotado na pista, e com a vítima fora do carro.

“Informamos que o padre estava trafegando normalmente quando se deparou com um carro capotado na pista. Pela baixa luminosidade e falta de sinalização do carro e do local, acabou se envolvendo neste acidente que já tinha acontecido alguns momentos antes. Tanto é que a vítima do carro capotado não estava dentro do veículo, mas no gramado fora da pista”, diz a nota.

A Diocese também afirmou que o sacerdote aguardou as autoridades e o socorro médico e que não se recusou a passar pelo bafômetro, que acusou embriaguez. “O padre não se recusou a assoprar o bafômetro pela consciência tranquila em não estar embriagado, porém a avaliação coube às autoridades competentes”, diz a nota. “A Diocese e o jurídico está acompanhando o caso que agora segue em tramitação na justiça”.

Vítima do acidente.

A família da vítima do acidente contesta essa versão. Segundo o filho da vítima, não há evidências de que o carro tenha capotado antes de ser atingido pelo veículo do padre.

“Não tinha outro veículo quebrado e parado à frente. Só tinha o carro do padre e o do meu pai. Foi o padre que bateu no meu pai, tem testemunha. Não tinha pedaço de outro carro no local, além do carro do meu pai e o do padre”, afirmou.

A família disse que conta com depoimento de testemunha que trafegava na rodovia e teria sido ultrapassado pelo carro do sacerdote em alta velocidade, momentos antes do acidente.

Em postagem nas redes sociais, ele disse que a versão do padre “é uma mentira”. “Estava trafegando a 100 km/h e esse padre passou por mim como se eu estivesse parado e quase bateu no meu veículo, ele está em um aircross [T-Cross] cinza escuro, eu liguei 190”, escreveu o homem.

Por meio da assessoria de imprensa, a Diocese de São José informou na manhã desta quinta-feira (8) que “a versão do padre é a consta na nota enviada”.

Remetido ao 7º Distrito Policial de São José, o caso foi registrado como embriaguez ao volante, lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, fuga de local de acidente e dirigir sem permissão ou habilitação.

A família do acidentado disse que aguarda análise de duas câmeras de monitoramento perto do acidente para elucidar a colisão e o capotamento.

“Meu pai é provedor da casa dele. O padre quase matou um pai de família. Não quero dinheiro, quero que ele [padre] pague na justiça para não fazer de novo”, disse o filho da vítima.

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