
Todas as celebrações do Santuário Nacional de Aparecida desde a última segunda-feira (21), quando foi confirmada a morte do papa Francisco, estão sendo realizadas em intenção pela alma do pontífice, que marcou para sempre a história da Igreja Católica.
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Na segunda-feira, a missa das 9h no Altar Central da Basílica foi presidida pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, e concelebrada pelos missionários redentoristas.
Durante a reflexão do Evangelho de Mateus (28,8-15), quando o povo de Deus teve a certeza que Jesus estava ressuscitado, o arcebispo falou sobre a passagem do papa para a eternidade. Dom Orlando ressaltou as últimas palavras do pontífice na manhã do domingo de Páscoa (20).
“Ele disse ontem ‘Feliz Páscoa’, e sabia ou não sabia, que a Páscoa dele estava tão pertinho! Estas palavras são para que nós também sejamos testemunhas de Jesus Ressuscitado, da alegria da ressurreição! E o papa também se despediu, o papamóvel, com aquela dificuldade passou pelo meio do povo, ele pegou na mão de uma criancinha, se despedindo de todos nós, para a alegria da Casa do Pai”, disse dom Orlando.
O arcebispo de Aparecida também lembrou como o argentino Jorge Mário Bergoglio era um grande devoto de Nossa Senhora.
“Ele desejou e será sepultado na Igreja de Santa Maria Maior em Roma, e ele confessa desde o início: ‘Sou um pecador, rezem por mim’. Todo dia ele pedia isso e lá no hospital, ele percebeu o poder da oração do povo amado. Além do amor a Maria, ele tinha um grande carinho por São José, porque foi na Igreja de São José onde aconteceu o toque da conversão dele. Dedicou um ano inteiro para São José”, afirmou.
Papa em Aparecida.
Dom Orlando destacou as oportunidades que o papa esteve em Aparecida e sempre se preocupou com a Capital Mariana da Fé.
“Ele viveu aqui um mês inteiro, na 5ª Conferência (em 2007), e depois escreveu o Documento de Aparecida. A Igreja percebeu a fé do povo católico de Aparecida, que influenciou o Documento. Mas não é só isso. O papa esteve conosco na Jornada Mundial da Juventude, tinha um grande amor por Nossa Senhora Aparecida e o dizia publicamente, chamava de ‘Madonina’ querida, mãezinha.”
Sobre esta preocupação de Francisco com o Santuário, o arcebispo falou com mais detalhes após a missa.
“Por iniciativa dele, ele telefonou aqui para o Santuário durante a pandemia para saber como é que nós estávamos vivendo esta dor da pandemia. Ele disse que a Mãezinha estava sofrendo com o povo brasileiro, e que o papa estava rezando com todos nós e sempre disse ‘por favor reze por mim’ e agora continuemos orando por ele. Isso é um papa de pés no chão, com um grande coração e grande amor a Nossa Senhora.”
O final da homilia foi sobre como o papa sempre esteve perto dos brasileiros e preocupado com a fé e a sociedade do país.
“Ele fez o Sínodo da Amazônia e foi muito criticado por isso, mas fez isso para que amemos mais o Jardim de Deus, e que a terra não morra antes do tempo. Ele canonizou Santa Dulce dos Pobres, a santa brasileira! Como o papa Francisco está tão pertinho de nós e claro, criou o Dia Mundial dos Pobres! Ele é da Igreja da paz! As últimas palavras escritas foram na Sexta-Feira Santa, falando da paz no mundo, durante a Via-Sacra, e lá do hospital não falava dele, falava das vítimas das guerras e não parou de dizer que a guerra é uma derrota. A sua última encíclica fala do coração, e se chama ‘Amou-nos até o fim’ e o papa amou até o fim, foi rejeitado, criticado, mas não arredou o pé da fé católica e da certeza do amor de Deus.”