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Padre popular e formado em 7 faculdades já morou 3 anos na rua

Por Da Redação | Sorocaba
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Arno Dalmônico
Arno Dalmônico

Três décadas após um episódio que comoveu Sorocaba (SP), o padre Arno Dalmônico, de 75 anos, revisitou a Rua Gustavo Teixeira, no Jardim Paulistano.

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Foi ali que ele dormiu por mais de três anos, em 1994, após desentendimentos com a Ordem Salesiana. A história, que gerou comoção na época, ressurge agora como um testemunho de superação.

Em entrevista recente, o religioso evitou detalhar os motivos do conflito que o levou às ruas, mas destacou não guardar nenhum tipo de mágoa.

“Tudo que vivi, antes e depois daquela fase, foi feliz. Repetiria cada escolha”, afirmou, enfatizando que transformou adversidades em conquistas espirituais.

Do conflito à simplicidade das ruas

Reportagens da época indicam que o impasse começou com uma transferência de cidade proposta pela ordem religiosa, comum na rotina clerical. Arno, no entanto, resistiu à mudança. Popular na região por seu trabalho pastoral, o padre optou por se afastar da comunidade salesiana e viveu períodos de instabilidade.

Apesar da recusa em revirar o passado, Arno não esconde a gratidão pelo apoio recebido. “Sorocaba me acolheu em momentos difíceis. As ruas foram meu chão, mas também meu caminho de reflexão”, compartilhou.

Legado de simplicidade e fé

Antes do episódio, o padre era conhecido por sua proximidade com fiéis e ações sociais. Mesmo longe das estruturas institucionais, manteve a aura de respeito.

“Ele sempre foi um homem do povo, antes e depois daquela fase”, lembrou uma moradora que acompanhou sua trajetória.

Hoje, Arno evita rótulos de “herói” ou “vítima”. Prefere falar sobre a leveza de seguir em frente sem amarras. “A vida é feita de ciclos. O que importa é não perder a essência”, concluiu, enquanto caminhava pela mesma rua que, um dia, testemunhou seu recomeço.

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