
Provavelmente você está lendo essa coluna em meio a um feriado prologado – não sei se você está na praia, no campo, com amigos ou família, se divertindo, viajando ou descansando – a verdade é que num tempo de notificações incessantes, ter (ou conseguir) um momento de pausa é quase um ato de rebeldia.
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Seriam essas oportunidades de nos reconectarmos com nos mesmas? Ler aquele livro que parece que empacou, assistir aquela serie ou filme tão comentado, ter aquele tempo para olharmos com mais intenção ao nosso guarda-roupa (aliás ótimo momento do ano para fazermos uma limpeza e colocar a energia para circular - doar, vender)
Mas vamos lá, guarda-roupa, intenção...: sempre falo que estilo é intenção, mas parou para pensar onde essa intenção nasce?
Vou direto ao ponto! Ela nasce no seu momento com você mesma – quando você desliga o barulho externo e começa a escutar somente você.
Pense no seu armário. Quantas vezes você escolheu a mesma calça preta por pressa, sem se perguntar o que ela transmite sobre sua imagem? “Ah Fran é só uma calça preta!” – será mesmo?
A correria nos leva ao automático, e o guarda-roupa vira reflexo disso: superficial, raso, talvez prático, mas com certeza nem sempre verdadeiro.
Será que não existe lá dentro do seu guarda-roupa uma saia linda, que foi guardada pra “uma ocasião especial”, mas acabou sendo esquecida e merece te acompanhar em uma terça qualquer. Aliás, quem sabe já na próxima, logo após o feriado.
Moda não é só tecido, estampa, modelagem, cores e etiquetas; Moda é intenção. E a pausa é o espaço onde essa intenção nasce.
Como consultora de imagem, vejo isso nas minhas clientes: quando elas param pra respirar, escolhem diferente. Uma prefere um batom vermelho que sempre teve receio de usar durante o dia; outra troca o salto por um tênis que traz mais jovialidade, outra monta uma look com calça de couro e t-shirt para impressionar.
E vou além, não é só looks. A moda, assim como a vida, pede por intervalos- aliás a indústria fashion anda insana e adoentando muitos profissionais por falta de pausas e “a gente que lute” para acompanhar.
Essa semana, na quarta-feira 16 de abril, comentei no meu Instagram que em alguns países é comemorado o dia de se trabalhar de pijama. Eu particularmente adorei a ideia (quem me segue sabe o quanto falo sobre a importância de dormirmos bonitas e da minha paixão por coleções loungewear).
Em alguns países a ideia da data começou por, no dia anterior, ter sido a data limite de entrega do imposto de renda, e todos ficarem até muito tarde juntando comprovantes e recibo, o que torna justo no dia seguinte fazer home office e trabalhar de pijama. Já em outros países o discurso é em prol da liberdade de se trabalhar em casa e da importância do conforto no ambiente de trabalho, de se ter um ambiente mais adequado ao bem-estar mental.
Eu aderi a ideia e trabalhei o dia todo de pijama, logico que não era qualquer pijama – era lindo, estiloso e confortável. E não é que foi no meia da correria deste dia, que de pijama, parei para pensar nessa coluna e pedir uma pausa. (será que meu look me inspirou?)
Calma, não foi um pedido de pausa do jornal. Foi para a família - junto com a ideia de que deixaríamos de lado os planos da praiae curtiríamos a casa.
Enfim, é quando paramos, nos observamos que encontramos coragem pra usar o que nos representa e para deixar de lado o que “deveríamos” vestir. Eu, que já contei aqui que troco o agito do carnaval por sombra e água fresca, sei que parar não é fraqueza – é potência. É o que me faz escolher um lougewear para trabalhar, com a mesma confiança que escolho um blazer.
Então, te pergunto: será que nesse feriadão você consegue separar um momento só para você? Ah e se não for pedir muito, um outro também para o seu guarda-roupa – tenho certeza que descobrirá preciosidades por lá – seja para um look futuro ou só para esquentar o coração com alguma memoria boa que ele resgate.