CLIMA TENSO

Símbolo nazista e assassinato levam pânico a universidade federal

Por Da redação | Paraíba
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução / @caheg_
Postagem do Centro Acadêmico de História mostra suástica em banheiro da universidade
Postagem do Centro Acadêmico de História mostra suástica em banheiro da universidade

O campus de Campina Grande da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) suspendeu as aulas após um homem ter sido assassinado a tiros na CAPF (Central Acadêmica Paulo Freire), dentro da universidade. Além disso, ameaças nazistas começaram a ser vistas em espaços da instituição, como dentro do banheiro. Alunos da instituição relatam insegurança para estudar e cobram a reitoria.

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As aulas estão suspensas até 28 de abril. Inicialmente, a reitoria suspendeu todas as atividades presenciais entre 4 e 11 de abril, mas adiou a suspensão.

O DCE (Diretório Central dos Estudantes) e os centros acadêmicos da universidade protestaram em frente ao prédio da reitoria para pedir mais segurança, na última segunda-feira (14).

O dono de copiadora da faculdade foi morto dentro da universidade. Keine Santos Diniz, 41 anos, era o namorado da ex-mulher do atirador, Flávio Medeiros. Diniz foi atingido por seis tiros e morreu na hora. A Polícia Civil afirmou que Medeiros tinha uma pistola registrada em seu nome e frequentava um clube de tiro.

“Foi aterrorizante”, conta uma estudante que presenciou assassinato. Ela disse ao UOL que estava ao lado da copiadora no momento do crime, mas não percebeu a aproximação do atirador. Ao ouvir os disparos, correu, gritando para as pessoas nas salas se esconderem. “Só me senti segura quando cheguei em casa”, disse.

Alunos reclamam que atirador conseguiu entrar e sair do campus sem ser parado. O assassinato ocorreu 3° andar da Central Acadêmica Paulo Freire. Ou seja, o autor dos disparos entrou na faculdade armado, subiu as escadas, atirou e foi embora sem ser abordado pela equipe de segurança.

Após o crime, suspeito deixou o campus e foi à escola onde a ex trabalhava, mas não a encontrou. Na sequência, parou o carro em uma delegacia e cometeu suicídio. O Samu chegou a ser acionado, mas a morte dele foi confirmada logo depois.

Nazismo.

Além do crime, suásticas foram pintadas em paredes da universidade na semana passada. Ao lado dos símbolos, estavam as frases "Nós vamos à caça" e "Negros malditos queimem!".

Adesivos "anti-antifascistas" também foram colados sobre desenhos feministas. Um vídeo, publicado por um aluno da UEPB, mostra uma pessoa colando os adesivos em diferentes partes do campus. A conta responsável pela publicação não existe mais.

Aluno apontado como responsável é investigado pela Polícia Federal. Um estudante de biologia de 19 anos foi alvo de uma operação de busca e apreensão na última sexta-feira, realizada a pedido do FBI. Agentes da PF apreenderam celulares, mídias e dispositivos de armazenamento de dados.

Estudantes sentem medo do aluno investigado. Um deles afirmou ao UOL que o rapaz se diz skinhead, nacionalista, e usa símbolos nazistas nas roupas. Um professor disse que o jovem "é conhecido na universidade", mas que a reitoria não faz nada sobre ele.

Reitoria publicou nota de repúdio após descoberta de desenhos. Em vídeo publicado nas redes sociais da UEPB, a reitora Célia Regina disse que a universidade tomou "todas as medidas cabíveis", incluindo enviar as provas que tinham à PF, mas não informou se o aluno foi suspenso ou expulso.

UEPB afirmou que vai instalar detectores de metal em entradas. Em nota divulgada na última sexta-feira, a reitoria afirmou que iniciará um projeto para posicionar agentes com detectores de metal nas duas entradas do Centro de Aulas Paulo Freire. Eles vão controlar a entrada e saída de professores e alunos, e devem começar a atuar em 28 de abril.

Instituição prometeu aumentar rondas policiais. Plano da reitoria é trocar as lâmpadas atuais por iluminação de LED, implementar rondas regulares da PM nas vias do campus e usar "um sistema inteligente de monitoramento por meio de câmeras de vigilância".

* Com informações do portal UOL

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