
Acostumados a lidar com os mortos e casos paranormais, os Caçadores de Fantasmas do Vale do Paraíba tiveram uma experiência dramática com os vivos. O caso aconteceu durante gravação ao vivo na Serra da Bocaina, no domingo (13), quando o grupo foi ameaçado por pessoas armadas.
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“Achamos que íamos morrer”, disse João Paulo Fabrício dos Santos, um dos idealizadores e líder do ‘KBC – Caçadores de Fantasmas’, grupo criado na região em 2012 para investigar fenômenos paranormais.
Com mais de 1 milhão de pessoas inscritas em seu canal do Youtube, o grupo transmitiu ao vivo a cena, que só não terminou em tragédia por um detalhe.
“Essa foto foi tirada ontem [domingo] depois do susto. Estamos bem, fora o susto, e agradecendo cada um de vocês pela força e carinho. Como sempre falo, não cai uma folha de uma árvore sem a permissão do Nosso Senhor Jesus. Não era a nossa hora, Deus no comando sempre”, escreveu João Paulo em publicação no Instagram do KBC, onde o grupo tem 128 mil seguidores.
Luzes na mata.
O grupo percorria uma estrada rural na Serra da Bocaina quando avistou luzes no meio de uma mata, na direção das montanhas.
“Estávamos dentro do carro indo embora quando avistamos uma mata. Lá no meio parecia um holofote com uma luz muito forte. Paramos o carro e desci, e a luz ficou mais fraca. Estamos de olho para ver se ela aparece”, narrou João Paulo na transmissão ao vivo.
Foi durante essa espera que uma luz forte apareceu na estrada, vinda de um veículo. Alguns segundos depois, de acordo membros do grupo, homens armados apareceram na estrada e ameaçaram os caçadores de fantasmas.
“Os dois vieram para cima da gente, com a espingarda engatilhada, e colocaram no peito da gente. Estamos na estrada. Eles vieram para nos matar, essa é a verdade. Deus nos livrou”, disse João Paulo.
“Passou um milhão de coisas na cabeça e estou com a mão gelada. Quando ele me reconheceu explicou o lado dele, que teve um roubo há duas semanas. Alguém ligou e falou que a gente estava dentro da propriedade, mas estávamos na estrada”, afirmou Gleison Vinícius, outro membro do KBC.
Mal-entendido.
Segundo ele, tudo não se tratou de um mal-entendido, que felizmente não acabou em tragédia. Os moradores do local receberam a informação de que havia um grupo na estrada olhando para a propriedade. Em razão de roubo de gado ocorrido no local recentemente, eles foram averiguar e levaram armas.
“A gente entende o lado deles. Eles disseram que andaram roubando gado. Ele veio e encontrou com a gente na estrada. Estavam armados e apontaram a espingarda para dois membros do grupo. Espingarda e revólver”, disse João Paulo.
A gravação ao vivo revela o tenso diálogo que os caçadores de fantasmas tiveram com os moradores do local.
“Está vindo um carro”, diz João Paulo, que pede para outro membro da equipe tirar a viatura do KBC do meio da estrada.
De repente, ao menos dois homens descem do veículo e apontam armas para os caçadores. Foi quando João Paulo tentou explicar o que eles estavam fazendo na estrada.
“Pode vir, estamos filmando o morro. Somos equipe de filmagem. Não somos polícia, não. Somos trabalhador. Pode abaixar a arma. Nós vamos embora. Estamos ao vivo na internet. Pode vir ver, está todo mundo assistindo”, disse o líder.
“Posso acender a lanterna para você nos ver. Nós somos do Youtube. Meu amigo, por favor, abaixe essa arma. O que podemos fazer para conversar numa boa, não somos ladrões”, completou João Paulo.
Nesse momento, um lance de sorte “salvou” os caçadores de fantasmas de um destino mais trágico.
“Eu não conseguia ver quem era e nem nada, e eu falei do meu serviço. Tirei a toca e ele me reconheceu. Ele apontou a arma e disse que ia atirar”, contou Gleison.
No final da aventura, os membros do grupo gravaram um vídeo para tranquilizar os milhares de seguidores de que a situação estava esclarecida e tudo não passara de um mal-entendido.
“Antes de sair daqui eu precisava gravar esse vídeo para tranquilizar o pessoal que estava acompanhando ao vivo. Tomamos um susto e são as provações que passamos. Entendemos o lado dos caras. Essa é a vida nossa, mas infelizmente tem hora que é difícil”, disse João Paulo.