Fiéis católicos expressaram indignação após a imagem de Nossa Senhora das Dores, esculpida no século 18 e exposta na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Pirenópolis (GO), ter passado por uma intervenção que modificou radicalmente suas características originais.
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Conhecida por representar o momento em que Maria, mãe de Jesus, assiste à crucificação do filho, a peça histórica teve removidas lágrimas de sangue e expressões dramáticas que marcavam sua representação original.
A nova versão trouxe um semblante suavizado, o que levou internautas e moradores a compararem o resultado a uma “harmonização facial”.
Diante da polêmica, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) encaminhou uma denúncia formal à Diocese de Anápolis, responsável pela Igreja Matriz de Pirenópolis.
Segundo o órgão, a diocese não informou previamente sobre a intervenção, o que contraria normas de preservação de bens tombados. O Iphan deu prazo de 15 dias para que a diocese preste esclarecimentos.
Em nota oficial, enviada ao jornal O Hoje, a Diocese de Anápolis afirmou ter tomado conhecimento dos fatos e reforçou seu compromisso com a preservação do patrimônio histórico e religioso. A instituição também informou que a imagem será disponibilizada ao Iphan para análises técnicas.
“A Diocese de Anápolis coloca-se à disposição para colaborar com os órgãos responsáveis e reforça seu compromisso na promoção do cuidado e da valorização do patrimônio histórico-religioso, essencial para a cultura e a fé”, diz o comunicado.
O caso tem repercutido entre historiadores, fiéis e defensores do patrimônio artístico, que temem novas descaracterizações em obras sacras sem acompanhamento técnico adequado.
* Com informações do jornal O Hoje
