OPINIÃO

O autismo e o compromisso com um olhar mais humano

Por Viviana Madisson | Psicóloga
| Tempo de leitura: 2 min
O autismo e o compromisso com um olhar mais humano
O autismo e o compromisso com um olhar mais humano

Dia 2 de abril marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Uma data que, mais do que visibilidade, precisa abrir espaço para escuta, empatia e compromisso. É uma oportunidade de olhar com mais atenção para as vivências das pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), suas famílias e redes de cuidado.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.

O espectro é amplo. Vai desde pessoas que têm autonomia funcional e habilidades cognitivas acima da média até aquelas que precisam de apoio constante para realizar tarefas básicas. O que todas têm em comum é o desafio diário de viver em um mundo que, muitas vezes, ainda não foi pensado para acolhê-las.

Os primeiros sinais do TEA costumam surgir nos primeiros anos de vida e podem se apresentar de formas muito distintas. Há crianças que não estabelecem contato visual, outras que repetem frases sem contexto ou têm dificuldade de compreender regras sociais simples. Também existem casos em que a linguagem se desenvolve normalmente, mas as interações sociais seguem como um desafio.

Não se trata de encaixar pessoas em classificações. O que precisa ganhar espaço nas conversas — e nas práticas — é o reconhecimento da singularidade. Nenhuma pessoa autista é igual à outra, e isso exige que cada plano de intervenção seja construído a partir das necessidades específicas de cada um.

Atualmente, os programas de acompanhamento mais eficazes são os que envolvem múltiplos profissionais: psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, pedagogos, fisioterapeutas e educadores físicos. Mas esse trabalho só faz sentido se for feito em parceria com a família e com a escola — ambientes que precisam ser informados, sensíveis e preparados.

A presença de comorbidades como ansiedade, depressão e TDAH é comum e deve ser acompanhada com atenção. Mas nem sempre o cuidado vem de forma adequada. Ainda enfrentamos estigmas, desinformação e preconceitos que isolam mais do que ajudam.

Neste 2 de abril, vale lembrar que o compromisso com o autismo não se restringe ao diagnóstico precoce ou à multiplicação de datas simbólicas. Ele começa com perguntas simples: as escolas estão preparadas? Os ambientes de trabalho são inclusivos? As famílias estão recebendo o apoio necessário?

Falar sobre autismo é, também, falar sobre o direito de existir com dignidade, respeito e suporte.

Comentários

Comentários