
Em entrevista a OVALE Cast, o podcast de OVALE, o prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), negou que tenha sido um privilégio o caso da secretária de Assuntos Jurídicos, Gabriela Stefanie Guerreiro Nogueira, que faltou 10 dias ao trabalho, entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, para viajar com a família para a Disney. O caso foi revelado por OVALE e é investigado pelo Ministério Público.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.
“Não, nada de errado, mesmo porque a gente sabia, eu sabia”, disse Anderson. “Ela não tem direito a férias ainda. Então ela não teve férias, ela faltou. Vamos dizer assim, ela faltou. Ela não foi trabalhar 10 dias. É isso, ela faltou e descontou do salário dela”.
O prefeito de São José abriu a temporada 2025 de OVALE Cast com uma entrevista exclusiva sobre os 100 dias do novo governo. Nela, Anderson abordou o caso da secretária de Assuntos Jurídicos. Confira este trecho:
O jornal revelou que entre janeiro e fevereiro a secretária de Assuntos Jurídicos, a Gabriela Guerreiro, faltou pelo menos 10 dias ao trabalho para viajar com a família para a Disney, nos Estados Unidos. O Ministério Público começou a investigar o caso. O senhor acha que houve algo de errado neste caso?
Não, nada de errado, mesmo porque a gente sabia, eu sabia. Quando eu a convidei para ser secretária, no final do ano, porque a gente monta o governo depois de ganhar a eleição, eu fiz o convite a Gabriela em dezembro, em novembro, para ser secretária. Mesmo porque o [Guilherme] Bellini já tinha um acordo para sair, o Bellini que era o nosso secretário de Assunto Jurídico.
Quando eu convidei a Gabriela, ele falou: ‘Perfeito, eu tenho uma viagem comprada. Paguei em 14 vezes. Com a minha família, nunca fui para Disney, meus filhos pequenos’. Então teve esse e nós falamos: ‘Não tem problema, ok’. Então, assim, não foi nada feito sem o nosso conhecimento. Tem um questão. Você assume, não tem problema nenhum, mas desconta. Você desconta. Descontará do seu salário, você afasta e a gente faz o desconto do salário. Faz um pedido por escrito e foi assim que ela fez. Então, não vejo nenhum prejuízo.
O Mário Muniz, por exemplo, secretário de Desenvolvimento Econômico, ele tinha uma viagem até 10 de janeiro, então ele assumiu dia 15, senão me falha a memória. Então, ele preferiu não assumir e falou: ‘Não, eu volto dia 15, se foi possível’. O dela não era possível, até porque a secretária de Assuntos Jurídico não pode ter substituto, tem que ter nomeado o secretário, porque realmente tem processo para assinar, mas era de conhecimento nosso. Essa questão sem prejuízo ao horário público. Mesmo porque ela descontou do seu salário esses dias que ela ficou fora. Mas era algo que ela colocou quando ela foi convidada.
E você imagina, eu vou falar: ‘Não, você não vai ser secretária porque você tem uma viagem de 10 dias’. Então foi uma coisa que foi combinada, eu digo aqui, sem nenhum prejuízo ao erário público, do ponto de vista dela receber o salário. E aí as informações a gente vai encaminhar para o Ministério Público, lógico que sem problema algum, a família está em primeiro lugar e ela não esperava ser convidada para secretária, então ela não tinha como adivinhar. E ela não conseguiu mudar a viagem e nós concordamos.
Prefeito, nesse caso, por exemplo, um servidor de carreira que tivesse o mesmo procedimento, ele provavelmente não conseguiria viajar durante 10 dias sem ter direito a férias ainda. O senhor não acha que fica uma imagem de privilégio?
Ela não tem direito a férias ainda. Você sai de férias e recebe. Ela não recebeu, então ela não teve férias, ela faltou. Vamos dizer assim, ela faltou. Ela não foi trabalhar 10 dias. É isso, ela faltou e descontou do salário dela.
Um servidor comum que faltar 10 dias também receberia o mesmo tipo de tratamento da secretária?
Se ele pedir uma solicitação. Agora, se ele faltar sem dar nenhum tipo de satisfação, é lógico que é abandono de emprego. Vamos dizer assim. Agora, se ele negociar com o chefe dele, mesmo ele não tendo direito a férias, mas ele vai afastar agora. Isso acontece. E aí o recursos humanos, o departamento de gestão de pessoas, também fará isso nesse processo. Ele fala: ‘Não, tudo bem, você falta 5 dias agora, repõe no seus 5 dias depois’. A gente tem banco de horas com servidores. Comissionado não tem banco de horas. Agora estamos falando: secretário e comissionados não têm banco de horas, eles não têm direito a 7 dias de descanso por ano que são as suas folgas abonadas. Os comissionados não têm esse direito, o servidor tem.
Então, se ele for pedir, como tem muitos servidores de carreira que fazem também a troca, fala: ‘Olha, em janeiro eu vou entrar de férias, mas eu não tenho direito, aliás vou sair em dezembro e as férias passam a contar a partir de janeiro’. Tudo que está escrito e não tem dano ao erário público, do ponto de vista financeiro, de um atendimento, isso não tem problema algum, desde que isso seja pago. O caso dela não foi férias, é diferente. O caso dela não foi férias. A gente não deu férias, pelo que ela não recebeu. Aliás, isso foi desconto do salário dela, quer dizer, ela foi como uma falta, mas foi algo que nós sabíamos. Isso eu não posso, aliás, jamais falaria isso até mesmo porque sabia quando ela foi convidada, ela colocou essa situação que ela tinha e nós concordamos que não tinha problema algum, mesmo porque tem que descontar.
Você sai, faz a tua carta, pede o desconto, fala para onde vai, fala que está em viagem, quer dizer, não teve nenhum processo, tudo muito transparente, e faz a viagem com a família, retorna e a gente faz o desconto do seu salário.
Comentários
2 Comentários
-
Samuel de Lima 04/04/2025Certo, só falta apresentar agora ao público os comprovantes de compra da passagem e a publicação oficial da admissão para resolver isto, porque até agora isto não apareceu.
-
Laurence Benatti 04/04/2025Lamentável um prefeito defendendo uma funcionária faltosa! Por que não disse antes? Que história é essa?