
Um jovem de 21 anos foi executado e outro de 18 anos ficou ferido após ataque de um grupo de quatro homens armados em Cruzeiro, na tarde de segunda-feira (31). Cerca de 25 estojos de balas foram encontrados no local pela perícia. O caso é investigado pela Polícia Civil.
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De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima foi identificada como Danilo Henrique da Silva Lopes, de 21 anos. Ele foi morto na avenida Lavrinhas, no bairro Vila Romana, em Cruzeiro. Informações preliminares apontam para guerra entre gangues ligadas ao tráfico de drogas na cidade.
No local do crime, além do corpo da vítima, a Polícia Militar encontrou uma motocicleta Honda CG de cor vermelha e um veículo VW Nivus de cor branca, sendo que ambos estavam danificados.
Os policiais apuraram que o Nivus colidiu contra a motocicleta em que estavam Danilo e o jovem de 18 anos que ficou ferido. Em seguida, quatro pessoas desembarcaram do veículo e passaram a efetuar disparos de armas de fogo contra as vítimas, sendo que Danilo foi atingido por diversos disparos, enquanto o outro jovem conseguiu fugir. Os matadores fugiram a pé para uma região de mata do bairro Jardim Paraíso.
Balas.
A Polícia Científica foi chamada e os peritos encontraram 17 estojos de balas de calibre 380, dois de calibre .40 e seis projéteis cujos calibres ainda não foram especificados, bem como recolheram um chinelo e uma camiseta que estavam no interior do Nivus.
No interior do carro também foram encontrados uma mochila, que acondicionava 15 munições do calibre 380 e seis de 38, um galão com gasolina, caixa de fósforos e isqueiro.
Ao efetuar pesquisa pela placa do Nivus, apurou-se que não coincidia com os caracteres gravados no vidro, motivo pelo qual efetuou-se pesquisa pela numeração do chassi, descobrindo-se que se tratava de veículo produto de roubo, cujo boletim de ocorrência foi registrado em 21 de dezembro de 2024, no 24º Distrito Policial do Rio de Janeiro.
Quadrilha.
A equipe de investigadores obteve imagens de câmeras de segurança instaladas nas imediações e que registraram o crime, mostrando os quatro autores encapuzados e usando luvas.
Segundo a polícia, o jovem de 18 anos, que é dono da motocicleta em que as vítimas estavam, é conhecido nos meios policiais por envolvimento com o tráfico de drogas e em crimes de homicídio decorrentes do conflito entre traficantes de bairros rivais.
Os policiais foram até a casa dele e o encontraram com escoriações e um ferimento no braço direto, que aparentava ter sido produzido por projétil de arma de fogo. Ele disse aos policiais que estava conduzindo a motocicleta e que Danilo era seu passageiro.
Ao parar em uma adega, contou ele, o veículo Nivus veio por trás e colidiu contra a motocicleta arremessando-a na parede. Em seguida, os ocupantes do veículo desembarcaram e começaram a atirar. O jovem afirmou que conseguiu correr enquanto Danilo caiu no local.
O jovem reconheceu três dos quatro autores e disse que eles somente colocaram os capuzes quando desceram do carro. Ele atribuiu o crime ao conflito entre traficantes rivais dos bairros Vila Batista e Vila Romana, em Cruzeiro -- cidade tem a segunda mais alta taxa de vítimas de homicídio do estado de São Paulo.
Os policiais diligenciaram na residência dos três apontados pelo jovem ferido, sendo que um deles foi encontrado. Ele negou participação no crime e alegou que não saiu das proximidades de sua casa. A informação foi checada em razão de o investigado usar tornozeleira eletrônica. A localização do aparelho confirmou que ele não saiu de perto da residência.
Após a investigação inicial, o jovem de 18 anos mudou sua versão. Ele disse que não conseguiu reconhecer os autores e que mentiu porque estava com medo de morrer. Contudo, ele afirmou ter convicção de que os autores são da Vila Batista.
Buscas.
Equipes da Polícia Militar efetuaram diligências no local em que os autores fugiram após o crime, sendo que conseguiram abordar um jovem de 21 anos. Ele alegou que estava sozinho, mas não soube explicar o que fazia no local, apresentando versões conflitantes para os policiais militares. Ele foi detido e encaminhado para a delegacia.
Ao ser interrogado, ele alegou que tinha ido ao local para ver um cavalo e que foi levado por seu irmão, no carro da mãe. Ele não soube informar a placa. No entanto, imagem de câmera de segurança mostra o investigado e mais dois indivíduos, que não foram localizados e identificados, saindo de uma área de pastagem.
O jovem não foi preso em flagrante pela falta de provas suficientes para apontá-lo como um dos matadores, segundo a polícia. A conduta dele será melhor apurada no transcorrer das investigações. O caso foi registrado como homicídio qualificado (por emboscada) e tentativa de homicídio.