
Preso por tráfico de drogas em São José dos Campos, um homem de 29 anos acusa policiais militares de agressão e de forjar a prisão, que aconteceu na manhã de terça-feira (25), na zona leste da cidade. O caso foi relatado à Corregedoria da Polícia Militar.
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De acordo com o boletim de ocorrência, um sargento e um cabo da Polícia Militar apresentaram dois homens presos por tráfico de drogas. Os detidos têm 20 e 29 anos. A prisão aconteceu em bloco de apartamentos no Jardim Santa Inês 1, na região leste de São José.
Segundo o relato dos policiais militares, durante patrulhamento pelo local, que seria conhecido como ponto de venda de drogas, o homem de 29 anos foi avistado com uma mochila na mão. Ele teria começado a correr em direção a um dos blocos de apartamentos. O mais jovem, que estava na escada, também teria corrido, tirando a blusa e a camiseta.
Ainda segundo a PM, ambos entraram em um dos apartamentos do local. No interior do imóvel, os policiais encontram o mais velho sentado no sofá da sala. A mochila foi localizada em móvel da sala, contendo diversos tipos de entorpecentes em seu interior.
Após tirar a blusa e a camiseta, o mais novo se deitou na cama de um dos quartos. Com ele, os policiais localizaram um telefone celular e uma pochete que continha R$ 263 em dinheiro e seis buchas de maconha. Em vistoria pelo local, os policiais disseram que encontraram mais três telefones celulares bem como uma balança de precisão.
Interrogatório.
Os dois homens e as drogas foram levados para a delegacia. O delegado pediu exames nos dois presos e um deles apresentava lesão corporal leve. Também foi expedida requisição para a constatação de substância entorpecente.
De acordo com o boletim de ocorrência, em interrogatório na delegacia, o preso mais velho disse que foi agredido pelos policiais militares quando da sua prisão, alegando ainda que toda a ação teria sido forjada pelos agentes.
Relatou ainda que um dos policiais, o qual utilizou uma câmera corporal (bodycam), seria o autor das agressões, mencionando que ele teria, por diversas vezes, "ligado e desligado o equipamento durante as agressões".
O delegado ressaltou que, embora o indiciado tenha alegado que os fatos não ocorreram da forma narrada pelos policiais militares, ele não apresentou “qualquer elemento que comprovasse suas declarações”, sendo “incapaz assim de desconstituir a versão apresentada pelos agentes do estado”.
No entanto, o delegado destacou que “resta indisponíveis o acesso integral das imagens captadas pelas câmeras corporais (bodycam) da ação”.
Diante do narrado pelo preso, o delegado determinou que a denúncia fosse encaminhada à Corregedoria da Polícia Militar, para “eventuais deliberações que entendam cabíveis no âmbito de sua alçada”.