PARALISAÇÃO

Petroleiros da Revap aderem à greve nacional por direitos e PLR

Por Jesse Nascimento | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução / Jesse Nascimento
Mobilização na portaria da Revap, em São José dos Campos
Mobilização na portaria da Revap, em São José dos Campos

Os petroleiros da Revap (Refinaria Henrique Lage), da Petrobras, em São José dos Campos, aderiram à greve nacional unificada convocada pelo Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) de São José dos Campos, FUP (Federação Única dos Petroleiros) e FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), nesta quarta-feira (26).

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A categoria protesta contra redução de 31% na PLR (Participação nos Lucros e Resultados), mudanças no regime híbrido de trabalho, déficit dos planos de previdência e pede reposição do efetivo.

A mobilização ocorre em protesto contra série de medidas da gestão da Petrobras que, segundo os sindicatos, representam retirada de direitos dos trabalhadores. Entre os principais pontos está o anúncio do pagamento da PLR de 2024 com corte de 31% no valor previamente acordado com os sindicatos.

Outro ponto de insatisfação é a alteração unilateral no regime de trabalho híbrido, que passa de dois para três dias presenciais, sem negociação com a categoria.

A greve dos petroleiros também conta com o apoio do Sintricom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte), que mobiliza seus associados em defesa das mesmas pautas e por melhorias nas condições de trabalho na Revap.

Uma assembleia está marcada para a manhã desta quarta-feira (26), na entrada da refinaria, com presença das lideranças sindicais e trabalhadores.

A vice-presidente do Sindipetro-SJC, Cidiana Masini, afirmou que a mobilização tem sido uma das mais fortes dos últimos tempos.

“Há tempos não víamos uma greve tão fortalecida e unindo a categoria. A gestão atual propõe diversos retrocessos em direitos conquistados e negociados coletivamente. Não vamos aceitar! Nenhum passo atrás”, disse.

Sobre a PLR, Cidiana destacou: “A justificativa, por exemplo, no corte da PLR, é um prejuízo contábil, mas os trabalhadores e trabalhadoras cumpriram todas as metas e o déficit não é de responsabilidade da categoria, além de anunciarem R$ 100,3 bilhões aos seus acionistas em 2024”.

“Por um basta ao autoritarismo da gestão Magda, por respeito à categoria e pela valorização dos fóruns de negociação coletiva. Nos últimos anos, a categoria petroleira tornou-se símbolo da defesa da soberania nacional e uma das vanguardas nas lutas populares em defesa da democracia no Brasil. São as trabalhadoras e os trabalhadores que possuem legitimidade na sociedade para se manifestarem sobre temas relacionados às empresas do Sistema Petrobrás, não só no setor de óleo e gás, como de energia como um todo, sobretudo diante da descoberta de novas fronteiras e da urgência da transição energética justa”, diz trecho do comunicado dos petroleiros.

Outro lado.

Em nota, a Petrobras disse que foi notificada oficialmente pelas entidades sindicais sobre a paralisação agendada para o dia 26 de março.

“A empresa respeita o direito de manifestação dos empregados. A Petrobras tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial. A partir de 7 de abril de 2025, todos os empregados devem cumprir três dias de trabalho presencial na semana. Além disso, a companhia apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos”, afirmou a companhia.

“Os ajustes mencionados visam atender os grandes desafios que a companhia tem pela frente, alinhados ao seu Plano Estratégico. A Petrobras esclarece, ainda, que já vem repondo seu efetivo de trabalhadores, tendo convocado mais de 1.900 novos empregados em 2024. A companhia também já anunciou publicamente que irá contratar 1.780 novos empregados ao longo de 2025, oriundos de concurso público de nível técnico”, completou.

Por fim, a Petrobras disse que possui um programa de remuneração variável que contempla, entre outros itens, a PLR. “A Petrobras negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia”, afirmou.

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