TRAGÉDIA NO VALE

Após morte de Ágatha e bebê, mãe acusa hospital de negligência

Por Da redação | Jacareí
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Montagem com fotos de Ágatha Ayme grávida
Montagem com fotos de Ágatha Ayme grávida

Lucimari Pagotto, mãe da jovem Ágatha Ayme, de 21 anos, acusa o Hospital São Francisco, em Jacareí, de negligência pela morte da filha, que estava grávida do filho, que se chamaria Yuri Gabriel.

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A tragédia, ocorrida no Vale do Paraíba, comoveu a região. “Que a justiça seja feita. Vou até o fim”, disse Lucimari. “Até quando vai ser assim, até onde a negligência do São Francisco vai ceifar vidas?”, postou ela nas redes sociais.

O caso aconteceu em Jacareí, na madrugada de sábado (22). “Perdi minha filha e meu neto, quero justiça para os dois”, afirmou a mãe de Ágatha.

O corpo da jovem e do bebê foram sepultados no domingo (23), no Cemitério Jardim da Paz, em Jacareí.

Na noite de sexta-feira (21), por volta das 19h, após sentir dores, Ágatha foi levada ao Hospital São Francisco. No atendimento inicial, foi constatado que o bebê não apresentava batimentos cardíacos. De acordo com a família, a jovem grávida foi levada para uma sala para esperar atendimento e lá vomitou e teve náusea.

A família afirma que houve demora no atendimento. Após um ultrassom confirmar que o bebê não tinha batimentos cardíacos, Ágatha foi submetida a uma cirurgia. O bebê nasceu morto e Ágatha teve o útero retirado, sendo levada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Durante a madrugada, a jovem morreu.

“Hoje eu perdi uma filha, uma amiga e perdi o meu neto que foi tão esperado. Que a justiça seja feita para que outras vidas não sejam perdidas por negligência médica”, afirmou a mãe, que divulgou um vídeo sobre o assunto.

Outro lado.

Em nota publicada nas redes sociais, após lamentar a morte da jovem, o Hospital São Francisco de Assis disse que a paciente deu entrada no Pronto Atendimento Obstétrico às 19h30 da sexta (21), trazida pelo Samu, com queixa de dor súbita em baixo ventre.

Logo na triagem, continuou o hospital, não foi possível identificar presença de batimentos cardíacos do feto. “Foi realizado ultrassom de urgência e constatado óbito fetal”, disse a instituição.

“O óbito fetal foi constatado no hospital, portanto, infelizmente, o bebê veio a óbito antes de chegar na instituição, provavelmente devido às consequências do descolamento prévio da placenta”, afirmou.

“A paciente não foi encaminhada para indução de parto normal. Do Pronto Atendimento Obstétrico, ela foi direto para o Centro Cirúrgico para realização da cesárea de urgência, devido às suas condições clínicas desfavoráveis”, acrescentou o hospital.

Segundo o hospital, não houve hemorragia decorrente da cesárea. “O fato é que durante a cirurgia foi constatado grave descolamento prévio de placenta oculto que provocou um sangramento volumoso no interior da cavidade da paciente”. “No procedimento, foi feita a Histerectomia (retirada do útero) para conter a hemorragia como recurso para salvar a vida da paciente”, disse.

“Paciente foi encaminhada imediatamente à UTI em estado gravíssimo, chegou a ser entubada, mas não resistiu e veio a óbito”, completou o hospital.

Por fim, a instituição afirmou que a paciente foi “acometida por uma anomalia obstétrica rara e abrupta (Descolamento Prévio de Placenta Oculto), da qual não foi possível obter a reversão do quadro”.

“A mãe da paciente a acompanhou o tempo todo inclusive no centro cirúrgico. A equipe do Hospital São Francisco de Assis realizou todos os procedimentos possíveis e necessários para salvar a vida da paciente, e se solidariza com a família nesse momento de dor e sofrimento diante dessa fatalidade.”

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