
Os petroleiros da Revap (Refinaria Henrique Lage), da Petrobras, em São José dos Campos, vão aderir à greve nacional unificada convocada para a próxima quarta-feira (26). A paralisação é organizada pelo Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) de São José dos Campos, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros).
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.
Segundo o sindicato de São José, a mobilização gira em torno de diversas demandas a respeito da retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras, como o anúncio do pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de 2024 “com um corte de 31% no valor acordado com os sindicatos” e a “mudança unilateral de dois para três os dias presenciais no regime híbrido”.
Além disso, a categoria pede uma solução definitiva aos PEDs (Planos de Equacionamentos de Déficit) e um “novo e único Plano de Cargos, Carreira e Salário, com possibilidades de progressão na carreira e mobilidades”, além de “reposição do efetivo”. O sindicato informou que realizará uma assembleia na porta da refinaria em São José, na quarta-feira (26), pela manhã.
“Há tempos não víamos uma greve tão fortalecida e unindo a categoria. A gestão atual propõe diversos retrocessos em direitos conquistados e negociados coletivamente. Não vamos aceitar. Nenhum passo atrás”, disse a vice-presidente do Sindipetro, Cidiana Masini.
“A justificativa, por exemplo, no corte da PLR, é um prejuízo contábil, mas os trabalhadores e trabalhadoras cumpriram todas as metas e o déficit não é de responsabilidade da categoria, além de anunciarem R$ 100,3 bilhões aos seus acionistas em 2024”, completou.
Outro lado.
Procurada pela reportagem, a Petrobras se manifestou por nota. Leia o comunicado na íntegra.
"A Petrobras foi notificada oficialmente pelas entidades sindicais sobre a paralisação agendada para o dia 26 de março. A empresa respeita o direito de manifestação dos empregados. A Petrobras tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial. A partir de 7 de abril de 2025, todos os empregados devem cumprir três dias de trabalho presencial na semana. Além disso, a companhia apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos.
Os ajustes mencionados visam atender os grandes desafios que a companhia tem pela frente, alinhados ao seu Plano Estratégico. A Petrobras esclarece, ainda, que já vem repondo seu efetivo de trabalhadores, tendo convocado mais de 1.900 novos empregados em 2024. A companhia também já anunciou publicamente que irá contratar 1.780 novos empregados ao longo de 2025, oriundos de concurso público de nível técnico.