AQUECIMENTO GLOBAL

Nasa prevê que cidades brasileiras podem ser ‘engolidas’ pelo mar

Por Da redação | Rio de Janeiro
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

Um novo estudo divulgado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, acendeu um sinal de alerta para diversas cidades brasileiras. A análise aponta que o aumento do nível do mar nas últimas décadas, impulsionado pelas mudanças climáticas, está ocorrendo em um ritmo acelerado e ameaça submergir áreas costeiras em todas as regiões do país e do mundo.

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Segundo os dados, houve um aumento de 9,4 cm no nível dos oceanos entre 1993 e 2023, com uma média anual de 0,3 cm. Notavelmente, na última década, essa média subiu para 0,42 cm por ano.

Os cientistas da Nasa utilizaram satélites e modelos climáticos avançados para monitorar o aumento do nível do mar e prever suas consequências. Se as tendências atuais de emissão de gases de efeito estufa continuarem, o nível do mar pode subir até um metro até o final do século. Esse aumento seria suficiente para transformar áreas atualmente habitadas em zonas inabitáveis.

O estudo conduzido pelo Climate Central, uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos, com base em dados da Nasa e outras pesquisas climáticas, revelou que se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual, levando a um aquecimento global de 3°C, aproximadamente 50 grandes cidades ao redor do mundo terão suas áreas inundadas devido ao aumento do nível do mar.

O Brasil está entre os países que serão impactados. O estudo indica que algumas áreas costeiras das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do país estão sob maior risco.

Entre as cidades e regiões brasileiras mais vulneráveis, de acordo com a NASA, estão:

Rio de Janeiro: Ilha do Governador e Duque de Caxias

Pará: Ilha de Marajó e partes de Belém

Amapá: Oiapoque e a Reserva Biológica do Lago Piratuba

Maranhão: Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Rio Grande do Sul: Porto Alegre e Pelotas

Além das cidades, ecossistemas inteiros podem ser alterados, afetando espécies marinhas e atividades como pesca e turismo.

Os pesquisadores do Climate Central analisaram quais populações estarão mais vulneráveis nos próximos anos e em diferentes cenários de aquecimento global. Os resultados são alarmantes. A poluição atmosférica e o derretimento das geleiras da Groenlândia e da Antártica foram apontados como os principais fatores que contribuem para a elevação do nível dos oceanos.

A linha da maré alta poderá ultrapassar as terras ocupadas por cerca de 10% da população global atual, ou seja, mais de 800 milhões de pessoas no mundo, após um aquecimento de 3°C. Nesse cenário, muitas nações insulares pequenas estão ameaçadas de perda quase total de território.

Mesmo que, hoje, as emissões de carbono fossem reduzidas ao limite proposto pelo Acordo Climático de Paris e o aquecimento fosse mantido a 1,5°C, ainda assim haveria um aumento médio global no nível do mar de 2,9 metros ao longo do século.

Para frear o avanço do nível do mar, especialistas apontam a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Investir em energias renováveis e adotar práticas sustentáveis são passos fundamentais para minimizar os efeitos do aquecimento global.

Além disso, cidades costeiras precisam de infraestrutura adaptada às mudanças climáticas. Barreiras naturais e artificiais podem conter as águas, enquanto sistemas de alerta precoce ajudam a minimizar os danos.

O aumento do nível do mar é um desafio global e exige ações imediatas. Sem medidas eficazes, o mapa do Brasil pode sofrer mudanças significativas nas próximas décadas.

* Com informações do jornal O Hoje

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