CRIANÇA MORREU

Pais pedem análise de água e comida em escola após morte de Bryan

Por Da redação | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Bryan e a fachada da escola municipal de Taubaté
Bryan e a fachada da escola municipal de Taubaté

Pais de alunos matriculados na escola municipal José Sant’Anna de Souza, em Taubaté, pedem que a Secretaria de Educação faça uma análise da água e dos alimentos fornecidos na unidade escolar, que atende 470 alunos, do 1° ao 9° ano. A unidade é uma escola de tempo integral.

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O pedido ocorre depois da morte do menino Bryan Schroll, de 9 anos, que morreu no último sábado (8) após passar mal na escola no dia anterior.

Outras três crianças passaram mal na mesma unidade, com sintomas parecidos com os de Bryan: náusea, dor de cabeça, dor de barriga, mal-estar geral e vômito.

Bryan e um menino de 6 anos passaram mal na sexta-feira (7), outra criança, de 13 anos, na segunda (10), e uma menina na última quinta-feira (13). Essa estudante chegou a ser encaminhada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e ficará afastada das aulas por dois dias.

No caso de Bryan, a mãe dele, a socorrista Juliana Ceconi, 33 anos, foi chamada na escola porque o filho estava passando mal. O garoto estava pálido, com dor de cabeça e náuseas.

Ao retornar para casa, Bryan deitou e reclamou de mais dores. Antes de tomar um medicamento, vomitou uma substância esbranquiçada com pequenos pontos escuros.

Ao notar que Bryan estava piorando, Juliana levou o filho até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Cecap. Com o agravamento do quadro, o menino foi transferido de ambulância para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica do HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté). Durante o atendimento, a criança não resistiu e morreu às 3h30 de sábado.

“Meu filho sempre foi muito saudável. Na sexta ele estava muito feliz, como sempre. A gente precisa descobrir de onde surgiu isso, porque não aconteceu do nada. Se ele foi envenenado, vamos descobrir”, afirmou a mãe.

As outras três crianças tiveram sintomas parecidos, mas nenhuma delas evoluiu para um caso grave como o de Bryan. Uma das mães suspeita que possa haver alguma contaminação na água da escola.

“Ele estava com muita dor na barriga [na segunda] e há alguns dias ele vem relatando que as fezes dele estão com uma gosma. Ele está comendo e bebendo na escola e não sabemos o que está acontecendo”, disse a mãe do aluno de 13 anos.

“Ontem [segunda] meu irmão foi buscá-lo pela manhã e ele estava passando mal e ele diz que a água é muito estranha na escola. Tem alguma coisa errada na escola por ter crianças passando mal desse jeito. Lá tem muito pombo, talvez possa ter alguma ligação”, completou.

A avó de aluno da escola cobra levantamento sobre quantas crianças passaram mal na unidade. Ela disse que essa avaliação deve ser comunicada aos pais e responsáveis.

“Pode ser uma coincidência, mas é bom ficarem em alerta. Pode ser que tenha mais crianças [que passaram mal]. Mas a escola também tem essa informação, se mandaram mensagem pra buscar as crianças. A obrigação deles era depois do caso saber como estavam”, afirmou a avó.

Prefeitura.

A Prefeitura de Taubaté anunciou medidas após o caso do garoto Bryan. Uma delas foi uma vistoria na escola municipal José Sant’Anna de Souza, no bairro Chácara Flórida, com equipes das Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica para investigar possíveis contaminações no ambiente escolar.

Amostras dos alimentos foram encaminhadas para análise para garantir que estavam dentro dos parâmetros de qualidade, segundo a administração.

Outra medida apurada por OVALE junto a professores é que a Secretaria de Educação reforçou orientação que já existia, mas era pouco seguida: a de não levar alimentos para as escolas.

A pasta reforçou a orientação para que as escolas não deixem alunos entrarem com nenhum tipo de alimento, como bala e chocolate, entre outros.

A orientação já existia antes, mas não era seguida. Agora, após o caso Bryan, o alerta foi reforçado e inclui até mesmo os professores, que também não devem levar alimentos para dentro da escola e entregar para os alunos, como forma de recompensa.

“Já tinha isso de não poder levar. Mas na prática aluno levava, funcionários e professores levavam para incentivar os alunos. Agora, não pode nada”, explicou um professor.

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