
A guerra entre Rússia e Ucrânia, que completa quase três anos desde seu início em fevereiro de 2022, tem gerado um cenário inesperado nas linhas de frente: a proliferação de uma indústria ilegal do sexo, com garotas de programa russas atendendo soldados em meio ao conflito. Segundo relatos da mídia independente russa "Verstka", muitas dessas mulheres estão faturando valores altíssimos, chegando a ganhar o equivalente a R$ 93 mil por semana, enquanto oferecem seus serviços próximos às zonas de combate.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
A demanda por prostituição tem crescido entre os militares russos, que buscam alívio para os traumas e horrores vividos na guerra. Em alguns casos, os encontros ocorrem em trincheiras, sob o som de tiros, granadas e drones sobrevoando a área. O preço médio de um programa é de 130 euros (cerca de R$ 775), e algumas profissionais chegam a atender mais de 50 soldados em poucos dias.
A atividade não se restringe apenas às trincheiras. Bases de apoio militar também têm se tornado pontos de encontro para esses serviços. No entanto, a prática envolve riscos significativos, tanto para as mulheres quanto para os soldados. Comandantes corruptos estariam cobrando propinas de redes de prostituição para permitir que o comércio sexual ocorra nas proximidades da linha de frente, de acordo com a agência East2West.
Além dos perigos físicos, as profissionais do sexo enfrentam desafios emocionais. Muitas relatam que os soldados, em vez de buscar apenas relações físicas, desabafam sobre os traumas vividos no campo de batalha. "Eles falam sobre os horrores que testemunharam, sobre matar e serem mortos. Muitos só querem conversar", contou uma das mulheres ao "Verstka". Para lidar com essas situações, algumas admitem que precisam beber durante os atendimentos. "Não consigo ouvir essas histórias sem álcool", confessou uma prostituta.
A situação também expõe abusos de poder dentro das forças armadas russas. Integrantes da polícia do Exército estariam extorquindo soldados flagrados com prostitutas. Aqueles que se recusam a pagar são frequentemente enviados para missões consideradas suicidas em território ucraniano. Além disso, muitos militares gastam todo o seu soldo em poucas semanas com os serviços sexuais, como relatou um soldado: "Os ucranianos podem me matar amanhã. Tenho dinheiro no cartão e vou gastá-lo".
O fenômeno revela um lado sombrio da guerra, onde o desespero e o trauma levam a comportamentos extremos. Enquanto o conflito se arrasta, a presença de garotas de programa no front russo ilustra a complexidade humana em meio ao caos, destacando não apenas a violência do combate, mas também as formas improváveis que os envolvidos encontram para lidar com o sofrimento.