
A Polícia Civil investiga denúncia de assédio sexual contra um adolescente em um shopping de São José dos Campos. O Conselho Tutelar também acompanha o caso.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.
A vítima é um jovem de 17 anos e o assédio aconteceu na última segunda-feira (24), no banheiro do Shopping Jardim Oriente, no Jardim América, na zona sul da cidade.
De acordo com a denúncia, o adolescente trabalha no centro de compras e foi assediado sexualmente por um funcionário da loja Di Gaspi, dentro do banheiro. O caso aconteceu por volta das 19h.
O boletim de ocorrência narra que o funcionário subiu na cabine do banheiro em que o adolescente estava e o assediou sexualmente. Em seguida, após a negativa do jovem, o homem tentou forçar a porta da cabine.
O funcionário, que estava uniformizado, subiu novamente na cabine e ofereceu dinheiro para que o adolescente tivesse relação sexual com ele. A vítima continuou negando, e o funcionário, contrariado, ameaçou o adolescente e disse que ele não deveria contar para ninguém o que tinha acontecido.
Segurança.
A vítima conseguiu sair do banheiro após várias negativas e acionou a segurança do centro de compras. A Polícia Militar não foi chamada.
A mãe do jovem enviou um carro de aplicativo para pegá-lo no centro de compras. Ela acredita que faltou acolhimento ao filho por parte do shopping. "Meu filho nunca viu isso e ficou apavorado", disse.
Os pais registraram o boletim de ocorrência na Polícia Civil, que investiga o caso. O Conselho Tutelar também registrou e acompanha a denúncia. A exploração sexual de criança e adolescente é crime previsto no Código Penal e no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Ao Conselho Tutelar, os pais disseram que o adolescente voltou ao trabalho dois dias depois e o funcionário que o havia assediado continuou o encarando por diversas vezes, constrangendo-o, numa tentativa de coação.
A mãe contou que se reuniu com a direção do shopping e com a supervisão da loja Di Gaspi na quarta-feira (26). Ambos teriam se comprometido com medidas sobre o caso.
“O problema é o suspeito, que é sem limites, invade cabines de banheiro, persegue, estar lá trabalhando. Tranquilamente. Foi abuso, não foi flerte. Não estou dormindo por causa disso. Estou com nojo e com medo. A loja precisa fazer alguma coisa com esse funcionário. Queremos que ele seja transferido ou afastado durante a investigação. Meu filho está correndo risco”, desabafou a mãe.
Outro lado.
Procurado pela reportagem, o Shopping Jardim Oriente informou que, de imediato, foi feito todo o acolhimento da família, “com orientações dos procedimentos legais cabíveis". O centro de compras disse que "também direcionou os familiares para conversar com a direção da loja”.
“O shopping também ofereceu toda a ajuda para a investigação policial”, completou a empresa, por meio de nota.
O diretor da Di Gaspi disse que a empresa tomou conhecimento dos fatos por meio da mãe do adolescente. “Pelas informações, [os fatos] não ocorreram na jornada de trabalho desta empresa”, afirmou.
“Nossa empresa preza pela apuração dos fatos pelas autoridades competentes”, acrescentou o dirigente.
Sobre uma eventual continuidade do assédio ao adolescente, por parte do funcionário, o diretor disse que “nosso departamento jurídico estará atento a qualquer ato contrário ao bons costumes”.