
Não, este não será um papo sobre futebol. A pergunta é sobre suas prioridades neste sábado de carnaval: você é do time do ala-la-ô ou, assim como eu, do time da sombra e água fresca?
Se você é do bloquinho, do samba no pé e da purpurina, já aviso que esta coluna pode te decepcionar. Estou zerada de clima carnavalesco, e aqui não teremos dicas de looks para confete e serpentina. Mas antes que me julguem, deixa eu contextualizar esse meu borocoxô pela festa mais popular do nosso país.
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Na minha última coluna, escrevi direto de Nova York. Depois disso, me ausentei por duas semanas – as coisas por lá me abduziram de tal forma que, confesso, nem sei o que foi mais intenso: a agenda ou o frio cortante de -20°C de sensação térmica. Retornei essa semana e já cheguei reclamando do calor. Some-se a isso a vontade de curtir minha família com calma, na intimidade, e ficou claro para mim que definitivamente o carnaval não faria parte da minha programação. Prioridades!
E como elas mudam, não é mesmo? Assim como nós!
Costumo brincar que, se eu for a mesma pessoa do ano passado neste ano, algo deu errado. Nós evoluímos, nossas prioridades mudam, nossa rotina se transforma e, com isso, nossa forma de nos expressarmos através da moda também.
A maturidade fashion nos ensina a olhar para o guarda-roupa com outros olhos. Quando somos mais jovens, tendemos a seguir tendências sem questionar. Mas, à medida que amadurecemos, entendemos que a moda é muito mais do que peças da estação – é uma extensão da nossa identidade. É sobre comunicar, sem dizer uma palavra, quem somos, o que valorizamos e como nos sentimos naquele momento da vida.
O que antes poderia ser um look chamativo e repleto de exageros carnavalescos, hoje talvez dê lugar a um visual mais minimalista, porém cheio de significado. Aprendemos que menos pode ser mais, que conforto não precisa excluir elegância e que estar bem-vestida tem mais a ver com autenticidade do que com qualquer dress code imposto por terceiros. Isso é autoconhecimento traduzido em imagem.
E sabe o que mais percebi? Pode parecer clichê, mas que maturidade também é saber escolher onde queremos estar. É entender que tudo tem seu tempo e que não precisamos nos forçar a caber em expectativas alheias. Assim como respeitamos nossos limites na moda – sabendo o que nos favorece e o que faz sentido para nosso estilo de vida –, respeitamos também nossos desejos em relação às experiências que escolhemos viver.
Portanto, se você está no bloco curtindo o carnaval, aproveite com toda a energia! Se, como eu, está em um momento de família e descanso (e ansiosa para acompanhar o Oscar amanhã – será que vem uma estatueta para o Brasil), abrace essa escolha sem culpa. A moda nos ensina que tudo é sobre equilíbrio, e a vida também. No fim das contas, seja qual for o seu time, o que realmente importa é estar em sintonia com quem você é hoje. E talvez essa seja a maior elegância de todas: viver de forma autêntica e fiel a si mesma.