MORTE SUSPEITA

Adeus, Yuri: mãe culpa padrasto pela morte de filho de 2 anos

Por Da redação | Taubaté
| Tempo de leitura: 5 min
Reprodução / Redes Sociais
A mãe o filho de 2 anos, que morreu em Taubaté: 'Sinto a dor da perda dele'
A mãe o filho de 2 anos, que morreu em Taubaté: 'Sinto a dor da perda dele'

A mãe do pequeno Yuri, que morreu na última quinta-feira (13), em Taubaté, culpa o ex-namorado e ex-padrasto do menino pela tragédia. Ela disse que rompeu o relacionamento com ele depois da morte do filho. O caso está sob investigação.

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“Eu não tenho mais nada com ele. No mesmo dia [da morte] tirei tudo da casa da família dele e fui embora”, escreveu ela em um longo texto postado nas redes sociais, na qual chama o ex-companheiro de “lixo”.

“Ele me mandou diversas mensagens querendo que eu defendesse ele e todas elas foram sem respostas, por que como que defende uma pessoa dessa?”, afirmou.

O menino estava com o padrasto em casa quando foi chamado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que levou a criança para o Hospital Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté. Yuri deu entrada na unidade em parada cardiorrespiratória após um traumatismo craniano. O óbito foi constatado no hospital.

A equipe médica que atendeu Yuri verificou diversas lesões pelo corpo do menino, algumas delas com indícios de terem sido causadas em dias distintos. A criança apresentava ferimentos que levantaram suspeita de maus-tratos.

Investigação.

Tão logo a morte do menino foi registrada, a Polícia Civil começou a investigar o caso, com diligências no hospital e na residência da família, além de requisitar exames periciais no local e a necropsia do corpo no IML (Instituto Médico Legal) para esclarecer as causas da morte.

Nas redes sociais, a mãe lamentou a perda do filho e reforçou as acusações de negligência contra o ex-namorado e também contra a babá do garoto. Ambos não foram localizados para comentar a situação.

“Hoje sinto a dor da perda dele, só quem já perdeu um filho vai entender o que eu tô falando, você olha pra rua e lembra que seu filho gostava de brincar ali, escuta o barulho do trem passando e lembra que seu filho adorava olhar o trem”, disse a mãe.

“Negligência na demora de chamar o Samu tanto da parte dele como da parte da babá, porque não saiu na rua pedindo ajuda? Porque demoraram pra ligar?”, questionou a mãe de Yuri.

O caso.

O caso ocorreu em uma residência de Taubaté onde a criança morava com a mãe, de 22 anos, e o padrasto, de 21 anos. O relato de ambos foi vital para o início das investigações. A babá do menino também foi ouvida.

A mãe de Yuri disse que o filho estava com uma babá, que mora no mesmo terreno da sua casa, quando o Samu foi acionado. Também estava presente o namorado dela e padrasto da criança.

Tudo começou quando a mãe estava trabalhando e a babá ligou dizendo que o menino havia caído no banheiro e não estava acordando.

A mãe disse que desconhece o motivo pelo qual o filho estava com seu namorado, e não com a babá, que mora na casa da frente, no mesmo terreno.

Ela contou que o namorado tinha ciúmes do filho dela, e que eventualmente o casal se desentendia por conta da criança.

Já sobre as diversas lesões no corpo do filho, ela narrou que sempre ele caía de joelho, e que o cachorro da família, eventualmente, também deixava marcas na criança no momento de brincar. Afirmou também que o filho estava com virose e que teria ficado com ele até as 2h no hospital.

A babá informou que recebe da mãe de Yuri um valor para cuidar da criança, porém, na data da morte dele, o menino não teria descido para sua casa, que é o local onde ela costuma ficar com ele.

Banho.

Ela disse que o padrasto afirmou que Yuri tinha vomitado e que iria dar um banho nele, momento em que teria descido para atender um amigo, que tinha chegado ao local. Momentos depois, o homem afirmou que a criança teria caído e batido o rosto no chão, quando então acionou o Samu.

A babá disse que o menino chorava quando se aproximava do padrasto, e que demonstrava medo, porém, disse que nunca viu atos de violência entre eles. Contou também que não ouviu nenhum barulho diferente no dia da morte da criança.

O amigo do padrasto disse que estava em um bar quando o homem o teria chamado para ir até sua casa, por volta de 12h30. Ele disse que, ao chegar ao local, viu Yuri deitado, e foi informado pelo amigo que o menino estava doente.

Disse ainda que o padrasto anunciou que daria um banho na criança e que, momentos depois, ele teria saído do banheiro e dito que o menino teria caído, tentando reanimá-lo. Narrou que viu sangue escorrendo pelo nariz de Yuri.

Por sua vez, o padrasto disse que foi atender o amigo que o chamava, e que, ao retornar para a casa, viu a criança com vômito, momento que decidiu dar um banho nela.

Relata que se ausentou para pegar uma toalha. Ao retornar, disse que Yuri estava com a boca machucada e o nariz sangrando, momento em que saiu de lá com ele para chamar o Samu.

Admitiu que atualmente está afastado da mãe do menino e que a criança tinha ciúmes da sua relação com a mãe. Confessou que, eventualmente, gritava com a criança, pois a mãe teria dado essa liberdade a ele. Negou que já tenha batido em Yuri. Afirmou que as lesões no corpo da vítima derivam de brincadeiras que o menino fazia, inclusive com o cachorro da família.

Após os primeiros trabalhos investigativos, a autoridade policial determinou o encaminhamento do corpo da vítima para o IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico. O caso foi registrado na Delegacia de Taubaté como morte suspeita e morte acidental. Até o momento, ninguém foi indiciado ou preso.

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