
Um homem de 44 anos morreu na manhã de domingo (9) após um confronto com o ex-companheiro de sua namorada em uma residência na rua Benedicta Turco, no bairro Campo dos Alemães, na zona sul de São José dos Campos. O caso foi registrado como homicídio, lesão corporal e violência doméstica.
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De acordo com a Polícia Militar, uma equipe foi acionada durante a madrugada para atender uma ocorrência de violência doméstica na residência. No local, os agentes conversaram com a mulher, de 41 anos, que relatou ter sido agredida pelo companheiro, um homem de 44 anos. Segundo a moradora, ele a teria puxado pelos cabelos, desferido socos e tentado enforcá-la.
Após o atendimento, os policiais pediram que o agressor deixasse a residência. A vítima, no entanto, não quis registrar a ocorrência naquele momento. O homem saiu do local levando uma mochila e uma bicicleta.
Horas depois, temendo que ele voltasse, a mulher acionou seu ex-companheiro, também de 44 anos, para acompanhá-la. Ele foi até a casa e, por precaução, os dois colocaram um sofá bloqueando a porta da frente para impedir uma possível invasão.
Agressor volta.
Entre 3h e 4h da madrugada, o agressor voltou à residência portando uma faca. Segundo relatos colhidos pela polícia, ele teria forçado a entrada na casa e voltado a agredir a mulher. Nesse momento, o ex-companheiro interveio e os dois entraram em luta corporal.
Durante o confronto, o agressor sofreu ferimentos e foi imobilizado. Segundo o depoimento da mulher, ele ainda se mostrava agressivo e fazia ameaças de morte. Para contê-lo até a chegada da polícia, a mulher e o ex dela amarraram o invasor seus pés e mãos e o mantiveram imobilizado no quarto.
Os policiais militares foram acionados novamente por vizinhos que ouviram os gritos. Quando chegaram à residência, encontraram o ex-companheiro sentado na cama segurando os pulsos do agressor, que estava ajoelhado, amarrado e desacordado.
A equipe de resgate do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionada, mas, ao chegar ao local, constatou que o homem não apresentava sinais vitais.
Perícia.
A Polícia Civil e a perícia foram chamadas para analisar o local. Os peritos encontraram sinais de luta na casa. A cozinha estava revirada, com medicamentos espalhados pelo chão, incluindo antibióticos. Na sala, o sofá estava virado, que, segundo testemunhas, foi movido pelos socorristas para facilitar a circulação.
No quarto onde o agressor foi encontrado, havia uma grande mancha de sangue na cama. Segundo relatos, ele estava inicialmente amarrado à cama, mas foi colocado no chão para receber os primeiros socorros. Foram recolhidas cordas usadas para amarrá-lo, além de uma faca com vestígios de sangue, que foi apreendida pela polícia.
Dentro do bolso da calça do ex-companheiro foram encontrados um estojo com produtos eróticos, incluindo vibradores e plugues anais. O fato foi registrado na ocorrência, mas sem conexão direta com o caso.
Os peritos também constataram que a vítima tinha lesões nos braços compatíveis com marcas de amarração. Segundo o laudo preliminar do IML (Instituto Médico Legal), a causa da morte foi uma facada na região torácica. Havia ainda um ferimento significativo na cabeça, mas que não foi suficiente para perfurar o crânio.
Depoimentos e versões dos envolvidos
O vizinho da residência, que acionou a polícia duas vezes durante a madrugada, relatou que ouviu discussões e viu o agressor segurando uma faca antes de deixar a casa no primeiro atendimento policial. Mais tarde, quando ele voltou e houve nova confusão, o vizinho percebeu que o ex-companheiro da mulher estava imobilizando o agressor e acionou novamente a PM.
Em depoimento à polícia, a mulher afirmou que vivia em união estável com o agressor há dois meses. Disse que ele era usuário de drogas e que sempre que usava entorpecentes se tornava violento. Ela afirmou que, ao retornar para casa durante a madrugada, o homem tentou enforcá-la novamente.
O ex-companheiro confirmou essa versão e disse que agiu em defesa da mulher. Segundo ele, o agressor invadiu a casa e o atacou com uma faca, causando um ferimento em sua mão direita. Ele afirmou que, diante da agressividade do homem, foi necessário imobilizá-lo até a chegada da polícia.
Os policiais que atenderam a ocorrência também relataram que, ao deitarem o agressor no chão para tentar reanimá-lo, perceberam que suas calças estavam abaixadas. O laudo pericial apontará se há relação entre esse fato e o ocorrido.
Investigação
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a dinâmica do crime e aguarda os laudos definitivos da perícia e do exame necroscópico. Testemunhas ainda serão ouvidas para esclarecer detalhes sobre o caso.
Diante dos indícios colhidos até o momento, a polícia trabalha com a hipótese de legítima defesa, já que há indícios de que o ex-companheiro agiu para proteger a mulher e a si próprio. No entanto, a investigação ainda seguirá para avaliar todos os aspectos da ocorrência. O ex-companheiro da vítima foi ouvido e liberado.
O caso foi registrado como homicídio, lesão corporal e violência doméstica.