ATO EM SÃO JOSÉ

Pais e professores criticam terceirização na Educação em São José

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Claudio Vieira / PMSJC
Sala de aula em escola municipal de São José
Sala de aula em escola municipal de São José

O Sindicato dos Servidores Municipais de São José dos Campos, professores da rede municipal e pais de alunos protestam nesta quarta-feira (29), às 15h30, em frente ao Paço Municipal, contra terceirização na rede de Educação do município.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.

Segundo pais e professores, a Prefeitura de São José dos Campos teria decidido terceirizar o cargo de auxiliares em sala de aula, que eram formados em Pedagogia, por pessoas sem a exigência de formação pedagógica.

“Isso significa que nossas crianças sofrerão uma precarização da educação que é oferecida na rede pública”, disse uma mãe a OVALE.

“Uma ex-professora da minha filha relatou que não só ela não foi chamada este ano, como de 20 professoras auxiliares que estavam na escola no ano passado só foram chamadas 3, e o restante será preenchido com essas pessoas terceirizadas, sem estudos pedagógicos”, completou.

Diretores do Sindicato dos Servidores informaram que, na terça-feira (28), juntamente com a vereadora Juliana Fraga (PT), se reuniram com um grupo de professoras “Eventuais e PD (Prazo Determinado)” para “discutir dois graves problemas que comprometem a qualidade da educação municipal e afetam diretamente suas condições de trabalho”.

Segundo a entidade, um dos assuntos foi a falta de professores em sala de aula, o que estaria provocando casos de alunos sem aula devido à ausência de professores efetivos.

O outro é o avanço da terceirização na Educação Infantil. “Outro ponto alarmante levantado foi o avanço do processo de terceirização na Educação Infantil”.

“A prefeitura planeja transferir para Organizações Sociais as funções hoje desempenhadas por agentes educadores, ameaçando realocar esses profissionais. Essa medida representa mais um passo no desmonte da educação municipal, comprometendo ainda mais sua qualidade e precarizando o atendimento às crianças”, afirmou o sindicato.

Outro lado.

Procurada, a Secretaria de Educação e Cidadania de São José dos Campos se manifestou por meio de nota. A pasta negou "veementemente" que alunos fiquem sem aula devido à ausência de professores. "A alegação não procede".

"Além dos professores efetivos, o quadro conta também com os professores contratados por prazo determinado ou eventuais, aprovados no Processo Seletivo 001/2023, que foi prorrogado até 29/11/2025. As convocações são feitas de acordo com as demandas das escolas e todas as salas de aula estão atribuídas para o início do ano letivo, que será no próximo dia 6 de fevereiro", informou a secretaria.

A pasta disse que as escolas também estão com termos de eventuais à disposição para substituir os professores que, por motivos médicos ou legais, não estejam em sala de aula.

"Já em relação à suposta ‘terceirização da Educação’, a Prefeitura esclarece que encontra-se aberto um edital de chamamento de OSCs (Organizações da Sociedade Civil), visando os cuidados com a primeira infância em 64 Escolas de Educação Infantil (Emei's) nas atividades que envolvem a higiene das crianças, cuidados e o auxílio no desenvolvimento das propostas pedagógicas. Ressalta-se que as equipes a responsabilidade pedagógica das salas de aula ficam a cargo do professor, que seguirá exercendo as mesmas atribuições, e os auxiliares, cuja qualificação exigida atualmente é apenas o ensino médio completo", afirmou a secretaria.

"Os profissionais das OSCs que integrarão a parceria deverão possuir  obrigatoriamente qualificação de cuidadores infantis, além do ensino médio completo, inexistindo qualquer prejuízo pedagógico aos alunos da rede. As demais informações do edital de chamamento encontram-se no portal da transparência do Município."

Comentários

2 Comentários

  • Fabiano Cavalcanti Almeida 29/01/2025
    Hoje, gostaria de compartilhar uma preocupação que tem me afetado profundamente como pai de uma criança autista. A precarização e a terceirização de auxiliares nas salas de aula para crianças com deficiência intelectual têm se tornado uma realidade alarmante. Infelizmente, essa situação tem impactado diretamente o desenvolvimento dos nossos filhos. Neste ano, percebi que meu filho não teve a evolução que esperávamos. A falta de continuidade e a instabilidade dos profissionais que deveriam acompanhá-lo têm dificultado seu aprendizado e seu progresso. É desolador ver que, em vez de receber o suporte necessário, ele enfrenta um ambiente que não é propício ao seu desenvolvimento. Acredito que todos nós queremos o melhor para nossas crianças. Precisamos lutar por um sistema educacional que valorize e capacite os auxiliares, garantindo que eles tenham as condições adequadas para oferecer o suporte que nossos filhos merecem. É fundamental que as escolas e as autoridades reconheçam a importância de um acompanhamento consistente e de qualidade. Vamos nos unir para exigir mudanças e garantir que nossas crianças tenham acesso a uma educação inclusiva e de qualidade. Juntos, podemos fazer a diferença!
  • Alessandro Pontes de Menezes 29/01/2025
    A terceirização dos serviços públicos representa a incompetência em atender a população no que ela precisa, ainda que se tenha arrecadado dinheiro com seus impostos. Já fizeram isto com a saúde, quem não concorda faça uma visita ao Hospital da Vila.