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VÍDEO: Grávida de Taubaté se converte e quer 'contar a verdade'

Por Xandu Alves | Taubaté
| Tempo de leitura: 6 min
Reprodução / Youtube
Maria Verônica no cenário de um dos vídeos
Maria Verônica no cenário de um dos vídeos

Conhecida em todo o Brasil como a ‘Grávida de Taubaté’, cuja gravidez de quadrigêmeos emocionou o país, até ser desmascarada como falsa, a pedagoga Maria Verônica Santos, 37 anos, retoma a vida pública 13 anos depois do escândalo.

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Ela revela ter se convertido à Igreja Católica, diz que agiu como o Filho Pródigo da parábola cristã e promete revelar “seu lado da história” da falsa gravidez em vídeos semanais nas redes sociais.

“Lembram da falsa grávida de Taubaté? Chegou a hora de contar a vocês o meu testemunho de vida. Vocês nunca ouviram a minha história. Meu testemunho será postado semanalmente”, diz ela em vídeo no Instagram, no perfil ‘Maria D Verônica Oficial’, que soma 428 publicações e 418 seguidores. Ela também criou um canal no Youtube (acesse aqui).

Fama e escândalo.

Em janeiro de 2012, a moradora de Taubaté tornou-se nacionalmente conhecida como a mulher que esperava quatro crianças e que precisa de ajuda financeira para sustentar a família.

Na época, a grávida participou de diversos programas de televisão, ganhou presentes, como enxoval e quarto mobiliado para as supostas quatro filhas, e deixou todos surpresos com o tamanho da barriga de gestação.

O caso era bastante raro. Estima-se que uma em cada nove milhões de mulheres engravide de quadrigêmeas. A história de Maria Verônica foi noticiada em diversos meios de comunicação de grande repercussão no país.

Uma semana após ter sido revelada, a taubateana já tinha aparecido em seis programas locais, com detalhes de sua gravidez, passando a se ausentar cada vez mais de Taubaté para gravar entrevistas. Viralizou, como se diz atualmente.

No entanto, o mundo de Maria Verônica desmoronou quando a farsa foi revelada. Em 15 de janeiro de 2012, o programa Domingo Espetacular, da Record, exibiu um ultrassom feito por ela em 30 de agosto de 2011, o qual não apontava gravidez. A Polícia Civil pediu um exame e um delegado afirmou que abriria um inquérito para investigar o caso.

Maria procurou um advogado que só aceitou o caso se ela provasse a gravidez. Ela não apareceu no dia da consulta, e o defensor confirmou a farsa da múltipla gestação. A barriga era de silicone com enchimentos. Em depoimento, ela própria declarou que forjou a gestação porque teria problemas psicológicos e seu sonho seria ter uma filha.

Queda e retomada.

A ‘grávida de Taubaté’ passou de atração midiática para alvo da polícia e do judiciário. Também se tornou um dos memes mais conhecidos do país, sendo lembrada até os dias de hoje. A expressão “de Taubaté” passou a ser usada pejorativamente, como sinônimo de mentira.

Ela ainda foi condenada a pagar uma indenização de R$ 4 mil à dona da clínica de ultrassom que ela havia utilizado para forjar sua gravidez. Além disso, ela foi diagnosticada com mitomania, transtorno caracterizado pelo impulso compulsivo de mentir.

Apesar do escândalo, a justiça inocentou o casal, e eles conseguiram reerguer suas vidas. Maria Verônica e o marido passaram a tocar a vida longe dos holofotes. Até janeiro de 2025.

Na última segunda-feira (20), ela postou o primeiro vídeo no recém-criado canal no Youtube, chamado de Maria Verônica e ligado à fé católica, cujo lema é “O meu amor está crucificado”.

Ela disse que postará semanalmente vídeos sobre a sua vida e conversão. Prometeu contar a sua versão da história da falsa grávida de Taubaté, e o motivo de ter inventado a gestação.

“Vamos explicar e levar até vocês a minha história de conversão. Com este canal eu venho, com a graça de Deus, retomar a minha identidade. Ou seja, até então muitas pessoas me conhecem somente como a grávida de Taubaté e, a partir de hoje, quero que vocês me conheçam como Maria Verônica”, diz ela no vídeo.

No segundo capítulo da história, em vídeo de 5 minutos publicado nesta quarta-feira (22), ela conta trechos da sua história e fala um pouco da sua conversão.

Leia a seguir a íntegra do depoimento:

 Eu me chamo Maria Verônica, sou casada com Kléber desde dezembro de 2006. Sou a última filha de 7 irmãos. Tenho um filho menino. Vim aqui para falar para vocês um pouco da minha história. ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti e já não sou digna de ser chamada tua filha’.

Em 20 de Janeiro de 2012, às 3h da manhã, enquanto a mídia fazia o sensacionalismo, um dos maiores sensacionalismos da minha vida, eu voltava para casa do pai às 3h da manhã, fazia a minha confissão e recebi a minha absolvição.

Nas primeiras horas do Ângelus recebia novamente o corpo de Cristo depois de sete anos longe do amor de Deus por minha escolha. Na época, onde tudo aconteceu, eu não processava a fé Católica por uma escolha minha, inteiramente minha, eu escolhi deixar Deus e viver uma vida do mundo.

Naquele momento a única coisa que passava na minha cabeça era um encontro que eu havia tido com um sacerdote na Basílica Nacional de Aparecida em um domingo anterior, onde ele me dizia que estava me dando uma benção e que pedia que Nossa Senhora me acompanhasse até o último dia da minha vida, então naquele momento era a única coisa que passava na minha mente era aquele encontro com esse sacerdote e o prazer que eu sentia encontrar novamente o amor de Deus.

Depois desse ocorrido, depois desse encontro novamente com a misericórdia, eu decidi trazer até vocês depois de muitos anos esse testemunho para lembrá-los que conversões ainda existem. Elas não estão somente relatadas na Bíblia. Elas não aconteciam somente na época de Jesus ou no Antigo Testamento, ou só na época em que Jesus viveu. Hoje em dia ainda temos muitos e muitos testemunhos de muita conversão. Sabemos que a nossa conversão é diária, porém, existem histórias e pessoas que passam sim por uma bela conversão, e esse foi o meu caso. Eu vivi uma das mais belas conversões.

Na época e até hoje eu me coloquei no lugar do Filho Pródigo, onde ele deixava a casa do pai, onde ele fazia a sua escolha como eu mesma fiz, porém, não deixei de também encontrar os irmãos mais velhos. Voltei, fiz a aliança com Deus novamente, recebi a minha aliança e encontrei os irmãos mais velhos.

Então eu venho até vocês para dizer que eu trago esse meu testemunho de vida depois de tanto tempo guardado. Eu acredito firmemente que esta é a hora. Essa é a hora de falar, hora de mostrar a misericórdia de Deus.

Eu decidi abandonar o amor de Deus e hoje eu escolho novamente, eu faço a minha escolha de trazer até vocês o amor de Deus. Essa foi uma escolha que eu fiz, um presente que eu decidi dar a mim mesma, algo que eu demorei a decidir, porém, acredito que seja o momento. Então, trago até vocês o meu testemunho de vida.

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