ENTREVISTA

‘Anos de mudança na visão sobre o Estado’, diz Felicio de mandato

Por Xandu Alves | São Paulo
| Tempo de leitura: 32 min

Governador em exercício de São Paulo na última semana, Felicio Ramuth (PSD) recebeu OVALE na terça-feira (7) para uma entrevista exclusiva sobre os dois anos de mandato, ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Em uma conversa franca em que abordou diversos assuntos, entre eles política e eleições, Felicio disse que a gestão ao lado de Tarcísio já deixou marcas, especialmente "nas visões sobre o papel do Estado, com concessões, privatizações e parcerias público-privadas".

“Realizamos concessões, PPPs e privatizações com o objetivo de prestar melhores serviços, de tornar o Estado mais eficiente, de focar naquilo que realmente o Estado deve focar”, afirmou.

Confira a entrevista com Felicio Ramuth direto do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

 

Após dois anos de mandato no governo estadual, que avaliação o senhor faz da gestão Tarcísio/Felício? Deu tempo de deixar alguma marca?

Olha a avaliação é muito positiva. Foram dois anos de mudanças, de visões sobre o papel do Estado, inclusive na questão de PPPs, as concessões e privatizações que nós fizemos 10. Aliás, aquele martelo que está ali [mostra martelo numa caixa de vidro] é comemorativo das 10 marteladas do nosso é governador Tarcísio [de Freitas] na B3. Realizamos concessões, PPPs e privatizações com o objetivo de prestar melhores serviços, de tornar o Estado mais eficiente, de focar naquilo que realmente o Estado deve focar, que é um atendimento à saúde, à educação e poder conceder e partilhar com a iniciativa privadas, investimentos e serviços.

Então, ao longo [do mandato] eu acho que esse é uma área que a gente deve destacar, que na verdade envolve várias áreas, porque a gente fala de projetos, de infraestrutura, do Metrô, dos projetos metroferroviários, a volta do trem de passageiros com a licitação [do trecho] de São Paulo a Campinas, a assinatura dos novos contratos do Rodoanel, uma obra tão esperada que vai beneficiar muito o Vale do Paraíba, o Rodoanel Norte. Há mais de 30 anos se espera a conclusão do Rodoanel Norte, uma história que começa há mais de 30 anos. E o Rodoanel Norte completa essa grande obra que funciona [relógio de parede toca, e Felicio explica que ele toca a cada 15 minutos e nas horas cheias].

Eu também destacaria um investimento totalmente inovador na saúde, que foi a tabela do SUS Paulista. O importante é ressaltar que eu acho que foi uma grande conquista e é uma grande marca. Se você perguntar hoje para as santas casas, os hospitais filantrópicos, os prestadores de serviços de saúde em geral já reconhecem a tabela SUS Paulista como uma grande marca que foi enfrentar um problema que era a questão do subfinanciamento da saúde.

Então, as tabelas do SUS Federal eram muito aquém dos valores necessários para manter, para ter sustentabilidade dentro dessas entidades filantrópicas e santas casas. Era importante enfrentar esse problema e a tabela do SUS Paulista paga até cinco vezes mais por procedimento do que pagava a tabela SUS do governo federal, então agora no estado de São Paulo a gente paga até cinco vezes mais, isso já foi sentido pelo sistema, sem dúvida.

 

Vocês têm dados que corroboram isso, que foi sentido, que resultou em coisas práticas para o cidadão ou para quem faz o atendimento?

Nós temos uma rede boa de santas casas e hospitais filantrópicos e que não atendia determinados procedimentos, que tinham determinados procedimentos que eles não queriam fazer porque o valor que eles recebiam era inviável. Quanto mais eles fizessem daquele procedimento, mais prejuízo a entidade teria.

Então, quando nós passamos a fazer valer a tabela [do SUS Paulista], que foi em março do ano passado e vai completar agora um ano, em março de 2025, já mudou completamente a dinâmica. Agora é o contrário: as santas casas oferecendo serviços adicionais que antes elas não ofereciam. Sem construir qualquer hospital, e nós construímos alguns, mas vamos tirá-los por enquanto para fazer essa análise. Sem a construção de um hospital, nós conseguimos criar 6.300 novos leitos na nossa rede [de saúde], muitos deles em hospitais filantrópicos, santas casas, porque passaram a fazer procedimentos de baixa ou de média complexidade que não faziam antes.

Então, hoje é o contrário: temos demandas dessas entidades querendo ampliar os procedimentos que fazem, mas aí entra a regionalização. A gente não pode deixar todo mundo também fazer tudo porque você desequilibra o sistema. Nós temos agora redesenhado todos os atendimentos nas DRS [Diretoria Regional de Saúde] para que cada região de saúde tenha o maior número possível de procedimentos oferecidos para que essa pessoa não precise deslocar para outra região para fazer seus procedimentos.

O fato é que o impacto foi momentâneo e o impacto foi tão grande que nós passamos do recorde de 700 mil cirurgias por ano que o Estado fazia para 1 milhão e 200 mil cirurgias em 2024, então o fruto da tabela SUS Paulista já é visível. Claro, a gente tem também os nossos hospitais próprios, hospitais regionais, mas muito desse aumento veio através do aumento dos leitos nos hospitais filantrópicos e nas santas casas.

Outra marca que eu acho importante é na educação, que é o Provão Paulista, onde nós reservamos 15 mil vagas todos os anos para os jovens do ensino médio que podem ter a oportunidade de entrar nas melhores universidades da América Latina, que são as universidades estaduais de São Paulo: USP, Unicamp, Fatec e Unesp.

Hoje eles têm essa oportunidade com o Provão Paulista. São 15 mil vagas que eles disputam e fazem provas ao longo do primeiro, do segundo e do terceiro ano. Vão acumulando notas e eles vão competir entre eles por essas 15 mil vagas. Ou seja, 30 mil jovens hoje da escola pública já foram atendidos nesses dois anos. Com o Provão Paulista, 30 mil jovens já tiveram a oportunidade de entrar em escolas públicas e estaduais, e o que a gente via é que, infelizmente, quem acabava levando vantagem eram os jovens de escolas particulares para ingressar nas escolas, nas nossas universidades estaduais. Então, a gente conseguiu reservar e eles competem entre eles. Isso é meritocracia, mas com essas vagas reservadas. E o nosso objetivo é tentar continuar ampliando essas vagas.

Na área de infraestrutura a gente tem que falar da questão da Sabesp. Muito se duvidou que seria possível realizar o leilão da Sabesp. E agora este ano, já para trazer um resultado prático, são 15 bilhões de investimentos para a gente avançar em 5 anos e ter 100% de esgoto tratado e água. Então, eu citei três áreas que eu acho que são importantes, mas poderia citar outras mais. Acho que são três projetos muito importantes para o estado.

 

Quanto do jeito de governar São Paulo se aproxima do que o senhor chama de “jeito de governar São José dos Campos”? Em que áreas e conceitos no Estado você percebe maior presença do DNA de São José?

Primeiro é o próprio governador. Ele tem o estilo de gestão que mistura técnica e política, que é o que a gente acredita. A gente tem que ter uma abordagem técnica dos problemas, mas ao mesmo tempo a sensibilidade política para executar as ações e priorizar ações. Isso a gente tem, o próprio governador tem esse estilo e pede para que todos os secretários, e ele montou um time de primeira, mas mais do que isso é o conceito.

A gente já tem experiências práticas, como, por exemplo, a construção das unidades habitacionais em São Sebastião, que trouxeram uma metodologia de construção inovadora. Pela primeira vez o CDHU e a Secretaria de Habitação contrataram esse tipo de unidades. Nós conseguimos trazer essa metodologia para o Estado. As unidades habitacionais foram construídas em tempo recorde lá embaixo. Eu tive a oportunidade de participar dessa negociação a pedido do nosso governador.

Também o projeto de monitoramento por satélite, que foi inspirado [em São José]. Agora a gente tem também os avanços na eletrificação. Foi algo que a gente conseguiu avançar em São José. O leilão das balsas, que já foi publicada a consulta pública, já prevê a transição energética com a eletrificação de 100% da frota ao longo do contrato, a partir do terceiro ano do contrato. Já está em consulta pública. A gente deve fazer no primeiro semestre o leilão nas travessias, das balsas.

A gente tem mais do que conceitos, são informações efetivas que trouxeram soluções que nós implementamos. Acompanhei a implantação do Smart Sampa que são as câmeras com inteligência, a própria Muralha Paulista, que tem um conceito do que nós implementamos em São José. Tem a ver com a cidade de São Paulo, não com o estado, que as câmeras são contratadas como serviço. Tem a integração com o Estado, com os bancos de dados do estado. Uma inspiração lá no [programa] São José Unida, então a gente vê muita coisa assim. Não porque eu estou aqui, mas porque este é o jeito também do governador Tarcísio de lidar com os problemas. Para os velhos problemas, novas soluções.

 

Como presidente do Conselho Estadual de Desestatização, após a privatização da Sabesp e da administração das escolas, entre outras, o que está previsto para ser privatizado em 2025?

São nove leilões que nós teremos. O primeiro será o lote [das linhas] 11, 12 e 13 da CPTM, que são aquelas linhas na região leste de São Paulo, aeroporto também, aquela linha que chega até o Aeroporto de Guarulhos, além da que vai até Mogi, Suzano. O leilão das linhas 11, 12 e 13 envolve investimentos na ampliação, uma série de investimentos importantes.

Temos também o leilão das balsas das travessias, também leilões de rodovias. Temos também a rota Sorocabana que a gente quer leiloar ainda no último trimestre de 2025, é o leilão do Trem Intercidades entre São Paulo e Sorocaba, a rota Sorocabana.

Depois nós temos as reformas de escolas, que nós vamos criar na mesma metodologia. São retrofits de escolas e deve fazer 150 escolas. Esse ano também do retrofit são nove leilões. E tem a ferrovia de Campos Jordão.

 

Que fase do projeto do Trem Intercidades entre São Paulo e São José dos Campos será feito nesses dois próximos anos? O que o governo pretende fazer?

O projeto executivo. Nós estamos na fase final de contratação do projeto. O que nós vamos licitar é São Paulo-Sorocaba, o que dá tempo de licitar. Nós vamos deixar o projeto pronto para ser a próxima prioridade para esses projetos de ferrovias, não são projetos de gestão são projetos de Estado. Alguém tem que começar e terminar.

Vai ser o governador quem vai entregar o maior número de estações do Metrô da história de São Paulo. É óbvio que não foram iniciadas nessa gestão. Então alguém tem que começar os contratos, tem que ser muito bem executados e, aliás, modelados para que a gente tenha uma execução.

Contratos como os feitos na época do então ministro Tarcísio. Faço questão de dar esses exemplos porque a mesma equipe que lá esteve está aqui modelando esses nossos projetos. Nós temos, por exemplo, a Via Dutra feita pelo governador Tarcísio quando era ministro e que hoje a gente vê obras, inclusive lá no Vale do Paraíba. E aqui em Guarulhos as obras vão acontecendo porque está bem modelado.

Recentemente teve o Aeroporto de Congonhas anunciando 1 bilhão no início das obras, 1 bilhão de uma modelagem também que foi feita quando o Tarcísio era o ministro que fez a licitação dos aeroportos. As modelagens aqui são feitas de forma muito responsáveis e críticas para que a gente possa ter, de fato, elas transformadas em realidade.

 

 

Na questão da saúde, quando deve começar a operar o Hospital Regional do Vale Histórico e do Vale da Fé, em Cruzeiro? O que falta?

Vamos fazer uma visita técnica [foi feita na quinta, dia 9] ao hospital que está bastante adiantado. Está até com paisagismo. O que a gente tem de expectativa é que começa [a operar] no segundo semestre. Porque tem a contratação de uma organização social para operá-lo, equipamentos que devem chegar agora ao longo desse semestre. Então, o início no segundo semestre deve ser por volta de agosto. A contratação dos funcionários será feita pela organização social que for selecionada, que terá que seguir regras e normas. Mas com certeza vai gerar muitas oportunidades de emprego para a região. A obra já está gerando e o hospital também. Em agosto ele deve iniciar a operação.

 

O que vai melhorar no atendimento aos pacientes da região que aguardam cirurgias e consultas com especialistas, por vezes há mais de ano, após a entrada em operação do novo Hospital Regional?

No Vale Histórico hoje, a maioria dos atendimentos é feito em Taubaté, além da Santa Casa de Guará, tem o Hospital Frei Galvão também, o AME Lorena. Temos uma série de atendimentos do Vale Histórico que são feitos ali. A ideia é que isso possa ser dividido. Boa parte desses atendimentos acontecendo no próprio hospital de Cruzeiro.

Isso vai evitar deslocamento, trará mais conforto para aquelas pessoas, até uma melhora na rapidez do atendimento. E isso vai liberar a rede de Taubaté até São José. Vai liberar, por exemplo, a rede de Taubaté para atender a população de Caçapava, para essa outra parte do Vale do Paraíba que vai poder utilizar a infraestrutura dos hospitais regionais. Lembrando que nós temos um Hospital Regional em Taubaté e também o nosso hospital que tem a parceria com o município, o HMUT. Então esses dois equipamentos vão estar mais livres para atender outra parte também do Vale, e nós vamos ter um equipamento de ponta moderníssimo, estado da arte da saúde, com equipamentos para poder atender a população do Vale Histórico.

 

Isso vai contribuir para a regionalização da saúde? O Hospital regional do Litoral Norte, por exemplo, conseguiu evitar que pacientes tenham que ser levados para São José?

Sem dúvida. Inclusive na pandemia o hospital ajudou. Vale lembrar que na pandemia o hospital, até antes de estar operacional, foi utilizado para atender a pandemia. E se estamos falando de saúde da região, nós entregamos o Lucy Montoro nessa gestão em Taubaté. E lá tem uma característica de aparelhos auditivos, que foram distribuídos. Então a gente conseguiu avançar bastante também com o Lucy Montoro, além da ampliação de atendimento dos outros hospitais conveniados, tanto as santas casas e os filantrópicos.

 

Falando de política, como o senhor avalia o resultado da eleição municipal no Vale do Paraíba, em especial em São José dos Campos, para o PSD, em razão de o senhor ter-se envolvido pessoalmente no apoio aos candidatos do partido?

Eu tirei 30 dias de férias e tive a oportunidade de ajudar [na eleição], de visitar até para conhecer melhor, para ter mais conhecimento de determinadas cidades que a gente não tinha tanto conhecimento ao longo das campanhas. Eu mantive a minha agenda de vice-governador também em alguns casos, mas tinha liberdade para poder fazer campanha em outras cidades do Vale do Paraíba. Tem uma boa safra de novos prefeitos e prefeitas e outros que foram reeleitos. Outros que conseguiram fazer seu sucessor e outros que não. Tem boas surpresas. Jovens como em Caçapava, uma grande surpresa que ninguém esperava, como o Sérgio Victor em Taubaté.

A política parece que foi deixada de lado pela população de Taubaté, que resolveu investir no Sérgio, que apesar de ser alguém que já era deputado estadual, não era tão associado à história política da cidade. Era quase que desconectado com a política da cidade e teve oportunidade de ganhar a eleição do Ortiz Júnior. O Junior Filippo que teve a oportunidade de voltar em Guará, mais maduro e experiente e completar um novo ciclo à frente de Guará. Então, estou muito otimista com os prefeitos e prefeitas do nosso Vale. Temos em Queluz um novo prefeito, que já teve experiências anteriores.  Também em Cruzeiro. Enfim, uma série de novos prefeitos. Em Aparecida a volta do nosso querido Zé Louquinho. Tem Paraibuna, onde a gente viu a sucessora do prefeito, nós inclusive apoiamos. Eu particularmente fui fazer campanha Paraibuna para ela também, que é do PL. Então acho que o Vale está bem servido de gestores públicos, homens e mulheres que eu tenho certeza que vão contribuir ao longo dos próximos quatro anos para a história.

Especificamente em São José dos Campos, foi uma disputa ímpar. Nunca a cidade tinha tido uma disputa daquela forma, onde o nosso time acabou se dividindo nessa eleição. Mas o Anderson conseguiu converter a grande aprovação da gestão em votos. Um prefeito que tem lá 70% de aprovação, 84% de ótimo, bom e irregular eu nunca vi perder uma eleição. É muito difícil alguém com a aprovação, com uma entrega tão grande na cidade, ainda que a cidade tenha problemas e a gente sabe disso. Toda cidade tem problemas a serem resolvidos, desafios para o seu futuro. Mesmo assim, a gente conseguiu transferir e transformar essa aprovação de gestão em votos.

Foi uma experiência diferente, porque apesar de dois anos e meio à frente da cidade, já cuidando da cidade, muitas pessoas ainda não associavam a gestão da cidade ao Anderson. Ele ainda era desconhecido, tanto que no primeiro turno para o segundo turno, a situação mudou bastante. Depois do primeiro turno a gente viu que a população e a cidade já o conheciam muito mais para essa disputa de segundo turno. Então foi uma campanha difícil. Mas que comprovou aquela nossa tese que a gente sempre entende que uma boa gestão tem uma grande possibilidade de fazer seus sucessores ou fazer uma reeleição de prefeito.

 

O senhor falou em divisão, que foi uma eleição muito difícil. Ficou alguma mágoa? O relacionamento pessoal do senhor com o Eduardo Cury e o Emanuel Fernandes não vai ser o mesmo?

Não conversei ainda com Cury e com o Emanuel. O Anderson também não. O Cury não entrou em contato, mas eu tenho certeza que o tempo vai tranquilizar esse ambiente e a gente vai poder ter uma relação. Óbvio dizer que não vai ser igual ao que era antes. Talvez não. A gente pode associar a um copo que você cola com uma cola. Ele vai continuar sendo funcional, mas ele não fica exatamente do mesmo jeito. Mas tenho certeza que a gente consegue reconstruir esses caminhos de atuação, inclusive numa futura política junto. Porque o objetivo de todos é o mesmo, é fazer com que São José seja cada vez melhor, que o Vale do Paraíba e o estado sejam cada vez melhores.

Eu estou como vice-governador, mais especificamente no dia de hoje como o governador em exercício. Isso se deve à história ao lado desses homens no caso específico citando o Emanuel e o Cury. Se eu estou aqui é porque ao longo da minha trajetória nós estivermos juntos. Um pode aprender com o outro, e o outro com esse um. E o que nos levou até aqui, o Anderson à prefeitura como prefeito e agora reeleito, e eu como vice-governador e hoje em especial como governador em exercício.

 

O senhor será candidato a vice-governador na chapa com Tarcísio em 2026, se ele for candidato à reeleição?

Essa conversa já é política, de análise de cenário. Aliás, eu sou fruto disso. Eu fiz uma análise de um cenário no momento certo para que eu pudesse seguir a direção. E o resultado foi positivo. Para que a gente possa ter o mesmo resultado no futuro, e ter um resultado positivo para o estado de São Paulo, para o Brasil, nós precisamos esperar o tempo certo para fazer análise do cenário. Hoje analisar o cenário do ano que vem [2026] é muito precoce.

Eu tive uma conversa com o governador Tarcísio sobre política, o que não contei para nenhum veículo de imprensa. Foi uma conversa um pouco antes daqueles casos, daquele senhor que foi para Brasília com fogos de artifício. Acho que foi uma semana antes e a gente falou um pouquinho sobre política. Eu e ele conversamos sobre o tema e absolutamente tudo aquilo que a gente conversou depois mudou tudo. Um mês depois mudou tudo.

Nós tivemos a questão do acidente doméstico do Lula, depois a internação do Lula. Na política tudo é muito sensível. Então está muito distante para a gente poder analisar o cenário. Uma conversa que eu e o governador [tivemos] não pontual sobre campanha, não era esse o objetivo, era uma conversa sobre um cenário político do país e do estado, mas a gente já viu tanta coisa que mudou completamente [o que conversamos], aquilo que a gente avaliava. Nós precisamos esperar o cenário ficar mais claro.

Tem o presidente Bolsonaro que precisa tomar realmente uma decisão definitiva. Ele tem alguns sinais de que manterá a sua candidatura ainda que com a possibilidade de continuar inelegível. Obviamente que começa tudo dependendo de um passo dele. Então eu acho que nós precisamos aguardar para ver qual é o cenário.

O cenário internacional contribui, a questão do [Donald] Trump. Tudo isso é importante. Fortalece até o cenário fora do cenário político. Por exemplo, eu fui surpreendido positivamente com uma posição do nosso amigo [Mark] Zuckerberg [dono da Meta] falando sobre as redes sociais. Foi surpreendente, ele caminhando em direção ao X, o antigo Twitter e não o contrário. Talvez o mundo esperasse que acontecesse o contrário. O Facebook, a Meta direcionando vamos dizer assim sua perspectiva futura muito mais alinhada àquilo que Elon Musk  [dono do X] acredita das redes sociais. Espero que dê certo e que a gente possa ter de fato a liberdade necessária e suficiente, para que a gente possa ter também o cuidado para que as redes sociais também não virem terra de ninguém ou não continuem terra de ninguém.

Porque de certa forma ela era um pouco isso nas eleições, ainda que a gente teve uma atuação rígida da Justiça Eleitoral, que trouxe um cenário até que relativamente tranquilo. Na cidade de São Paulo a gente viu que foi necessário a intervenção da Justiça Eleitoral, para que todos pudessem cumprir as regras. O jogo da eleição tem regra, quem quiser entrar no jogo da eleição tem que estar disposto a cumprir as regras do jogo eleitoral, senão você não entra. Não adianta você entrar e depois fazer de vítima, porque você não praticou aquelas regras que já estavam determinadas, que tinham que ser praticadas. A gente viu aqui na cidade de São Paulo gente se fazendo de vítima por utilizar erroneamente de ferramentas, inclusive das redes sociais, com abuso de poder econômico. Diferente daquilo que já estava muito claro e estabelecido na legislação eleitoral. Então vamos acompanhar agora esses novos capítulos da Meta, que é uma rede social fortíssima no Brasil.

 

Isso que o senhor falou tem a ver com Tarcísio sair candidato a reeleição ou a presidente. Mas e o Felicio, qual o futuro?

Então vamos falar do Felicio. Eu também não estou falando do Tarcísio, mas do movimento político. Enquanto que o Bolsonaro, eu falei do Bolsonaro, ele também acaba inibindo outras candidaturas de direita. E falo do próprio [Romeu] Zema [governador de Minas Gerais] o [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás], que já é candidato independente de qualquer coisa, mas até para o Caiado a situação é bem diferente com o Bolsonaro candidato. Agora nós temos também o Gusttavo Lima.

Agora o meu papel aqui é estar ao lado do governador Tarcísio na decisão que ele tomar. Hoje eu sou o vice do Tarcísio e estarei ao lado dele até o fim da nossa gestão. Estou ao lado do governador. Então, se o governador for candidato à reeleição, estarei ao lado dele na reeleição. E estar ao lado dele não significa que você tem um cargo ao lado dele o que eu seria o vice-governador. Política não é esse tipo de definição que se faz dois anos antes da eleição. Eu sei disso. É claro que existe um cenário natural, mas eu não apostaria todas as minhas fichas neste cenário natural. Eu Felicio apostaria é que estarei ao lado do governador Tarcísio no caminho que ele resolver trilhar, na sua reeleição ao governo do estado ou se ele for lançado ou alçado a desafios maiores, eu estarei ao lado dele cumprindo o meu papel e a minha missão do ponto de vista político.

Hoje quero entregar aquilo que nós nos comprometemos. O governador Tarcísio ao meu lado, ainda que ele fosse o ‘cabeça de chapa’, como se diz popularmente, o principal candidato. Os compromissos são dele, mas também são meus dentro dessa chapa, então nós estaremos lá para entregar todos os nossos compromissos. Aliás, posso aqui confidenciar a vocês que o governador Tarcísio não perde um minuto sequer com essa pauta de campanha presidenciais. O foco dele é o estado de São Paulo. Ele está focado em cumprir os compromissos, deixar um grande legado para a próxima gestão dele ou para a próxima candidatura ou eventualmente para um caminho futuro.

Hoje o foco é o estado de São Paulo e ele tem se dedicado, diferente do que a gente viu de outros gestores estaduais, outros governadores, que no primeiro dia do seu governo, às vezes, já estava pensando até na composição do secretariado, já pensando num caminho de Presidência da República, não é isso que o Tarcísio faz na prática e nem no dia a dia. Agora, o cenário político, nós temos que esperar o tempo passar. Eu acho que lá para outubro de 2025 nós vamos ter um cenário mais claro em relação à política. Eu poderia repetir a frase de um rapaz que começou na política uns dias atrás, um estagiário, um tal de Gilberto Kassab (risos). Ele fala que é ano ímpar é ano de gestão e ano par é ano de eleição. Então vamos focar na gestão.

 

O senhor pretende seguir carreira na política e, em algum momento, pode disputar o parlamento?

Posso te afirmar que no Executivo, mas nunca no parlamento. Eu posso te afirmar. Na política não devemos dizer nunca, mas eu não tenho perfil de Legislativo. A carreira política não significa você reproduzir às vezes o que outros reproduzem. Eu quero cumprir minha missão. Essa foi a minha terceira candidatura. Eu fui candidato a prefeito e depois a prefeito pela segunda vez. E fui vencedor nas duas candidaturas. Depois consegui ao lado do Anderson a reeleição do Anderson, que foi muito importante também. Antes disso teve a nossa eleição, a eleição do Tarcísio na chapa. Então, eu vou continuar tomando as minhas decisões baseadas naquilo onde eu posso contribuir mais com a sociedade.

Pode ser inclusive não ter cargo nenhum do ponto de vista eleitoral. Amanhã pode ser um cargo executivo que não seja eleitoral. Se eu puder ajudar o estado, se eu puder ajudar o Vale do Paraíba, ótimo também. Então o meu papel é ajudar com a implementação de políticas públicas, como vou dizer, com o meu talento, de gestão, de administração e político. Ajudar a transformar a vida das pessoas para melhor nas nossas cidades, no nosso estado e no nosso país.

 

O estado de São Paulo é marcado pela defesa da democracia, como na revolução de 1932 e no movimento das Diretas Já. O governador Tarcísio e o senhor são apoiadores declarados do ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Manter apoio a Bolsonaro não é trair os valores paulistas ou o senhor defende que Bolsonaro nada fez?

Primeiro você falou bem, ele foi indiciado. Nós precisamos ver todo o resultado desses indiciamentos. Ele ficou inelegível por conta da questão da embaixada, os embaixadores que não tem nada a ver com essa questão dos atos que aconteciam. Obviamente que todos nós abominamos aquele tipo de ação, de invasão, seja feita pela esquerda, como já foi feito há muito tempo atrás, ou por algumas pessoas que são apoiadores da direita. A gente viu várias invasões de prédios públicos com depredação feita pela esquerda, inclusive em Brasília. E também vimos simpatizantes da direita fazendo isso também lá em Brasília.

Eu não acredito numa articulação do próprio presidente [Bolsonaro] contra a democracia e espero que isso se comprove. Eu posso estar enganado. Ao se comprovar, pode mostrar que eu estava enganado. Mas eu ainda acredito que não houve uma associação direta do presidente Bolsonaro buscando qualquer tipo de ação contra a democracia, mas acho que o Bolsonaro ainda vale hoje muito mais, ainda representa em voto.

Aí vamos para outra etapa e tem uma análise que faço sobre a questão do Bolsonaro. A minha análise é o seguinte: o Bolsonaro era um outsider quando foi candidato a presidente da República...

 

Mas ele não era, tinha 27 anos de parlamento...

Mas era um outsider na forma dele se colocar, era uma postura até para a sociedade. Apesar de ter 27 anos de parlamento, ele não era muito conhecido e passou a ficar conhecido. Então, na minha opinião, das principais características dele era de fazer uma campanha como um outsider. Hoje ele não consegue ser um outsider mais da política. Ele precisa de apoio de partidos para ser candidato, e a gente não vê os partidos todos aí, como o MDB, PP, o próprio PL, que são divididos em relação ao apoio para uma futura candidatura do Bolsonaro, ainda que ele esteja inelegível.

E já que ele está inelegível, nós podemos dizer que ele não teria condição de ser candidato, mas considerando o fato de que ele ainda anuncia a sua candidatura e ainda tem outras investigações que estão correndo, ainda que tudo isso fosse superado, eu vejo hoje que ele teria uma dificuldade de ser um candidato tradicional com apoio maciço dos partidos, que seriam importantes para um candidato que não é um outsider. Aí ele não consegue mais ser um candidato outsider como ele conseguiu fazer a sua campanha na sua primeira eleição à presidente. Então, ele vai ter muita dificuldade ainda que ele consiga atravessar todos esses obstáculos legais que ele tem pela frente.

Então essa é a minha análise de hoje. Acho que essa é uma das primeiras dificuldades, sem dúvida nenhuma, mas acho que ele teve tem um papel fundamental para a direita do Brasil. A gente tinha muita gente que não sabia que era de direita, que não externava. Gente que saiu do armário, gente que era da direita e saiu do armário mostrando seus posicionados, ainda que não fosse radical. Eu tenho muitos amigos que tinham ideias de direita, mas não tinham essa tranquilidade, essa vontade de externar os seus posicionamentos, e ele acabou contribuindo para isso. É claro que junto com isso vem alguns radicais, assim como a gente tem na esquerda. Os radicais de esquerda e alguns radicais de direita, mas a gente entende que o movimento da centro-direita é o movimento que faz muito bem para o país.

 

Você acompanha a política 24 horas por dia, você vive da política. A eleição de 2026 nós vamos ter um país polarizado novamente?

Eu acho que, ainda que as eleições municipais tenham mostrado um avanço dos partidos de centro, eu acho que na eleição nacional, sim, será polarizada, porque de certa forma o discurso da polarização é o discurso mais fácil para o entendimento do cidadão comum, por incrível que pareça. É como se tivesse o Fla-Flu. Acredito que nós teremos ainda uma campanha polarizada.

Espero que seja uma campanha polarizada baseada não no acessório, mas baseado naquilo que de fato importa. Que as discussões sejam polarizadas, mas daquilo que você pode contribuir de fato e não uma discussão do acessório. Quando eu falo numa discussão do acessório, posso dar de exemplo a discussão sobre a escola cívico-militar. Em minha opinião, uma discussão sobre o acessório na escola cívico-militar é importante e colabora, mas ela não é a solução para todos os problemas da educação do país. E nem não tê-las significa a falta da solução para isso. Então a gente tem que ter ideias que possam ser transformadoras.

Aqui a gente defende, por exemplo, as escolas cívico-militares no estado de São Paulo, tivemos questionamentos judiciais, não conseguimos implementar esse ano [2024], a programação é que em 2026 a gente consiga implementá-las. Mas das 5.500 escolas do estado de São Paulo, nós estamos falando em algo em torno de 50 a 60 e que possa vir até a 100 escolas cívico-militares, mas nós permaneceremos com 5.000 escolas que permanecerão no modelo tradicional, e vai ser muito bom, porque inclusive a gente vai poder fazer comparações. Então, quando a gente vê a polarização discutindo acessório, como no homeschooling, a minha opinião é uma discussão de acessório, não é uma discussão da essência. Fica um tempão perdendo tempo numa discussão política sobre um tema que, na verdade, não é aquilo que vai de fato resolver.

Agora, quando você fala de concessões, PPPs, aí você está falando de algo que de fato pode transformar. Se tem um grupo que é contra, tem que dizer porque é contra. Tem um grupo que é a favor, que é o nosso grupo de centro de direita, tem que dizer porque é a favor. Acho que isso é transformador para o país, quando a gente fala em construir uma escola pela iniciativa privada que vai manter, como a gente fez aqui, e isso faz toda a diferença, porque você vai manter uma escola por 25 anos com boa condição de uso, com os computadores atualizados, com a rede de internet com manutenção, com a segurança, com a limpeza. Essa é uma discussão importante porque é um modelo que pode ir se ampliando, inclusive não só no caso do estado de São Paulo, mas na discussão nacional, do ponto de vista da eleição nacional.

Agora, quando fala em polarizada, eu não sei se fala dos extremos. Acho que vai ser uma [eleição] com direita e esquerda, mas não polarizada nos extremos, eu acredito que nós vamos ter um pouco menos disso, principalmente se a gente não tiver os dois atores principais dessa polarização, mas é algo que a gente ainda não sabe se vai acontecer.

 

O senhor falou em outsider. Pablo Marçal e Gusttavo Lima podem entrar nessa categoria? Você acha que isso ajuda a política, contribui para a política esse tipo de candidatura? Não que eles não tenham o direito de ser candidatos, mas o que podem contribuir? Qual o efeito político?

Eu não vi nada na campanha do Pablo Marçal, eu não vi nada que contribuísse para a política, muito pelo contrário. A gente vê uma pessoa descompromissada, inclusive com aquilo que falava. Ele falava hoje uma coisa e falava amanhã outra, especificamente do Pablo Marçal. O Gusttavo Lima talvez seja diferente.

Mas no caso do Pablo Marçal, a gente percebeu que era uma campanha bastante confusa, talvez pela falta de experiência política do próprio candidato, ainda que com uma resposta do ponto de vista de votos que foi surpreendentemente positiva, mas eu reporto muito mais para um conceito um pouco maior. Em minha opinião, isso tem muito a ver com a Teologia da Prosperidade, ascendência da Igreja Evangélica que prega essa questão de quanto mais próximo de Deus mais abençoado e consequentemente mais patrimônio, mais rico você será. A Igreja Católica, com certa decadência, e aqui não estou entrando numa mérito religioso, eu estou falando sobre a ascensão da Igreja Evangélica.

Da Igreja Católica, quanto mais pobre mais próximo de Deus. Na a Teologia da Prosperidade, quanto mais rico mais próximo de Deus ou vice-versa, quanto mais próximo de Deus mais rico. Então, eu acho que ele navega nesta onda da Teologia da Prosperidade, apesar de que ele sempre utilizou o termo prosperar. Que tem a ver com o empreendedorismo, que é algo que eu defendo. Então quando ele defende o empreendedor e o empreendedorismo, eu concordo 100% com esse caminho de defender que você é o responsável pelo seu futuro.

Para terminar a análise de Pablo Marçal, associado a isso a gente tem uma desconexão do discurso da esquerda com o cidadão mais simples, porque obviamente quando se está falando dos votos em São Paulo do Pablo Marçal, não foram votos apenas da direita, foram votos do cidadão da grande massa da população.

Isso tem a ver com a desconexão dos discursos da esquerda com a sociedade. Que desconexão é essa? É que cada vez menos o discurso é do patrão versus o empregado. Cada vez mais é ‘eu que não preciso de patrão, que posso ser o meu próprio patrão’ contra o sistema. E quem é o sistema? É tudo que dificulta que eu prospere, pode ser o banco que fui pedir um empréstimo para abrir a minha lojinha de internet para comprar minha maquininha da internet e que resolveu não me dar um empréstimo. Pode ser a burocracia de uma prefeitura ou do governo do estado, que na hora que eu fui tirar a licença ambiental da minha da minha lojinha, da minha empresa, que eu fui construir, não me deram a licença ambiental no tempo necessário. A disputa patrão e o empregado está ficando cada vez mais fora de moda. E por quê? Porque o empreendedorismo, você ser dono do seu próprio negócio, está cada vez mais próximo do dia a dia das pessoas.

Para concluir, a internet e as redes sociais são uma grande ferramenta para que eu possa prosperar, e aí entra de novo o Pablo Marçal, que é um expert na ferramenta. Aí não tem ninguém melhor do que ele. O Gusttavo Lima é o expert na canção e em encantar, no show ele encanta muita gente, ele sabe fazer aquilo. O Pablo Marçal sabe lidar com as redes sociais do ponto de vista do empreendedor. Então ele é reconhecido.

Por isso, na minha opinião, juntou a Teologia da Prosperidade e o discurso com a ferramenta que é a internet, que é um dos grandes caminhos para que aquela pessoa possa prosperar, abrindo um negócio, vendendo bolo de pote dentro da casa dele, fazendo propaganda pela rede social ou fazendo algum outro tipo de negócio, vendendo camiseta, imprimindo suas camisetas e fazendo propaganda pela internet.

Ele juntou o discurso da Teologia da Prosperidade com a prática das ferramentas necessárias, então ele adquiriu o respeito das pessoas pelas ferramentas e, de fato, ele é um expert nisso, e procurou juntar tudo isso no universo político e dentro de uma candidatura. Na minha opinião, aí foram os maiores erros disparados, porque ele foi com consciência das regras, resolveu disputar um pleito sem ter qualquer tipo de responsabilidade em seguir as regras daquele jogo que estava sendo jogado, que é claro é público. Ele infringiu muito mais regras até do que se falou. Abuso de poder econômico desde o primeiro, desde a pré-campanha. Provavelmente ele terá que responder também na justiça ao longo desse tempo. Existe grande possibilidade inclusive de ele se tornar inelegível.

Comentários

1 Comentários

  • JP 13/01/2025
    Boa entrevista. Porém chama a atenção o fato do Felício não mencionar Jacareí nenhuma vez. Fica a sugestão para o jornal em entrevistas futuras, fazer alguma pergunta envolvendo temas de Jacareí, já que em Jacareí se fala bastante da falta de investimentos estaduais na cidade.