POLÊMICA

'Golpe é Lula estar solto', diz bispo divorciado de São José

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução / Redes Sociais
Dom Léo Assis, do Movimento Continuante
Dom Léo Assis, do Movimento Continuante

Bispo da Diocese Católica Episcopal Cristo Rei, que pertence ao Movimento Continuante, ligado uma dissidência norte-amerixana da Igreja Anglicana da Inglaterra, dom Léo Assis, 35 anos, voltou a causar polêmica nas redes sociais ao criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Em comentário de matéria de OVALE sobre ato que Lula fará para marcar os dois anos do ataque golpista no 8 de janeiro de 2023, na próxima quarta-feira (8), dom Léo escreveu: “Golpe é Lula estar solto”.

A postagem foi seguida de dezenas de comentários a favor da opinião do bispo, e outros tantos de contrários. “Um país destruído por corruptos e ladrões não poderia esperar nada diferente”, escreveu Maria Vega. “Graças a Deus 2 anos sem motociata. Sem cercadinho. Sem jet-ski com nosso dinheiro”, disse o perfil intitulado Benito de Paula.

Conservador.

Assumindo ser mais conservador dos que os católicos, dom Léo pertence ao Movimento Continuante, que é ligado a uma dissidência norte-americana da Igreja Anglicana da Inglaterra.

No entanto, os paramentos, títulos e rituais são praticamente os mesmos da Igreja Católica Romana, incluindo missas de cura e libertação, além de rituais de exorcismos, todos também realizados pelos católicos romanos. A igreja do movimento também chama a celebração de “Santa Missa”, reza orações e utiliza a hóstia consagrada ou o pão ázimo.

O movimento ou a Igreja Episcopal, como dom Léo a chama, não obriga o religioso a ser celibatário e aceita padres e bispos casados. Os membros também têm trabalho remunerado fora da Igreja.

Ele próprio foi casado e tem dois filhos. No movimento, dom Léo disse que retoma práticas antigas, como celebrar a missa de costas para os participantes. Ele assume uma postura conservadora e disse que ter sido casado e ter filhos é conservador, e não progressista.

“São Pedro era casado. Ter sacerdotes casados é muito antigo, não é progressista. 98% do clero na Ortodoxia é casado. Na igreja primitiva, a maioria dos sucessores dos apóstolos podia casar. Resgatamos isso. O celibato enquanto imposição foi imposto no ano 1150.”

“Há diferenças pontuais das igrejas separadas de Roma. Não estamos submetidos à autoridade ao santo papa, mas nossa província reconhece que Francisco é sucessor de Pedro. A nossa intenção em São José é construir pontes, enquanto movimento eclesiástico. Não queremos dividir e nem tomar fiéis de ninguém”, afirmou dom Léo.

“A maioria dos nossos padres e bispos tem um serviço secular e não é a Igreja quem paga salário oficial. Às vezes temos ajuda de custo para moradia e transporte, mas a recomendação é que cada um se sustente para não pesar no povo de Deus.”

Polêmica.

No começo de dezembro, a inauguração do Santuário Cristo Rei, no Jardim Satélite, na zona sul de São José dos Campos, gerou polêmica e confusão entre fiéis católicos. A controvérsia decorre da associação equivocada feita por parte dos paroquianos, que acreditaram que o novo templo tinha ligação com a Igreja Católica Romana. Para evitar a confusão, a Paróquia Espírito Santo se manifestou publicamente.

Em nota publicada nas redes sociais, o pároco Rogério Felix Machado esclareceu que o responsável pelo novo santuário, dom Léo, não integra o clero da Igreja Católica e que o Santuário Cristo Rei não está em comunhão com a Diocese de São José dos Campos. As duas igrejas ficam menos de dois quilômetros uma da outra.

“O intitulado ‘padre/dom Léo Assis’ não pertence ao clero, e o ‘mosteiro/santuário Cristo Rei’ não está em comunhão com a Diocese de São José dos Campos e com a Igreja Católica Apostólica Romana”, disse o padre.

Sobre a nota, dom Léo chamou de “maldade” a colocação de que ele seria “intitulado” padre. “Não acordei e decidi ser padre. Eu passei pela formação e fui legitimamente ordenado na igreja”, afirmou. “Mas não é a Igreja Católica Romana, que não é a única que Jesus criou”. E completou: “A Igreja Católica Apostólica Romana não é a única fundada por Cristo. É Igreja de Cristo, mas não é a única. Não queremos dividir, mas construir pontes”.

Contra o PT.

Nas redes sociais, dom Léo faz diversas postagens contra Lula e o Partido dos Trabalhadores, que governa o Brasil pela quinta vez.

“Deus livre o Brasil do Comunismo, dessa lástima de governo do PT. E de todos os males. Continuarei anunciando e denunciando em favor do Brasil. Deus Salve o Brasil”, escreveu ele em 2 de janeiro.

O religioso também faz postagens críticas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, e a pessoas como o youtuber, empresário e escritor Felipe Neto.

Ele também aparece em eventos ao lado de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal por tentativa de abolição do estado democrático de direito.

Numa postagem de novembro de 2024, ele criticou uma romaria da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+ ao Santuário Nacional de Aparecida: “Acolher é importante, mas sem essa ideologização bestial e diabólica. Isso foge ao normal do pragmatismo cristão. Lamentável e repreensível. Maria mãe da diversidade? Que diabo é isso?”.

Comentários

2 Comentários

  • wanderson c m souza 07/01/2025
    Mais um maluco em sjc, nas próximas eleições vira candidato
  • André Marques 07/01/2025
    Já se vê que é um golpista (charlatão). Cai quem quer.