TEATRO

Em SJC, espetáculo debate racismo e infância de crianças negras

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação / MZ Fotos
Cena da obra “Vestígios de alguém que não pôde falar”
Cena da obra “Vestígios de alguém que não pôde falar”

Selecionado pelo edital de chamamento Sesi-SP de Viagem Teatral-Montagem de Espetáculos Inéditos, a obra “Vestígios de alguém que não pôde falar”, criação do Núcleo Traços Fortes, chega em São José dos Campos com apresentações gratuitas, que prometem trazer para o palco questões acerca do combate ao racismo e da preservação da infância de crianças negras brasileiras.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.

A peça teatral faz parte de uma duologia que narra a história ficcional de uma menina negra morta a caminho da escola por balas de policiais. Diante do acontecido, sua mãe enfrenta os desafios, medos e lutas para honrar a história de sua filha.

O Núcleo Traços Fortes é constituído por jovens atores independentes do Vale do Paraíba, que se formaram na E.M.A Maestro Fêgo Camargo (Taubaté) e agora voltam para a região para apresentar o espetáculo que atingiu um grande público em Rio Claro e Itapetininga.

Em São José, o espetáculo será apresentado no Teatro do Sesi-SP de 12 a 15 de dezembro, de quinta a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h. Com classificação indicativa de 14 anos, os ingressos são gratuitos e devem ser retirados no MEU SESI. As apresentações dos dias 13, 14 e 15 terão acessibilidade em libras.

A dramaturgia original é escrita por João Paulo Santos e Lucas Silveiras, atores, diretores de teatro e dramaturgos do Núcleo Traços Fortes. A história tem como inspiração os contos "Olhos D'água" e "Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos" de Conceição Evaristo.

Também trabalha com fragmentos de fatos reais, principalmente a morte de Marcos Vinícius, jovem negro de 14 anos atingido por policiais no Complexo da Maré, enquanto estava a caminho da escola.

“O número de casos de crianças e jovens negros mortos durante operações policiais é alarmante e, o espetáculo Vestígios de alguém que não pôde falar nasce com o objetivo de evidenciar as pautas e lutas em prol da infância negra no Brasil. Trata-se de um movimento de encontro com esperança, de uma nação em que crianças negras sejam ouvidas e respeitadas”, disse o diretor Lucas Silveiras. 

Durante toda a apresentação, o público se depara com a pergunta latente e repetitiva que acompanha a caminhada da personagem Mãe em busca por justiça pela morte de sua menina.

Lembrar a cor dos olhos de alguém é eternizar na memória a história de quem amamos. O espetáculo é um convite para a reflexão sobre o luto que a violência urbana leva para muitas famílias, especialmente, as famílias negras. Como também uma homenagem a tantas mães que perderam seus filhos e seguem lutando com amor e força.

Para o diretor, chegar em São José depois de uma longa temporada em cidades distantes do Vale é empolgante e significativo.

“Somos artistas que construímos nossas carreiras na região e temos muito orgulho da arte que nasce no Vale. Aqui estão nossas famílias, amigos e pessoas que acompanham o nosso trabalho. Que possamos devolver o carinho de todos por meio desse espetáculo que foi construído com tanto cuidado e amor”, afirmou.

 

SERVIÇO

Apresentação do espetáculo “Vestígios de quem não pôde falar”

Data: 12,13, 14 e 15, de quinta a sábado, às 20h e no domingo, às 19h

Comentários

Comentários