Alvo de operação da PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (12), o influenciador e funkeiro MC Paiva nasceu no Campo dos Alemães, na região sul de São José dos Campos, e iniciou sua carreira em 2020. Desde então, ele acumula polêmicas.
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Aos 22 anos e com 8,3 milhões de seguidores no Instagram, o artista joseense é amigo do craque Neymar e se tornou, rapidamente, um dos funkeiros de destaque no Brasil, com milhões de visualizações em seus clipes de música.
MC Paiva é um dos alvos da Operação Latus Actio II, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo.
Os órgãos investigam um esquema de pagamento de propinas a policiais civis para evitar investigações relacionadas à divulgação de jogos de azar nas redes sociais.
O funkeiro joseense é suspeito de pagar propina para que policiais, supostamente, não investigassem a divulgação de rifas na internet. Os agentes estiverem em endereços ligados ao MC em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo.
Até o momento, MP Paiva não se manifestou sobre a investigação. O espaço segue aberto.
Polêmicas.
Nascido no Campo dos Alemães, na região sul de São José dos Campos, MC Paiva iniciou sua carreira em 2020. Seu maior sucesso, “Casei com a putaria”, produzido em parceria com Ryan SP e Kotim, dominou as plataformas de streaming, ocupando o primeiro lugar entre setembro e meados de outubro de 2022.
Outros hits do artista incluem “Bandido não dança”, que acumula mais de 2 milhões de visualizações no YouTube, “Doce veneno”, outra colaboração com Kotim que já ultrapassou 14 milhões de visualizações, e “Bagulho louco”.
Paiva já expôs nas redes sociais brigas com a namorada e a própria mãe, que pediu a ele três apartamentos e um carro, em tom de ameaça. O funkeiro disse que mora sozinho desde os 15 anos e que aprendeu “tudo na rua”.
“Estou com uns problemas familiares, que estão mexendo emocionalmente comigo, profissionalmente, atrapalhando minha carreira, referente a minha mãe”, escreveu o cantor nas redes sociais, em março do ano passado.
No dia seguinte, MC Paiva apareceu na imprensa de todo país após ser detido por policiais em São José. Fãs e a produtora do cantor disseram que os policiais abusaram da violência na abordagem. Um deles teria se ajoelhado sobre o pescoço do funkeiro mesmo ele já estando imobilizado no chão.
Na ocasião, a SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) informou que MC Paiva foi abordado por dirigir um Porsche sem placas e que teria acelerado no sinal vermelho e batido na viatura. Ele foi detido por desacato, mas não foi preso.
Em fevereiro de 2023, o cantor, que é chamado de ‘O Magnata’ em seu material de imprensa, arranjou confusão com colegas de profissão.
MC Paiva anunciou que lançaria uma nova música chamada de “Ai Branco”, cujo trecho faria alusão ao hit “Ai Preto”, de L7nnon, Biel do Furduncinho e Bianca, música lançada em junho de 2022.
“Já cantou muito ‘Ai Preto’, agora vai gritar ‘Ai Branco’”, dizia parte da letra de Paiva.
Na época, muita gente do universo do rap e do funk se incomodou com a inspiração do artista joseense, cujo nome chegou a ficar nos assuntos mais comentados do então Twitter.
Com a repercussão negativa, os donos do hit original se pronunciaram, fazendo o funkeiro mudar de ideia sobre a nova música. Biel do Furduncinho chamou a atitude de MC Paiva de “mancada”.
Brigas.
Com a namorada, o funkeiro se envolveu em polêmica ao anunciar o fim do relacionamento com Ana Clara Mariano. Na ocasião, ele postou uma foto ao lado de uma mulher pelada, anunciando que não estava mais namorando.
Em outubro de 2023, o cantor se envolveu numa briga dentro do estacionamento de um prédio comercial da avenida Nelson d'Ávila, no centro de São José.
Moradores registraram imagens da briga de Paiva e amigos contra outros rapazes. O cantor disse que foi xingado e que teria se defendido das agressões.
No final de setembro, MC Paiva cancelou um show em Bragança Paulista minutos antes do início, e não teria devolvido o valor do cachê ao contratante. O artista alegou que estava sem voz e prometeu remarcar a apresentação.
PCC.
Em maio deste ano, Sedemir Peliciari Fagundes, 41 anos, empresário do MC Paiva, foi preso em uma operação batizada de Khalifa, realizada pelo Gaeco. Fagundes, que estava a caminho do Rio Grande do Sul para prestar auxílio às vítimas das recentes inundações, foi detido em Tubarão, cidade de Santa Catarina.
A polícia apreendeu uma vasta coleção de joias e relógios de luxo, incluindo dois Rolex, bem como uma quantidade significativa de dinheiro em espécie e cheques. Uma pequena quantidade de cocaína também foi encontrada no local.
Já na residência do suspeito, no Jardim das Indústrias, em São José, a polícia encontrou um arsenal de armas, incluindo um fuzil, uma espingarda, várias pistolas e uma grande quantidade de munição de diversos calibres. A esposa de Fagundes foi interrogada na CPJ (Central de Polícia Judiciária) e liberada após o registro da ocorrência.
Fagundes é suspeito de estar envolvido em um esquema de agiotagem ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo informações do Ministério Público. O esquema, que operava desde 2021, teria emprestado pelo menos R$ 20 milhões a empresários na capital paulista e na região do Alto Tietê em 2023, com juros que podiam chegar a 300% ao mês. Aqueles que não conseguiam pagar seus débitos eram ameaçados e extorquidos pelos criminosos.