
"Foi a última vez em que eu vi o amor da minha vida".
Emocionada, a esposa do influenciador Diego Frigi, 35 anos, fez uma live nesta quarta-feira (13) para falar sobre a morte do marido, ocorrida no último domingo (10), em São José dos Campos. Diego morreu no Pronto Atendimento da Unimed após dois dias esperando um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "Perdi o meu marido, o filho dele perdeu um pai, por dinheiro, por negligência", afirmou Bruna Martins, viúva do influenciador.
O caso, revelado em primeira mão por OVALE, foi notícia em todo o Brasil ao longo da semana. Diego morreu um dia antes de se mudar com a esposa para o novo apartamento. Bruna cobra justiça.
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A família acusa a Unimed de negligência e, no fim de semana, chegou a fazer um apelo à prefeitura para conseguir um leito. O corpo de Diego foi enterrado na última segunda-feira (11).
Conhecido na cidade, o influenciador tinha 668 mil seguidores no Instagram e era conhecido por sorteios de prêmios, como carros de luxo, e tinha uma loja de Iphones na cidade. "A gente ia se mudar para o apartamento novo, eu disse pra ele 'vou para casa, deixar a mudança pronta, deixar tudo arrumadinho, do jeito que você gosta'. Eu dei um beijo nele, disse que o amava e que voltava para dormir com ele", disse Bruna na live.
Casada com Diego há quatro anos, Bruna destacou que o marido era a sua "alma gêmea". "É o amor da minha vida, eu o amei desde o primeiro instante, assim como ele me amou", reforçou a esposa durante a live, em que voltou a pedir justiça pelo marido e afirmou que um protesto está sendo preparado. Com o peito dilacerado, pela perda do amor de sua vida, Bruna afirmou que buscará "justiça".
O caso.
Diego morreu na tarde deste domingo (10), no Pronto Atendimento da Unimed, onde estava tratando uma embolia pulmonar. Ele sofreu um infarto e não resistiu.
O influenciador postou uma série de stories criticando a demora para a liberação de uma vaga de UTI . Além de criticar a Unimed, a família fez cobranças públicas à prefeitura. "Vão esperar eu morrer para liberar a vaga?", questionou.
De acordo com a família, após tratar uma pneumonia em casa, Diego procurou o PA da Unimed e foi diagnosticado com embolia pulmonar, com a necessidade de ir para um leito de UTI. O convênio, porém, informou que o cliente estava em um período de carência e teria que aguardar um leito SUS -- a prefeitura questiona a afirmação, dizendo que, por lei, o convênio deveria se responsabilizar pelo atendimento.
Bruna afirmou que, por dois dias, Unimed informou que, após contato com hospitais públicos da cidade, não havia vagas disponíveis. Diego morreu na tarde deste domingo, ainda à espera de uma unidade de terapia intensiva.
O drama de Diego
Veja o relato feito pela esposa do influenciador:
"Ele foi à Unimed por diversas vezes, e aí ele não estava tendo melhora, ele foi na sexta-feira, se eu não me engano lá [Pronto Atendimento]. A gente estava no hospital ontem [sábado] e o que acontece, o Diego tinha um convênio da Unimed, só que ele tava com carência no convênio e falaram que não podiam [atender]. (...) Eles não podem negar isso, não podem negar isso e negaram, negaram. Não tinha hospital em São José, não tinha leito de UTI em São José. Eu nunca vi uma cidade desse tamanho não ter um leito de UTI. A gente tava, o quê? Dois dias, segundo até o terceiro dia esperando um leito de UTI e não tinha, não tinha. Não era pra ele [Diego] estar lá mais, não era pra ele estar lá mais. Era para ele estar no tratamento dele, não teve, não teve, entendeu?", disse Bruna.
"Ele não estava melhorando, perguntei para o médico e perguntei o que a gente pode fazer? Ele não está melhorando e como vocês chegaram em mim e falaram que ele precisava de uma UTI, tinha uma embolia pulmonar. E deixaram a gente lá dois dias, que eles não arrumavam essa vaga. Fiquei preocupada. [O médico] falou que não tinha risco de nenhum agravante, que eu poderia ficar tranquila, que ele estava tomando um anticoagulante. (...)
Não era para estar mais lá, ele não estava melhorando, era para estar na UTI. Só que nenhum hospital da lista deles, que poderia atender ele, tinha vaga, por isso a gente começou a marcar o prefeito. Como uma cidade como São José não tem uma vaga na UTI?", questionou a esposa de Diego.
"Aí perco o meu marido um dia depois? Horas depois? Então tinha um agravante, era emergência. A questão dele ali era com muita emergência. A Unimed tinha que ter quebrado essa porcaria dessa carência e eles precisavam ter um leito de UTI em qualquer hospital aqui em São José e não tinha, não tinha pelo SUS, entendeu", disse ela.
Prefeitura
Por meio de nota, a Prefeitura de São José dos Campos lamentou a morte do influencer Diego Frigi e afirmou que o hospital particular era responsável pelo atendimento. Diego estava há dois dias no Pronto Atendimento da Unimed à espera de uma vaga na UTI. Veja a íntegra da nota:
"A Prefeitura de São José dos Campos lamenta a morte do paciente Diego Friggi e se solidariza com a família neste momento de dor. É importante esclarecer: o paciente tinha convênio médico particular e estava internado no Hospital Unimed, que deveria ser responsável por todo o seu tratamento.
De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a Lei 9.655/98, em seu artigo 35-C da Lei dos Planos de Saúde, "prevê a obrigatoriedade da cobertura do atendimento nos casos de emergência, que implicarem em risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração médica", mesmo no período de carência, independentemente da vaga SUS existente ou não. Ou seja, independente do plano do paciente ter carência ou não, o hospital particular tinha a responsabilidade de cuidar da vida do paciente".
À reportagem de OVALE, a esposa de Diego afirma que houve negligência da Unimed e a família cobrou publicamente a prefeitura por uma vaga de UTI em alguma unidade hospitalar da cidade.
Nota da Unimed.
“A Unimed São José dos Campos informa que o paciente Sr. D.G.F recebeu toda a assistência médica e hospitalar necessária, com aplicação de protocolos de atendimento adequados pela equipe médica e multiprofissional.
Esclarecemos, ainda, que a busca por vaga para transferência ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi realizada devido a questões administrativas, sem causar qualquer prejuízo ao atendimento prestado ao paciente.
Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e qualidade dos serviços oferecidos aos nossos clientes, cumprindo rigorosamente todos os critérios regulatórios previstos pela legislação, especialmente no que se refere aos atendimentos de urgência e emergência.
Nos solidarizamos com a família do paciente e permanecemos à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais, sempre respeitando a privacidade dos dados pessoais."
Comentários
1 Comentários
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Jorge Reis 15/11/2024A lei sobre as carências tem de ser alterada é lesiva ao consumidor ! Quem faz um plano de saúde e em 3 a5 meses desenvolve uma apendicite não tem direito a cirurgia! A carência só pode existir em relação a doença pre-existente !