A FAB (Força Aérea Brasileira) deu início às investigações para descobrir o que causou a queda do avião que caiu e explodiu no Vale do Paraíba, matando as cinco pessoas que estavam a bordo, na noite de quarta-feira (23). A aeronave caiu entre Santa Branca e Paraibuna.
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Os trabalhos no local do acidente são coordenados pelo Salvaero, centro responsável pelas operações de buscas e salvamento da FAB. Equipes da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar também trabalham na operação.
Por meio de nota, a FAB informou que investigadores do Seripa 4 (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave. A investigação ainda está em fase inicial, para descobrir as causas do acidente.
Aeronave.
O avião é um modelo EMB-121 (Xingu) da empresa de táxi aéreo Abaeté Aviação, fundada em 1995, com sede em Salvador, na Bahia. A aeronave realizava um transporte aeromédico e carregava insumos de saúde. As cinco pessoas que estavam a bordo e morreram eram funcionários da empresa (veja abaixo quem são as vítimas).
“A empresa está acolhendo as famílias e oferecendo todo o suporte necessário nesse momento de dor. A causa do acidente ainda é desconhecida. A empresa está trabalhando junto às autoridades de investigação de acidentes e oferecendo toda a assistência possível neste momento difícil”, informou a Abaeté Aviação.
De prefixo PTMBU, o avião estava devidamente regularizado e com a documentação em dia. A aeronave decolou de Florianópolis (SC) em direção a Belo Horizonte (MG), onde faria um pouso para abastecer e depois seguir até Salvador.
O que se sabe até o momento é que o avião caiu às 18h39, na divisa entre as cidades de Paraibuna e Santa Branca. Momentos antes da queda, em meio à tempestade, os pilotos solicitaram desvio de rota em razão das condições meteorológicas adversas.
Pouco tempo depois, o radar registrou oscilações de altitude e, em seguida, o sinal da aeronave desapareceu. O avião se chocou contra um morro e explodiu, matando as cinco pessoas que estavam a bordo.
Causa.
A causa do acidente ainda é desconhecida. A Abaeté Aviação está colaborando com as autoridades e com as investigações sobre o ocorrido, além de fornecer suporte às famílias das vítimas.
O Corpo de Bombeiros informou que o local do acidente foi isolado para a identificação dos corpos, que estavam em meio aos destroços da aeronave. O local é de difícil acesso, com densa vegetação, o que dificultou o deslocamento das viaturas, exigindo o uso de tratores da população local para transportar os agentes até o ponto exato do acidente.
A retirada dos corpos está sendo realizada em conjunto com agentes da Polícia Técnica Científica e do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Os corpos serão encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal). Foram expedidas requisições para exame necroscópico e identificação das vítimas, além da coleta de material genético para posterior confrontação, se necessário.
No local, de acordo com o boletim de ocorrência, as equipes de resgate encontraram o avião ‘totalmente despedaçado’ e ainda com focos de incêndio, que foram apagados pelos bombeiros.
“Em análise preliminar do local da queda, verificou-se que a aeronave estava totalmente despedaçada e destruída, sendo que havia focos de fogo quando da chegada das equipes, que foram contidos pela equipe dos bombeiros e também dada a chuva que precipitava em intensidade”, diz trecho do documento da Polícia Civil.
Ainda de acordo com o BO, o fogo começou após a colisão do avião com o solo da região onde a aeronave caiu. “Os policiais civis puderam apurar com moradores das redondezas do local que, por volta das 18h30, teriam avistado uma aeronave em queda livre e depois que se chocou com o solo, na área rural, teria pegado fogo”, completa o documento.

Vítimas.
Os cinco ocupantes do avião eram todos funcionários da Abaeté Aviação e residiam em Salvador (BA). A seguir, um breve perfil de cada um deles:
Jefferson Rodrigues Ferreira
Comandante Jefferson Rodrigues Ferreira, 13 anos de experiência e mais de 5 mil horas de voo, nasceu em Guanambi, na Bahia. Era casado, mas não tinha filhos.
Sylvia Rausch Barreto
A médica Sylvia Rausch Barreto nasceu em Pedra Azul, Minas Gerais. Formada em Medicina pela Faculdade Unime, Sylvia era também sócia de uma loja de manutenção de eletrônicos. Seus amigos, como Marcus Vinícius Barreto, destacam seu sonho de ser obstetra e sua forte amizade com eles.
Dulcival da Conceição Santos
O copiloto Dulcival, de 39 anos, era natural de Simão Dias, Sergipe, e morava em Salvador. Estava se dedicando à aviação após mudar-se para a capital baiana. Ele não era casado e não tinha filhos.
Joseilton Borges
Joseilton, 53 anos, morava em Itapuã, Salvador. Era casado e pai de duas filhas, com 17 anos de experiência como mecânico, e atuava na Abaeté Aviação há cerca de três anos. Ele também era dirigente do Sindicato dos Aeroviários da Bahia, que lamentou sua morte.
Erisson Silva da Conceição Cerqueira
Erisson morava em Salvador, era casado e não tinha filhos.