
A aeronave que caiu no Vale do Paraíba nesta quarta-feira (23) é um modelo da aeronave Embraer EMB-121A1, conhecida como Xingu, com capacidade para seis passageiros. O avião caiu e explodiu na divisa entre Paraibuna e Santa Branca, de acordo com informações da FAB (Força Aérea Brasileira).
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De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro, o avião tinha operação permitida para táxi-aéreo e estava em situação regular.
O local das buscas é de difícil acesso, com mais de 30 quilômetros de distância por estrada de terra a partir do centro de Paraibuna, e cerca de 15 km de Santa Branca.
Não há sinal de celular no local, o que torna a comunicação entre as autoridades mais difícil. Chovia no momento das buscas.
Os bombeiros informaram que a queda da aeronave ocorreu durante uma tempestade. O avião colidiu com um morro, vindo a incendiar-se. Informações preliminares indicam que havia cinco pessoas a bordo.
De acordo com a FAB, o avião sumiu dos radares de monitoramento às 18h39. Por meio de nota, a FAB informou que investigadores do Seripa 4 (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PT-MBU, entre os municípios de Paraibuna e Santa Branca. A investigação ainda está em fase inicial, para descobrir as causas do acidente.
O projeto que deu origem ao EMB 121, conhecido como Xingu, marcou um avanço significativo na indústria aeronáutica brasileira. Batizado em homenagem ao Rio Xingu, que nasce no Mato Grosso e deságua no Rio Amazonas, passando pelo Parque Indígena do Xingu, a primeira reserva indígena demarcada no Brasil. O avião foi desenvolvido para atender o mercado de transporte executivo, com capacidade para até oito passageiros.
Uma das inovações mais notáveis do Xingu foi a pressurização da cabine, tornando-se a primeira aeronave construída no Brasil com essa tecnologia. Essa característica permitia que a aeronave voasse a 28 mil pés de altitude, acima das formações de nuvens e turbulências, com uma pressão interna mantida a um nível equivalente a 8 mil pés. Isso proporcionava maior conforto aos passageiros, uma inovação importante para o mercado executivo.
Além da pressurização, o Xingu introduziu avanços tecnológicos, como a cauda em formato “T”, onde o estabilizador horizontal foi posicionado no topo do estabilizador vertical. Essa configuração reduzia o impacto das hélices no estabilizador, diminuindo o nível de vibração e ruído durante o voo.
O design diferenciado, com um nariz alongado, conferia à aeronave uma semelhança com jatos, mas com a vantagem de ter um consumo de combustível muito inferior, cerca de um quarto do necessário para um jato de porte semelhante.
Outra característica que destacava o Xingu era sua capacidade de operar em pistas curtas, semelhante ao Bandeirante, mas com uma maior velocidade de cruzeiro. Isso o tornava uma escolha eficiente para o transporte em áreas com infraestrutura aeroportuária limitada, oferecendo mais velocidade e desempenho para os operadores.