FABRÍCIO CORRÊA

Tonico: A Fé que Vive Além da Morte

Por Fabrício Correia | Jornalista
| Tempo de leitura: 3 min
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Na noite de sexta-feira, 11 de outubro, Andreia Rodrigues Theodoro viu seu filho, Ângelo Antônio, conhecido como Tonico, pela última vez. Com o coração de mãe inquieto, ela fez um pedido simples e sincero: “Tonico, toma cuidado, pelo amor de Deus.” Era o clamor de uma mãe que, como tantas outras, desejava proteger seu filho até onde os braços podiam alcançar. Mas, naquela noite, Tonico partiu em sua romaria, rumo a Aparecida, onde a fé o chamava a buscar a cura para o câncer que enfrentava.

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O caminho de Tonico uma jornada física foi transformada em uma viagem de alma, de entrega total à sua devoção. Ele acreditava que Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, poderia aliviar seu sofrimento, como tantas vezes havia aliviado os corações de tantos peregrinos. E com essa fé inabalável, ele seguiu, ainda que a bicicleta emprestada pelo tio, ainda que o aviso amoroso da mãe, não pudessem prever o que viria pela frente.

Na madrugada de sábado, 12 de outubro, a tragédia interrompeu o percurso. Um acidente na Via Dutra, à altura de Pindamonhangaba, tirou a vida de Tonico, aquele jovem descrito por familiares como “um anjo”. Sua mãe, devastada, repetia com o coração partido: “Ela levou ele de mim.” A fé que sustentava Tonico não o salvou da dor do mundo, mas a fé que o levou até o fim de sua jornada revela algo maior: nossa espiritualidade é um tesouro inestimável nesta vida.

Tonico, aos 29 anos, era gerente de uma loja de sapatos, trabalhador e dedicado aos estudos. A organização de sua vida refletia o cuidado que tinha com sua mãe, seus amigos, e seu futuro. Mas sua vida não era só sobre metas terrenas. Ele estava em busca de algo que nem sempre podemos tocar com as mãos, mas que acalenta a alma: a esperança, a cura, o conforto que só a fé pode dar.

Quando olhamos para a história de Tonico, somos lembrados de que a vida, por mais incerta que seja, é profundamente marcada pela espiritualidade. Somos romeiros neste mundo, caminhando por estradas que nem sempre entendemos. Mas a fé nos guia, como um farol nas noites mais escuras, mostrando que, mesmo nas tragédias, há um propósito maior.

A espiritualidade de Tonico não terminou no km 90 da Dutra. Sua fé, sua devoção, seu amor por Nossa Senhora Aparecida continuam a viver no coração de sua mãe, que agora carrega a dor de sua ausência. Mas, para aqueles que acreditam, sabemos que ele encontrou o descanso no santuário mais sublime: o céu.

Ao nos despedirmos de Tonico, somos chamados a refletir sobre a importância da fé em nossas vidas. Assim como ele, que buscava não apenas a cura do corpo, mas a paz para sua alma, precisamos recordar que a fé é o maior tesouro que temos. Ela nos sustenta nas horas difíceis, nos fortalece diante do desconhecido, e nos conecta ao Divino, onde quer que estejamos.

Que a fé que guiou Tonico inspire a todos nós a seguirmos firmes em nossas jornadas, sabendo que, mesmo quando a estrada parece longa e difícil, nunca estamos sozinhos. Nossa espiritualidade é o presente mais precioso que carregamos, e em cada passo, a graça de Deus nos acompanha.

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